23 de jan. de 2013

Sambando na barriga

Esta é na conta da Dona Morena (a quituteira)


Foto
                 Todos os anos o litoral gaúcho tremia com o balanço e a batucada do bloco carnavalesco MACAS. E assim evoluía o Carnaval da alegre praia do Litoral Norte. Instrumentos afinados, samba na ponta da língua, bonitas e criativas fantasias, alegorias e uma vistosa e exuberante rainha de Bateria - a mulata Fafá. De batismo Rafaeli Gingado Moreira. Tinha balanço até no nome.
               A "bonitona" que iniciou seu envolvimento com o Carnaval da praia quando seu bloco MACAS era apenas uma brincadeira entre amigos foi crescendo junto com o movimento cultural do lugar. Cresceu ficou adulta, mantendo sua paixão pelo Carnaval e os amigos que se reuniam neste períodos. No bloco de ontem, transformado em escola de samba de hoje fez de tudo um pouco. Cantou na harmonia, tocou tamborim, costurou fantasias, coordenou alas, compos sambas enredos, empurrou alegorias. Participação direta. Veio a primeira gravidez e a danada não sossegou. Meteu uma fantasia bacana e apropriada e caiu no samba. Algum tempo depois, cruza em seu caminho, o nego JÔ. Membro do bloco desde cedo, ainda criança, assim como a Fafá, apoiava o mestre Batista, o regente da Bateria do MACAS. Já adultos, o casal encantou-se mutuamente. Mas o fascinio dele foi maior, afinal as pernas roliças da moça, sua pele perfumada e os olhos amendoados tiravam o cara do sério.
            No Carnaval de 2012, a Fafá, agora gravidona do segundo filho, fruto do amor sambista com o JÔ, desta vez era rainha de BATERIA da escola. Sonhava com o modelito exclusivo para o desfile e tal.
Putz, chegou a ordem do desfile e o regulamento do Carnaval que, proibia terminantemente o desfile de destaques grávidas. E agora o que fazer?? A bela Fafá não desfilaria num papel de destaque?? Nada. O nego JÔ, providenciou uma ala de mulatas exclusiva para cortejar a maior de todas as RAINHAS de BATERIA (proibida pela gravidez, mas feliz por sambar ao lado do amado e na escola do coração). O serviço de bordo, digo de avenida, foi top de linha para a avenida. Nada poderia dar errado. Afinal, as mulheres ficam mais belas quando gestantes. Enjoadas, mas bonitas. E o desfile chegou. Era os tamborins falando alto, o cavaco chorando, as pessoas cantando e o nego Jô de um lado para outro, cortejando sua amada que, a cada passo, comia um temaki ou um pedaço de pizza portuguesa.
          E a bonitona chegou feliz na dispersão, com o samba na ponta da língua, seu bebe sambando no ventre, mãos dadas com o amado Jô e os lábios sujos de catupiry.


2 comentários:

  1. Bonita história, combinando o amor que une uma família com o amor pelo carnaval.

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  2. Me lembra muito um lugarzinho especial, bem próximo ao oceano atlântico. Onde aprendi e desenvolvi minha paixão pela carnaval. E onde construí minha família. Me identifiquei com o nego JÔ

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