O Ademir, sujeito sério, de poucos sorrisos, considerado um homem rígido com as coisas da vida, fragilizava-se com situações como esta - morte de amigo. Com isto não se brinca, mesmo!! O Luis Ronaldo foi quem trouxe a noticia e os detalhes de velório e enterro para que os amigos pudessem acompanhar os atos fúnebres.
Reuniram-se em três carros e rumaram para o cemitério anunciado pelo Luis Ronaldo. Chegando lá, por cruzarem-se poucas vezes com as respectivas familias, não conheciam muito bem a viúva, assim como os filhos do falecido.
Ao chegar, o sisudo Ademir, não conteve as lágrimas e chorou compulsivamente. Nenhum integrante da turma teve coragem de aproximar-se do corpo do falecido e era uma choradeira coletiva. O Donato, o mais calmo da turma, aproximou-se da viúva e apresentou os pêsames do resto do grupo. Ela agradeceu e perguntou de onde conheciam o falecido?? Enquanto rolava a conversa, o Ademir não parava um só minuto de chorar. Era pura emoção. Quando o Donato respondeu - "No nosso plantão, na vigilância, éramos muito amigos, sabia, senhora?". A viúva respondeu, um pouco assutada: "Nossa, nem sabia que o Vicente era vigilante??". E concluiu "E sempre trabalhou com eletricidade, na CEEE e nunca onde o senhor acabe de me dizer que conhece ele". Putz, o Donato foi percebendo que algo estava errado. E o Ademir não parava de chorar. E cada vez mais emotivo, chorava, soluçava de forma incontrolável. Após uma ligeira investigação o Donato descobriu que estavam no cemitério e no enterro errado. E quem disse que, o Ademir acreditava ou parava de chorar??
Depois de um longo tempo entre lágrimas e perplexidade, foi sensibilizado a acompanhar o restante da turma até o cemitério certo, do outro lado da cidade.
Como diz, o Carlito Trovão outro integrante da turma: "Os brutos também amam e até choram, né mesmo??"
Nenhum comentário:
Postar um comentário