28 de jul. de 2020

Ampliando os canais de comunicação - Uma conversa franca sobre esportes e lazer

                                                                                       Acervo pessoal

         Posentão...

    Sempre que instigado a conversar sobre Lazer e Práticas Esportivas minha empolgação é rapidamente identificada. Estes temas não são uma novidade na vida, percorro por estes caminhos desde os anos 80...o que faço é aprimorar, aprofundar, aprender, compartilhar, ensinar, "celebrar" tudo que passa por estes caminhos.
     A qualificação acadêmica que fui buscar no IFRS/Restinga agregou-se ao meu conhecimento empírico e todos os aprendizados que a vida me oportunizou. Percorri por locais até então desconhecidos, acessei literaturas específicas, aprendi um pouco mais com colegas de aula, com docentes do Curso e por onde conseguia transitar.
     Antes já havia vivenciado boas experiências à frente dos espaços de lazer da Universidade Federal, atuei em entidades sindicais, colaborei com Clubes Sociais da Cidade e pude, graças às oportunidades que minha atuação profissional e as pessoas envolvidas com o Esporte Universitário do Estado conhecer outros Estados, outros eventos e outras práticas pelo Brasil.
       Então quando o vereador Marcelo Sgarbossa me honra com o convite para conversarmos sobre atividades esportivas e lazer em meio à esta "atmosfera cinzenta" identificada como Pandemia sinto um misto de responsabilidade e satisfação.
        Numa Porto Alegre cada vez mais triste com o descaso de seus governantes, o desmantelamento de setores envolvidos com as atividades esportivas e de lazer em espaços e praças públicas ser convidado por um representante da Câmara Municipal para uma conversa é "bom passe no meio campo". Disso não tenho dúvidas.
         Então, "bora" vir comigo na próxima sexta feira, dia 31/07/2020, às 11h.


9 de jul. de 2020

"Os espaços e o conflito de conceitos" - Da "Série - Reflexões durante o distanciamento social - parte 4

                                 imagem extraida do blog http://www.chicpop.com.br/post/2016/11/23/batucada-de-bamba-patologia-bonita-do-samba-notas-sobre-samba-hist%C3%B3ria-e-inven%C3%A7%C3%A3o

            A formação da Batucada do Armazém (liderada pelo Volnei Neves, meu bruxo dos Bambas, contava com a participação dos sambistas e carnavalescos Dédo Pereira, Gilmar Dorneles, Fábio Ananias e Roberto Nascimento). Time de grife. Quinteto de puro samba na veia. O convívio oportunizou muita conversa e troca de saberes no tempo em que estivemos reunidos.
            Um dos temas levantados, os repertórios cantados nas quadras de samba foi um deles. Um dos mais inconformados com tais situações era o Roberto Nascimento (cavaquinista e bambista). Segundo o Beto Nascimento, compositor de samba enredo, não se justificava as escolas de samba executarem pagodes, axés e outros hits antes dos sambas enredos. Escola de samba é lugar de SAMBA ENREDO, bateria, passistas, estandartes, baianas e tudo que se relacionava com Carnaval. Concordo plenamente com o Beto.
          Infelizmente, tal situação não era respeitada. A agenda de ensaios previa que durante a abertura um grupo de samba abrisse os "trabalhos musicais" para num segundo momento os intérpretes oficiais e os músicos de sua harmonia ocupariam os principais microfones.
      Alguns intérpretes optaram em incluir nos seus repertórios hits e sambas populares para "esquentar" o público. Particularmente, entendo que ao "esquentar" pode afastar dos ensaios a comunidade carnavalesca, de fato. A tão mistura de gerações não ocorria, pois os mais velhos e ligados às músicas "da modinha" acabam promovendo os movimentos nas quadras.
      Segundo o doutor, filósofo, professor universitário em recente pesquisa identificou como Movimentos negros em espaços de solidariedade e combate ao racismo registra a existência de terreiros e "escolas de samba". Esta afirmação reforça a tese do amigo Roberto Nascimento que as quadras de escolas de samba devam "proteger, difundir e espalhar" Cultura e resistencia na conta do SAMBA.
         Uma "outra armadilha" importada do Rio de Janeiro, das escolas de samba carioca são festas onde ritmos e músicas completamente diferentes de Samba são "a trilha sonora" principal dos eventos. Muitas agremiações de samba locam seus espaços para produtoras de eventos de outros ritmos. A justificativa, num primeiro momento, é para arrecadar algum para a manutenção dos espaços, entretanto, as propriedades na maioria das vezes são espaços públicos e não privados como as grandes casas de shows e espetáculos. Assim a Escola de samba localizada num espaço público loca um espaço ´para um público que paga um ingresso muitas vezes 8 vezes mais caro do que uma festa de samba e Carnaval. No Rio de janeiro, é muito comum o chique "Baile da favorita" acontecer em escolas de samba. E o público retorna quando tem festa de samba ou Carnaval?? Ah...deixa pra lá!!      
         Até a próxima.

