20 de out. de 2022

Luis Dellamora - Mais um "pinho de grife" se juntando ao Armazém do seu Brasil

 

                                              Luis Delamora (violão) e Viviane Guedes - arquivo pessoal


            Posentão...

            Ao completar 12 anos de existência, o Armazém do seu Brasil, assim como muitos Coletivos de arte espalhados neste Brasilzão de resistências e lutas prepara-se para relançar em formato repaginado o regional "Batucada do Armazém".

            E o que seria a "Batucada do Armazém"? Como muitos e muitas sabem, carrego comigo um desafio de propor uma troca de saberes, reflexões e sentimentos a partir de uma roda de samba e resenha. Ou seria um Sarau temático? Ah...a concepção configura-se num mero detalhe, afinal se conseguirmos agregar pessoas que comungam de nossos sonhos, projetos e utopias "JÁ ESTAMOS GRANDES" no jogo.

            A primeira formação da "Batucada" tinha como liderança o talentoso, estudioso e comprometido Volnei Neves (quase Carlito Trovão...rsrsrs), o Dedo Pereira (violão sete cordas), o Fabio Ananias (voz e pandeiro), o Roberto Nascimento (e seus 5 ou 6 cavacos) e o inesquecível Gilmar Dornelles (surdo). Foram tempos de muitas emoções, aprendizados e gargalhadas. 

            Esgotado o ciclo anterior, a ascenção das coisas que cercam o "Armazém" sugeriram novos rumos, ressignificações, avaliações e planejamentos para buscarmos fortalecer nossas caminhadas. Desta vez, contando com a participação de 2 músicos da formação anterior (Dedo e Roberto), necessitamos ajustar os novos fomatos a partir de uma configuração diferente. Para isso, convidamos duas vozes femininas - Guaíra Soares e Wal Gonçalves para tornarem-se as vozes principais da "Batucada" e agregamos outros músicos aos processos de construção coletiva. Saão eles: Silvinho Xavier, com seu sete cordas e seu cavaco (agora cheio de maresia...rsrsrs), Ariel Lopez e seu container de instrumentos percussivos e mais recentemente, o violonista Luis Dellamora.

            Como o Dellamora chegou até o Armazém? Figura conhecida das rodas de samba de Porto Alegre foi até o Teatro de Arena, a convite da Guaíra, prestigiar o nosso "Fragmentos de Aldir & Ivone". Uma mistura de resenhas, emoções e muita música bacana. Respeitando os diferentes projetos individuais de cada participante, necessitamos de uma mão de obra para substituir em algumas datas, nosso regente Dedo Pereira.

            Como de costume, soltei no grupo, nossa preocupação. Imediatamente, a Guaíra liberou a sugestão ao  nome do Delamora. Referendado pelos demais, obviamente. Pelo telefone, tive a alegria de ouvi-lo relatar a emoção sentida no Arena. Agora, teremos churrasco com uma pegada de assador de Itaqui.

           Bons ventos, aproximam as biografias...Que a Batucada do Armazém possa ser por muito tempo uma ferramenta de conexão de coisas bacanas do Brasil.

            Seguimos....

                                    Edinho Silva

19 de out. de 2022

Era só mais um Silva em noite de gala - Foi um ato racista, sim!!

 

                                                    Seu Jorge e as filhas - Acervo pessoal do artista 


                Posentão...

                Infelizmente, não é novidade mais um ato racista envolvendo pessoas pretas e um grupo de pessoas preconceituosas proferindo ofensas. Isso ocorre diariamente, em diferentes locais do Brasil. Quando não é violência e bala perdida (ou achada?), são palavras e impropérios de todos os formatos que são dirigidos na direção de pretos, pretas, quase brancos ou quase pretas, como diz a música "Haiti", de autoria do Caetano Veloso e do Gilberto Gil.

                No último dia 14 de outubro de 2022, um dos grandes e reconhecidos Clubes sociais de Porto Alegre estava reinaugurando um de seus Salões, recentemente reformado com um grande jantar oferecido aos seus associados e amigos. A festa registrando muito glamour e pompa, com serviço de gastronomia requintado, traje alto esporte (ou de gala, não entendo destas coisas...), bebidas chiques e um show internacional para animar a festa. O nome do artista escolhido é o cidadão carioca, nascido em Belfort Roxo, em 08/06/70, de nome de batismo Jorge Mário da Silva, mais conhecido como "Seu Jorge". Os convites variavam, conforme informativos do próprio Clube, de R$600,00 a R$1.200,00.  Valores não apropriados para quaisquer "bicos", como diria Zeca do Surdo do Armazém.

            A noite estava agradável e o cantor Seu Jorge desfilava seu repertório com sua empolgada e talentosa banda. Após, convidar um jovem músico que os acompanhava para uma performance musical no palco, oportunizando com isso, o fortalecimento de um sonho do menino.

            Após a apresentação, o cantor aproveitou a oportunidade do microfone e a platéia atenta e compartilhou sua opinião sobre temas como a redução da maioridade penal, a educação como ferramenta de salvação da juventude brasileira, entre outras coisas.

            A platéia reagiu com gestos e sons ofensivos imitando macacos. A imitação seguiu palavras de ordem de cunho político "Mito, mito, mito...". Segundo algumas presentes, tais ofensas só aconteceram após o artista fazer algum sinal com uma das mãos, associando a um dos candidatos à sucessão presencial.

            Diferentes justificativas foram apresentadas para minimizar os atos racistas ocorridos naquela noite na grande festa do Clube. A repercussão imediata, as explicações(se é que tem??) e a vergonha alheia pelo episódio tomaram conta das redes.

            Particularmente, fico me perguntando se tal situação teria ocorrido se o convidado, também internacional, Michel Teló estivesse no palco?? Tenho minhas dúvidas...E se fosse a cantora Iza? Tenho certeza, que as grosserias seriam as mesmas.

            Pode parecer até piada de mau gosto, a minha...Por que não chamar o Gustavo Lima, ou os sóbrios Marrone, Leonardo ou Eduardo Costa (e seus famosos Cabarés??) Possivelmente, combinaria mais com a "Família, Tradição, Propriedade" e a GENTE DO BEM. #pelamor

            Continuo envergonhado...e não estou afim de seguir "façanhas" nenhuma....Assim voces me matam 😲😞  

            Tempos difíceis...