Tio João nos conta uma história “ligeiramente comprometedora”. Um episódio com ninguém menos que o Beto Casanova, o “pegador” das rodas de samba e ensaios de Carnaval. Objeto de desejo de muitas mulheres solteiras e ameaça aos homens casados dos pagodes de Porto Alegre o moço não poupava ninguém.
Machão, bom de dança e de batucada, chegava no samba sozinho e sempre saía acompanhado. Bailava e beijava dezenas de boca durante a noite. Era o cara.
Numa noite fria de julho em plena roda de samba encontrou seu parceiro, Maninho da Viola, numa agitada Casa da cidade. Depois de algumas “geladas” decidiram convidar duas cabrochas bonitonas para “relaxarem” num lugar mais calmo. E lá se foram, em plena madrugada embalados por muita cerveja, para um motel conhecido do bairro Azenha. A noite prometia e os quatro amigos decidiram ocupar o mesmo quarto e o demais espaços para agitar a noitada e torná-la mais quente. Após, os “exercícios do prazer” os casais posicionaram-se no sofá e na cama redonda do lugar.
No meio da madrugada, uma das mulheres (a parceira do Maninho) foi ao banheiro e demorou-se um bocado. O Beto Casanova, ainda sonolento, deitou-se ao lado do amigo e aconchegou-se no melhor estilo “conchinha”, bem encostado no parceiro que dormia um sono profundo.
Voltando do banheiro, a moça ao ver a cena esquisita (dois barbados dormindo de concha), aproximou-se gritando. E aos berros acordou todos no ambiente. O Maninho da viola, acordou assustado e empurrando o parceiro para o chão. “Que é isso meu, tá me estranhando? Sou espada e não gosto destas brincadeiras!! Tá maluco” – esbravejou o sambista.
Sem saber por onde iniciar as explicações, o garanhão Beto Casanova, anunciou o seguinte: “Eu sabia. Um dia este meu sonambulismo e os hábitos de dormir de conchinha ainda me trariam problemas”. Nenhum dos presentes, deu crédito à explicação.
E o tio João do Brasil quando soube da proeza tratou logo de espalhar o caso. Afinal como ele costuma dizer: “Sujeito marrento, eu não poupo. Falo mal mesmo”.
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