https://extra.globo.com/noticias/rio/rocinha-favorita-baile-funk-na-quadra-da-escola-de-samba-da-favela-reune-mais-de-3-mil-pessoas-4130414.html

"Outro samba diferente" - Reflexões durante distanciamento social - Parte 3


                                                                                                  acervo da grupo


           Mais uma postagem com a proposição de reflexão nos debates SAMBA x PAGODE.
          Poderíamos nos deter nas letras, nos refrões, nos figurinos e nos contextos para prosseguir com a discussão acerca dos significados de um ou outro.
           Esclareço que, cada um ouve o que quiser, cada um investe dinheiro no cd ou show que quiser, dança no ritmo que preferir, "trabalha" com os produtos que desejar trabalhar...Tudo certo!! A inquietação passa por não "protegermos" o capital cultural envolvido no SAMBA.
         O "coitado" já sofre tanto preconceito de diferentes origens, estigmas que muitos simpatizantes, referendam inclusive. Estou mentindo? Claro que não. Há muito tempo, ouvimos a maranhense "marron" cantar "...Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar...". Claro que não irá acabar, pois faz parte da resistência natural de seu povo.
    Tenho minhas dúvidas que os novos formatos e "novos sambistas" foram os principais responsáveis pela renovação e manutenção ao longo dos tempos. Estou falando do que exatamente?            Dos legados deixados por sambistas de ontem, por exemplo. Já ouviram Cassiana Belfort, filha da Jovelina? André Renato, herdeiro do Sereno? Tunico e Martnália, filhos do Martinho da Vila? De Renato da Rocinha e de Moisés Marques? Sem falar no João Martins e no Diogo Nogueira? Na Roberta Sá e na Mariene de Castro?? Fabiana Cozza?
      Se formos trazer para o "palco da discussão" os "inegáveis" jovens e suas carreiras bem sucedidas: Mumuzinho, Ferrugem, Dilsinho e outros nomes do "Samba Pop", como irei chamar, podemos estar falando de outras coisas. Diria até, como dizem minhas filhas e suas amigas "um pagodinho bem pegado" é tão bom?? Concordo. Mas acrescento, até os passos de dança utilizados nestes espaços por onde rolam estes estilos apresentam outros movimentos. Enquanto um, fica parecendo uma Capoeira Regional (com influencias de lutas orientais, numa mistura de artes artes marciais com movimentos de ginástica artística) a outra se parece um pouco com a Capoeira de Angola (movimentos, gingas, figurinos inspirados diretamente das Senzalas). E agora?? As danças das aulas de ritmo ou da Estudantina??
        E os equipamentos eletrônicos envolvidos? Boa pergunta...Será que conseguimos ouvir a virtuose de um violão sete cordas no mesmo espaço de um contrabaixo e um teclado? Ou um pandeiro ou cuica no mesmo ambiente que uma "bateria nervosa", suas baquetas e seus pratos? 
         A turma do Quinteto em preto e branco (infelizmente, separado atualmente) conseguiu em muitas oportunidades. O time do Maurilio de Oliveira e seus amigos acompanhavam a Beth Carvalho com muita maestria. Particularmente, nem me importava com o som que ouvia.
           Daqui há pouco mais uma postagem...até breve.


https://www.youtube.com/watch?v=WKtkKrql544
Xequere
Compositores: Magnu Sousá/ Maurilio de Oliveira/ Nei Lopes

