24 de mar. de 2011
Ao pé do ouvido
Outro dia encontrei o Zeca do surdo em pleno mercado público, mais precisamente no bar Naval comendo bolo de carne, tomando cerveja e externando sua indignação contra a vaidade masculina. O cara tava doido da vida. Sentenciava: "Mermão, assim não dá!! Os mesmos que criticavam as argolas e os acessórios do Benito de Paula (o amigo Charlie Bronw) nos anos 70 e 80 hoje usam brincos nas duas orelhas". Nosso polêmico, sambista do Armazém não aceita o fato de homens da sua idade e alguns um pouco mais jovens tatuarem-se com bichinhos, dragõezinhos, expressões desconhecidas e outras novidades do mundo moderno. Durante a conversa com seu amigo Deoli José, o moço esbravejava socando a mesa. "Se sou convidado para um batizado de algum menino e levo um par de brincos, o papai fica ofendido. Mas se o adulto depois de velho tá usando, ora". Ressalta que não tem nada contra tatuadores e é ferrenho defensor da livre expressão, mas brincadeira tem hora. Nego véio de brinco, não. Só se for cigano.
Porque não usaram na década de 60 ou 70?? Indaga ele. Além de corajosos, causariam um impacto positivo. Mas o uso atual acaba sendo exagerado. Coisa de massa de manobra, "engradado de coca-cola". Tudo igual. O que um faz o outro copia.
Prometeu falar outro dia o que pensa sobre os críticos de coisas como o piano do Benito e sua relação com o samba, sobre a regravação de sucessos bregas com novas(?) roupagens, sobre comerciais de cerveja com gente famosa, enfim não perder a oportunidade de propor reflexões.
Este Zeca, é mesmo uma parada.
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