Uma galera aqui de Porto Alegre, subiu a Serra, mais precisamente Caxias do Sul, para desfilar numa Escola de Samba local. Carlito Trovão, Chico Olaria, Paulinho do cavaco, uma meia dúzia de mulatas passistas, algumas baianas e uns 10 ritmistas. A grana (cachê) prometida era bem boa.
O pessoal da harmonia (Chico Olaria, Carlito Trovão e Paulinho do Cavaco) já haviam ido à Caxias em algumas ocasiões anteriores ensaiar e toda vez que cobravam o adiantamento recebiam como promessa uma justificativa. "No próximo ensaio" - respondia o dirigente falastrão.
Chegou o dia do desfile e a turma de Porto Alegre sairia no finalzinho da noite, jantaria no barracão da escola, receberia a grana prometida, ajustariam a fantasia e cairiam no samba diretamente na avenida caxiense.
Quando o onibus da Capital desembarcou no salão onde ocorreria o churrasco (a janta), o primeiro a descer foi o Chico Olaria que encaminhou-se direto ao dirigente questionando o pagamento dele e de todo o pessoal recrutado por ELE nas escolas de samba de Porto Alegre. O dirigente enfurecido respondeu de forma truculenta: "Chega devagar, Chico. Já te falei que a grana sai depois. e não falo mais nisso, pombas". O carnavalesco, amigo do Carlito, não teve dúvidas. Chamou a turma de Porto Alegre e foi direto à churrasqueira recolhendo os espetos (com carne cru ainda) e dirigindo-se ao ônibus. Liderou o retorno à Porto Alegre. Aos berros, o dirigente bradava "Voce não pode fazer isso!!E o povo da escola não vai jantar??". O Chico respondeu prontamente: "Que comam, galetos e massas e com o TEU CARTÃO DE CRÉDITO". E finalizou "Motorista, toca para Porto alegre, direto para a quadra da Praiana e vamos comer este churras por lá".
O Carlito ficou perplexo também, mas concordou com o amigo que voltou de Caxias com espetos de costelas bovinas enroladas num saco plástico.
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