"O tal samba diferente" - Reflexões durante o distanciamento social - Parte 2

                                   Capa do trabalho fonográfico do Grupo Sorriso Maroto


          Eis que chega a segunda postagem...possivelmente, a mais "barulhenta", diria.
       Embora um pouco atrevido em sugerir uma reflexão no momento artístico do "espetaculoso" poeta do samba Arlindo Cruz assumo meu papel atrevido em apresentar um elemento para pensarmos juntos sobre os conceitos de Samba x Pagode (ou Pagodinho, como dizem alguns...) 
         Pois, na composição do samba "Samba é bom de qualquer jeito" apresentado no show do DVD do grupo "Sorriso Maroto", onde um dos compositores Arlindo Cruz (segundo a fonte, https://www.letras.mus.br/sorriso-maroto/274090/ a autoria traz na assinatura Jorge David, Maurição e Arlindo) canta ao lado do vocalista Bruno Cardoso, do Sorriso Maroto o samba que diz numa das partes o seguindo trecho "...viva a nova geração, presta atenção...chega de comparar e sinta a emoção no ar, samba é bom de qualquer jeito...não importa se o SAMBA é NOVO ou de RAIZ...".
         Sei lá...não concordo muito com tal afirmação.
     Queria participar de uma roda de conversa com Pixinguinha, Ivone Lara, Marcelinho Moreira, Candeia, Beth Carvalho, André Renato e quem quisesse chegar sobre as impressões e conceitos de samba. De qualquer acho temerário afirmar que, samba é bom de qualquer jeito.
        Outro dia, conversava com amigos sobre alguns rótulos em nome de produção de show e turnês de artistas brasileiros. Há alguns anos atrás, os "sambistas" Alexandre Pires e o Luis Carlos (Raça Negra) percorreram o Brasil com o show "Gigantes do samba". Num momento próximo, em entrevista o cantor Thyaguinho (ex-Exaltasamba) disse que o samba, a partir do ingresso dele no cenário, havia ganhado novas concepções e formatos. Pode?? Poder, pode...mas não sei se deve.
      O que estariam pensando Wilson Batista, Monarco, Guineto, Cartola, Ivone Lara, Martinho da Vila, Serginho Meriti, Paulo Sergio Pinheiro entre tantos outros e outras?
      Confesso que, fico confuso com letras consagradas do tipo "Toda vez que eu chego em casa, a BARATA da vizinha está na minha cama..." ou "Maltrata de vez, estou com saudades...cigana...". Ou a clássica "...le, le, le, le lá em casa...na cama...tirando a roupa toda...". Não consigo encontrar poesia nestes versos. Talvez seja opinião pessoal...mesmo??
      Quando me perguntam, quais as diferenças que vejo entre Samba de raiz x Pagode?? Como não sou um especialista no assunto, embora tenha lido algumas obras sobre Samba, destacando todo seu valor potente como instrumento e produto Cultural de nosso País, respondo o seguinte: "Costumo ouvir a letra com atenção. A obra do Almir Guineto, por exemplo "Deixe de lado este baixo astral, erga a cabeça e enfrente o mal...que agindo assim, será vital para o seu coração...é que em cada experiência se aprende uma lição..." parece uma conversa entre amigos. Comparar este trecho com um outro de um "samba novo" como "ai, ai, ai...assim mata o papai", do Sorriso Maroto, tema de novela...é brabo, né??
        Naquele momento da "defesa" do Arlindo Cruz (2005), logo depois da gravação do DVD de um dos nomes do "tal Samba Novo", surgiram outras coincidências do show bussines brasileiro. O Arlindo compos o tema de final de ano da emissora, entrou pro time principal do dominical "Esquenta" apresenta pela Regina Casé, participou de diferentes programas musicais da TV Globo sempre em lugar destacado. Enquanto os jovens, viraram sucesso nacional na trilha da novela "Avenida Brasil"...onde os personagens da atriz Débora Nascimento contracenava com o ator Marcos Caruso ao som do "Assim mata o papai...". Sei lá, com dois ou três latões na cabeça e um parceiro violonista, me atreveria a compor alguma coisa igual, não acham? Tenho certeza.
       Insisto...precisamos estar atento aos efeito do show bussines na discussão sobre os novos formatos e o ingresso dos tempos tecnológicos.
        Por fim, na minha opinião, uma roda de samba acústica distante de instrumentos eletrônicos TEM UM VALOR COLOSSAL, confere??
          Até a próxima produção...


https://www.youtube.com/watch?v=VqRdNZgnYQY
Composição: Arlindo Cruz / Jorge David / Mauricao

