25 de jun. de 2012

Sujinho, mas bloqueado

               

              A mulata Soraia, na companhia do maridão Genésio e de amigos, partiu rumo à cidade de Rio Grande para aproveitar as delícias gastronômicas, artesanato e as propostas culturais da Festa Nacional do Peixe. Há alguns quilômetros distantes de Porto Alegre,  conforme prévia combinação o veículo de turismo parou num restaurante de beira de estrada para que os passageiros pudessem ir ao banheiro ou até mesmo fazer um lanche.
              Filas enormes formavam-se nos banheiros, no buffet dos salgados, das revistas. Verdadeira desordem no lugar. A Soraia optou em tomar sua "média com leite" e comer seu pastel com ovo antes de ir ao banheiro, pois assim ganharia tempo para alimentar-se.
             Com o retorno das pessoas ao ônibus, pressão de alguns passageiros mais exaltados, a mulata precisou agilizar sua ida aos sanitários. Depois de longa espera, adentrou o espaço, logo após a saída de uma senhora "ligeiramente" gorda que havia ido estado minutos antes no mesmo estado. O aroma não era dos melhores, numa mistura de creme de ervilhas, mocotó, peixe escabeche e repolho refogado, a combustão era forte. E o cheiro então?? Sem comentários.
             A amiga da Dona Morena, a mulata Soraia precisava ser rápida e objetiva naquele espaço exíguo, de porta limitada, fedorento e cheios de "brindes" espalhados pelo chão. Era o que a casa oferecia. No exato instante, em que a moça preparava-se para sentar no vaso sanitário seu celular começa a tocar desesperadamente. Numa ação "rápida" foi sacar o aparelho, quando o mesmo espatifou-se no chão. Era pedaço para todos os lados. Uma confusão naquele cubículo mal cheiroso. Com a pressão da coordenadora do passeio, a pressa em sair daquele lugar assustador a Soraia reuniu os pedaços do celular e saiu às pressas para embarcar no ônibus rumo à Rio Grande.
             Após vários quilometros rodados, Soraia precisou efetuar uma ligação e não conseguiu concluir. Abriu o aparelho e constatou que, o mesmo estava sem o chip. E agora, o que fazer?? Foi até à coordenadora do passeio, que procurou ajuda ao motorista para retornar no restaurante. Foram informadas que, em razão das estradas e dificuldades de retorno, infelizmente, seria impossível naquele momento e sim no retorno do passeio. Tristeza, bloqueio na empresa de telefonia e constrangimento. A Janete, parceira de banco e velha conhecida da Soraia, jura que a amiga estava escondendo alguma coisa. Ou estava sem créditos no celular, ou o aparelho caiu no vaso ou até mesmo o tal chip repousou ao lado de algum "moreno mole" decorado com milhos. Temas mal cheirosos, prefiro não discutir, como costuma dizer Dona Morena.                           O mais importante é que o aparelho tá bloqueado. Talvez, cagado...mas bloqueado. 

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