"Um samba diferente" - Reflexões durante o distanciamento social - Parte 1



                                     Imagem da capa do disco de vinil que herdei dos meus pais


         A partir de um acalorado debate e uma saudável troca de idéias provocada pelo camarada Fábio Canalli, gaúcho que, atualmente reside em Uberlândia\MG, profissional da área de produção musical e de carreiras artísticas, apresentou sobre o tema: Significados e novas concepções sobre Samba Novo x Samba raiz x Pagode suas diferenças e suas evoluções. Por alguns dias rolou nas redes sociais debates, opiniões e debatedores interessantes, sobre tema pra lá de relevante.
         A força do debate instigou-me a apresentar elementos e olhares para as discussões. Para muitos, "polêmicas frágeis", para outros, importantes para aprofundarmos nosso debate e trocar conhecimentos. Bora refletir juntos... 
           Ainda na adolescencia, meus pais ouviam músicas nos finais de semana. Rolava de tudo um pouco, boleros, tangos e muito samba. O som vinha de discos de vinil e uma vitrola "meia boca", mas nos divertíamos muito.
      Um dos nomes que ELES amavam era o GRANDE e TALENTOSO Benito di Paula. O cara apresentava-se de brinco na orelha, um figurino diferente e fazia seu som sentado ao piano. Exatamente, um piano no samba.
       Minha "ignorância" (de ignorar) da época olhava com desconfiança o som que o diferenciado sambista fazia ao piano. Imaginava, naquele momento da minha vida, que roda de samba contava basicamente com surdo, violão, cavaco, pandeiro e instrumentos percussivos. Ledo engano, pois suas obras, riquissima produção autoral, atravessaram os tempos sendo até os dias de hoje uma das referências do samba no Brasil.
          Por que a contextualização? Para incrementar a discussão  que pode apresentar diferentes formatos e olhares sobre a diferença conceitual de samba e pagode. 
         Afinal, os gêneros podem ser classificados da mesma forma? Pagode é a mesma coisa que samba?Segundo alguns "conceitos" e opiniões o "Pagode" é uma animada reunião de sambistas, enquanto o samba apresenta uma definição atribuída à Patrimônio Imaterial  e Cultural do Brasil.
       Alguns afirmam que a essência é a mesma, embora tenham mudado algumas melodias e instrumentos musicais usados.
          A conversa rende muito pano...Enquanto isso, o Mestre Benito Di Paula continua colaborando com sua obra e seu piano. Contribuição imprescindível para avaliarmos que a chegada de um instrumento diferente à roda de samba pode colaborar com letras GARRAFAIS. "Tá Edinho, então reconhece que o músico Leandro Lehart, do Art Popular, pode ser considerado um SAMBISTA??" Ah..sei lá, pergunte ao "Pimpolho, que era um cara bem legal....". Desculpem a brincadeira...me confundo também.
         Até a próxima postagem...sobre o assunto   


4 de jun. de 2020

Novas parcerias (Parte 2) - Um olhar especial e diferente na direção do Armazém do seu Brasil


                                                                                 Acervo do artista Leo Andrades


              O ano de 2020 marca um tempo de muitas incertezas, medos, nuvens cinzentas e pesadas e muita insegurança para TODOS. É também o ano que o querido Armazém do seu Brasil completa 10 anos de existência. 
              Se as coisas estivessem normalizadas, sem "distanciamento social", números assustadores de óbitos aumentando no País e no Mundo estaríamos confraternizando as inúmeras conquistas e vivências que uma despretenciosa idéia provocou. Seria um blog tendo como ponto de partida um "boteco imaginário" para as resenhas, causos, amizades e muito samba bacana. Foi além.
             Seu personagens ganharam identidade visual, mais de 120.000 acessos foram registrados, os três volumes do livro foram para a revisão, uma artista bonequeira produziu os personagens, uma belíssima tela (painel dos Saraus temáticos) foi concebida, artistas de diferentes segmentos aproximaram-se, a cabeça não parou de girar.
             Novos parceiros foram identificados e se juntaram ao Armazém ancorados na NOBRE condição de escambo Cultural, ou seja, em tempos de recessão economica e de timidez nas relações pessoais, o que podemos oferecer como contrapartida são os custos mínimos e processos de visibilidade conjunta.
             Então, em meio a toda esta nova realidade identificada surge a importancia de disponibilizar um Canal no youtube do Armazém do seu Brasil. Como pontapé inicial serão produzidos programetes de 30 minutos num formato de roda de resenha de nego "véio" para compartilharmos nossos saberes e nossas coisas. Para assinar "mais esta ousadia" identifiquei um "Kid" em filmagem e fotografia. Sonhador, utópico, ousado, criativo e sensível como muitas coisas que circulam pelo ambiente da idéia.
         Quem é o cara?? Leo Andrades - um fotógrafo, VideoMaker, Músico e qualquer outra arte que fazem dele o cara inquieto como ELE mesmo se anuncia. Apaixonado por fazer parte de histórias e ajudar a contar ela de alguma forma interessante!
Quer saber mais sobre o carinha?? Acessa e localiza nas redes...EMOÇÃO garantida.

25 de mai. de 2020

Música e fé a serviço da arte – um pouco de Deborah Rosa


         
                                                        acervo da artista


          Posentão...
           A religiosidade do brasileiro pode ser considerada um dos ingredientes que   amenizam as agruras da vida moderna. Pensando nisso fui atraído por um flyer de divulgação de um show temático que ocorreria na Companhia de Arte, um simpático espaço cultural localizado no Centro Histórico de Porto Alegre.
           Tratava-se do show da cantora santa-mariense Deborah Rosa intitulado “Samba & Saravá”, uma mistura ousada agregando ao samba um ritmo e uma força inconfundível abrangendo a obra de cantoras, compositores e compositoras brasileiras com ênfase no afro religioso e, acima de tudo, na estética de culto com seus pontos, rezas e misticismos. Assim a cantora, ao lado dos músicos Daniel Rosa, Ricardo Vivian e Diego Ciocari apresentou ao público presente um repertório com uma duração de quase duas horas.
            Mas afinal de onde surgiu a cantora Deborah Rosa, dona de uma voz firme e uma capacidade de emocionar ao “interpretar” uma música? Deborah de Freitas Rosa, seu nome de batismo, herdou dos pais o gosto pela artes (música, plásticas, teatro e literatura). Em relação à música suas influências foram os discos de vinil da coleção do pai, onde grandes cantoras brasileiras como Clara Nunes, Angela Maria, Ivone Lara, Maria Bethania, Amelinha e tantas outras entoavam seus cantos e marcavam a infância da cantora gaúcha.
           Com uma trajetória que ultrapassa duas décadas de trabalho e contribuição para a cena musical do Rio Grande do Sul a cantora nascida na cidade gaúcha Santa Maria, reconhecida por sua população universitária, após circular com sucesso pela música nativista, com participação destacada em muitos festivais regionalistas, migrou para outra áreas. Assim a profissional das Relações Públicas graduada pela Universidade Federal de Santa Maria, desenvolveu experimentos artísticos em outros segmentos como o Jazz e a música negra litorânea do Rio Grande do Sul.
           Inquieta, nos últimos tempos, a cantora migrou suas atenções para o universo do Samba e com isso aprofundou suas pesquisas e buscas de maior sintonia na arte e obra reconhecida internacionalmente. Nesta fase de sua vida, um momento marcante em sua carreira foi o show de abertura da cantora maranhense Alcione, no palco de Santa Maria.
           Enquanto seu sonho de realizar um Musical, com todo o zelo que sempre teve com seus Projetos Culturais, a cantora Deborah Rosa segue cantando e encantando os espaços pelo Sul do País.
E com sua fé e trabalho segue resgatando e difundindo “os saberes, falares e cantares” que envolvem as ancestralidades e as matrizes africanas que moldaram nossa Cultura Brasileira. Assim foi realizado em 2019, no Theatro São Pedro, o mais requintado espaço cultural do Rio Grande do Sul. 

Nem tudo é "isolamento social". Agregando novas parcerias


                                                                     
           Acervo pessoal da jornalista e Marcelo Amaro - sambista gaúcho radicado no Rio de Janeiro

           Posentão...

           A Pandemia e o tal virus com nome de chuveiro elétrico dos anos 90 nos trouxe muita aflição, medo, tristeza, insegurança, desordem mental e tudo mais. Precisamos nos cuidar, nos proteger com os devidos resguardos e cuidados necessários para evitar o contágio e preservar a NOSSA e a Vida de TODOS.
          O futuro nos reserva uma reorganização nas coisas, tempos difíceis em relação ao novo quadro econômico mundial que se anuncia e os novos tempos nos motivam a preparar a retomada de nossas coisas, entre elas, nossos investimentos e parceiros culturais.
          Os "dedos" e as ações devem ser cirúrgicas para atingirmos, minimamente, nossos anseios e crenças de um Mundo mais leve através da arte, da poesia, da música, da literatura, da dramaturgia, as artes plásticas e de tudo que possa "tocar o coração das pessoas".
          Assim, em tempos de isolamento e comemoração dos 10 anos de existência do Armazém do seu Brasil necessitei reorganizar toda a programação idealizada para tais comemorações. Nesta nova etapa, as parcerias são fundamentais para o recomeço.
           Nos próximos dias, anunciarei uma série de novos parceiros e a reafirmação de alguns antigos. A primeira delas a ser celebrada é com a Produtora SohAres Produções, cuja responsável principal é a jornalista, escritora, pesquisadora e produtora cultural Indaiá Dillenburg. Cuja participação percorrerá caminhos do blog, do programa de rádio, da Consultoria, dos Projetos Sociais parceiros, diferentes produtos e tudo que estiver sintonizados com o boteco imaginário MAIS CHEIO DE VIDA que circulou nestas praças.    

3 de mai. de 2020

Filosofia em tempos de "Isolamento social" - João Paulo Silveira x Edinho Silva

          Acervo pessoal do João Paulo Silveira  -                        na imagem na companhia dos filhos(falta uma)


         Posentão...

        Em tempos de "isolamento social", numa mistura de medo, tristeza, expectativa, dor, saudades de uma vida "normal" (e os filósofos diriam..."O que consideras normal, Edinho?"). Putz!! La vem "ELES & ELAS" com suas teorias, seus pensadores, suas reflexões e tudo que nos causa frio nas costas. Por que frio? Simples. A grande maioria nos provoca a PENSAR sobre tudo, sobre todos.
         Eu tive muita sorte na vida...minha carreira de "filósofo de boteco" ganhou uma potencializada quando conheci o tio João Paulo Silveira (o moço da gravata encarnada...no centro do sofá, tio da minha mulher). Ufa...sujeito dinâmico, provocador, "duro como um aço" e ao mesmo tempo "mole como queijo provolone na chapa quente". Um carinha criativo, inteligente, de aguçada percepção das coisas, desafiador, inquieto, irônico, generoso em compartilhar conhecimentos. Filosófico, diria.
       Isto mesmo...o "carinha" transfere um certo medo ao aproximar-se. Por que? Explico, melhor. Sabe aquelas pessoas que CONHECEM UM POUCO DE TUDO um pouco e transpira "boas doses de trocas de conhecimento"? No início pode ser pavor, conversar com alguém com perfil e olhar superior, de quem domina bastante um determinado assunto e fragiliza a quem chega perto? Te aproxima, um pouco mais e acabará descobrindo que, o JP disponibiliza espaços e oportunidades para as "tais trocas". De uma conversa profunda de um pensador da mais alta prateleira de bibliotecas européias o tio filófoso nos conduz a uma resenha de boteco das mais saborosa. Melhor do que calabresa frita nos bares do Mercado Público de Porto Alegre.
       Dizendo isso pode parecer que o mocinho concorda com tudo que ouve?? Não. Talvez, esta seja a "porção de morango" no doce de chocolate, As divergências nos provocam a nos afastar e retornar com mais força para o debate. Mais instruído, mais reflexivo, mais maduro e mais seguro. E qual a surpresa?? ELE recebe com o mesmo afeto e sorrindo diz: "EU sabia que tu voltarias melhor...e mais!! Não melhorou para a conversa e sim, para tua reflexão e reorganização de idéias e pensamentos". Não é BACANA, termos um filósofo em nossa convivência? EU garanto que sim...
       Desde a primeira vez que teve acesso às coisas do Armazém do seu Brasil, acolheu com muito entusiasmo..."Pô, Edinho, meu sobrinho do coração, esta tua coisa de amigos imaginários, resenhas de nego véio e filosofias de botecos é muito boa".
        Elogio de Mestre do quilate do filósofo João Paulo é coisa chique?? Deve ser gravado e ouvido uma vez por semana...Assim funciona como uma dose de "12 anos" ou "uma  marisqueira de Osório".
JP Silveira - meu malvado favorito, digo, meu filósofo favorito MUITO OBRIGADO por seres inspirador nas minhas horas de produção textual em tempos de "Isolamento social".

Te admiro, te gosto muito e sou teu fã...sabe disso!
Carinhosamente,

Edinho Silva
E.t: À espera do "chileno tinto" encantado.     





26 de mar. de 2020

"Armazém do seu Brasil sua gente e suas histórias"....está nascendo \0/\0/\0/\0\/



     Michele Moura - professora de literatura e linguas - vestindo jeans ao lado da tela                                                                                                                                                              Imagem: acervo pessoal 

              Em tempos de resguardo "movimentar gavetas, papéis e sonhos" combinam com o planejamento para o retorno à vida normal. Tal tarefa passa por formatar as ações comemorativas aos 10 anos do Blog Cultural Armazém do seu Brasil.
              Dentre as diferentes ações idealizadas está o lançamento de uma publicação gráfica, dividida em tres volumes, que incluem textos, imagens, postagens, gravuras, ilustrações, depoimentos, entre outras coisas. 
              A revisão ficará a cargo da parceira do Armazém, Michele Moura, Atriz e Professora de Literatura e Linguas da Rede Pública Estadual que gentilmente colocará seus conhecimentos à disposição dos nossos "sonhos". 
            Mantendo a forma original a construção deverá ser coletiva. Os textos são meus, mas a revisão ortográfica, a formatação técnica, a colaboração das imagens, os traços, os eventos de lançamento da obra (?) tudo com a assinatura "DE GRIFE" de parceiros de fundamental importância.
            No evento intitulado NOSSO MOSAICO, estiveram reunidos artistas plásticos gaúchos e profissionais de diferentes áreas de atuação e pesquisa  e entusiasmados "pensadores" e seus objetivos comuns. Um deles: tornar a vida mais leve sob as bênçãos das artes.
            A imagem acima ilustra um evento bem bacana que realizamos em 2019 no NOSSO Espaço Cultural Atelie 1, localizado no Centro Histórico de Porto Alegre. Da direita para esquerda: Michele Moura (revisora e diretora financeira do Atelie 1), Deja Rosa (artista plástica da Casa Criativa), Ramon Alejandro (artista plástico e Presidente do Atelie 1), Marlisie Guimaraes (acadêmica de Psicologia e Educadora social), Lelei Ávila (Historiador e Gestor de empresas), Isabel Feijó (Gestora de negócios), Guaracy Feijó (artista plástica), Lúcia Santanna (Conselheira tutelar e liderança comunitária). Sentados, na direita Vitoria Santanna da Silva (Mestranda em Pedagogia) e Euzinho (Edinho Silva).

22 de jan. de 2020

Sobre a troca de saberes e o dever que temos, por Fernando Baptista





Imagem do acervo pessoal - Fernando Baptista - Jornalista, pesquisador e incentivador da Cultura Popular - atual Assessor de Comunicação da Prefeitura de Cruz Alta - Defini-se um BRASILEIRO simples que transita pelo samba, nativismo, do Norte e do Sul do País, da Lara e Venâncio. Da poesia de Aureliano a João Nogueira..

Quando o grande Edinho Silva me convidou para escrever algumas palavras sobre o samba para o Armazém do Seu Brasil fiquei muito honrado. Logo me veio a mente que a vida é uma eterna troca. Uma eterna contribuição entre os seres. Ao menos a meu ver. Troca de saberes, culturas, ensinamentos, experiências.
Tudo que nos é passado, de valia, temos que repassar. Ou então dar em troca algo novo. Que o próximo não saiba. Algo que ele ou ela, o amigo, ou até o desconhecido, não conheça.
Falo isso ao lembrar das ricas histórias sobre o carnaval que meu tio Caio Padilha, mecânico de mão cheia, boêmio de verdade, morador da Joaquim Nabuco, ao lado de onde nasceram os Imperadores do Samba, me deu em troca de um bom bate papo no Balneário Pinhal, com brisa leve e um samba novo trazido por mim. Pois o Padilha, malandro dos bons, me passava a importância, o que significava para ele, e para tantos, o carnaval, as suas escolas, Imperadores, Bambas, Praiana, os seus baluartes, mestres como Cláudio Barulho, Wilson Ney, Neri Caveira, Nêgo Izolino, Medina, Martinho da Vila, Neguinho da Beija Flor, entre outros. Entre um gole e outro escutávamos os bambas. Lp's e depois cd's.
Anos mais tarde comecei junto com outra referência para mim, meu amigo Marcelo Chala, a ir até estes mananciais de cultura que são as quadras das escolas de samba. O Chala é Bambista, filho de Bambistas e Portelense. Pois bem. Fomos a várias quadras, muitos ensaios, eu passando um pouco do conhecimento repassado pelo Padilha e ele me contando o muito que sabia e que soube através de seu pai, o saudoso Mourão, fundador do histórico Folhetim do Zaire. Tudo na base da troca de informações, saberes.
E aí chegamos ao episódio em que estávamos em uma destas quadras. E que quadra. Lá estávamos nós na casa dos Imperadores do Samba. Eu e outro irmão que vocês vão saber quem é em seguida, nas próximas linhas. Quadra cheia. Ensaio pegado. Mestre Neri Caveira conduzindo a Sinfônica. Naquele dia levei comigo outro apaixonado por música, cultura, samba e carnaval. E por uma boa batucada. Por percussão. Iglenho Burtet Bernardes. Conhecem? Pelo nome de batismo alguns sim. A maioria não. A maioria o conhece como Porã. DJ, radialista, jornalista, professor, boa praça, gente do bem. Porã ficou enebriado de emoção, em êxtase, ao ver aquela quadra. Sentiu a atmosfera, o clima. Era estreante naquele templo do samba gaúcho. E não se conteve. Ao ver um componente da bateria, exausto, largar o talabarte pediu para tocar. O incauto não conseguiu dizer não diante de tamanha insistência. Ou ficou compadecido ao ver aqueles olhos brilhando. A cara de pidão. Talabarte posto, baqueta na mão, olhar fixo no mestre Neri e lá ia ele realizar o sonho de ser integrante da Sinfônica. Nem que fosse por alguns minutos. Por um ensaio.
Ia...
O olhar fixo no mestre. Mas cadê o mestre? Neri, experiente, sabia de cor e salteado quem era quem naquela bateria. Naquela família. E Porã ainda não era daquela família.
E como um Usain Bolt Neri desceu do seu trono, trono pois Neri era tal qual um rei negro etíope de cetro na mão, e em segundos estava ao lado de Porã proferindo a célebre frase que nunca saiu da cabeça do meu amigo e da minha lembrança: tu não és da bateria! Um Porã quase choroso tirou o talabarte, rodeado de olhares, risadas. Sobraram minhas palavras de consolo e a ida até uma das copas da quadra. Afogar a mágoa no copo.
Notaram que eu disse que Porã ainda não era daquela família nas linhas acima? Não era, mas ia ser. Anos depois Porã não só virou surdo de segunda da Sinfônica, Mestre Brinco dizia que ele era melhor no contratempo do que no tempo, como se tornou um dos grandes e queridos ritmistas da Sinfônica. Levado pelo saudoso Mestre, cria e discípulo de Neri, me contou, em troca, que ali encontrou amigos, irmãos, uma família. Viu a importância da escola de samba para toda aquela gente. Viu que escola de samba não tem escola no nome fortuitamente. Viu que ali era lugar de pertencimento. Notem que apesar de batida a frase é elucidativa. Em uma escola de samba brancos e negros estão em pé de igualdade. Assim como pobres e ricos. Até muitas vezes o rico fica relegado ao papel secundário. Sai em uma ala qualquer. E a menina da comunidade é a rainha, o destaque. Viu que aquele espaço é lugar de resistência. Viu que tudo aquilo que me foi passado pelo Padilha e que eu passei a ele era mais do que verdade. A troca havia sido feita. E segue sendo feita.
Já fez sua troca hoje?

13 de jan. de 2020

Festa no Armazém do seu Brasil em 2020

                             Obra do artista plástico Ramon Alejandro Ruiz, do Atelie 1



           Posentão...
          Em 10/10/2010, encorajei-me a colocar nas ruas os textos, histórias e causos em formato de postagem. Um dos principais objetivos era compartilhar relatos engraçados e alguns, pretensiosamente, reflexivos, com meus amigos leitores. E assim vieram os primeiros textos e a necessidade de criar a identidade visual dos personagens imaginários da proposta.
         Resumidamente, o Armazém do seu Brasil é um buteco imaginário onde amigos encontram-se para as resenhas e uma boa roda de samba. Homens, mulheres, crianças, idosos e pessoas de todas as idades energizando-se num bom papo.
         O Armazém ganhou um formato e uma bela customização com a ilustre cabeça e caneta do publicitário Samuel Guedes - o Samuka do Andaraí e principal responsável pela STA Studio - empresa qualificada e especializada em design gráfico e uma lista de serviços na área bastante interessante. Os 12 personagens ganharam forma na mão do artista plástico Lucas Bairros.
         O tempo foi passando e a convite do jornalista e radialista Rogério Barbosa, chegou a oportunidade da produção e apresentação de um Programa de rádio do mesmo nome numa emissora web onde semanalmente apresento 120 minutos de informação curiosidades do mundo do samba, literatura, reflexão, doses de filosofia de butiquim, Cultura Popular, lazer e gente do Brasil.
          O público de seguidores ouvintes e leitores do blog foram crescendo e tornando o compromisso e a responsabilidade de oferecer um produto de qualidade crescia ainda mais. O número de seguidores do blog ultrapassaram uma centena e o número de acessos superou os 150.000 nesta última década.
          O desejo de publicar em formato pocket book as historinhas engraçadas do Armazém do seu Brasil aguardou um momento oportuno. E o cronograma de comemorações prevê o acréscimo de parceiro que possam ampliar ainda mais as coisas do Armazém do seu Brasil.
          Em 2020, estão previstos lançamentos dos volumes dos livros, do "Guardanapo" - informativo de boteco, maiores investimentos nos Saraus temáticos, a produção de um EP com faixas autorais,  criação de uma grife, a difusão dos personagens, a "invasão" nos palcos e nas redes sociais para compartilhar "com força" os acontecimentos do Armazém.
         A partir de janeiro estarei publicando mensalmente uma postagem de um(a) ilustre convidado(a) escrevendo texto sobre samba e sobre gente. Doze nomes com reconhecimento além fronteiras. "Coisa de grife", o troço...
        E gradativamente irei divulgando o cronograma das comemorações e atividades alusivas à década do espaço e da família Armazém do seu Brasil.
        Vamos?? To esperando "oceis"...