21 de jul. de 2014

Juliano Barcellos - um moço de alto e Puro Asthral


Quando nasceu, em 25 de julho de 1984. o garoto Juliano Barcellos Costa recebeu uma homenagem ao vivo num programa de rádio em Porto Alegre. Seu tio, o saudoso Carlos Alberto Barcelos Roxo, anunciava no microfone que chegara na área do samba um guri que daria muito o que falar. Não errou. O tiozão, jornalista, músico, cantor, mestre de bateria e radialista não enganara-se. O cara tinha mesmo "genética de arte, música e cultura popular" nas veias. Seu avô paterno, Nadir Costa,  também era músico. Tocava piston, trombone e outros instrumentos de sopro nos clubes de Bagé.  
Infelizmente, não o conheci, mas devia agitar os Zíngaros o avô do Juliano. Segundo sua mãe, Vera Daisy, enquanto muitos bebês brincavam com brinquedos de borracha o moço costumava bater nos móveis com pedaços de pau simulando batucadas. O menino já tinha ritmo, inclusive. Na medida que ia crescendo os pedidos de presentes de Natal também variavam. Na lista, enquanto os amigos pediam bolas e carrinhos, Juliano pedia instrumentos musicais (violão, tamborim, teclado, tarol, tambor, entre outros). 
Na adolescência, os discos de vinil do paizão Ricardo (João Nogueira, Cartola, Jamelão, Candeia, Bezerra da Silva, Tim Maia, etc.) eram manuseados com muito gosto por Juliano. Ouvia tudo de samba e MPB. Dormia e acordava cantando. Aliás, até os dias de hoje acontece. Um pouco mais tarde descobriu o "surdo", instrumento percussivo que o habilitou a ingressar no Carnaval, como ritmista e como ensaiador auxiliar de bateria. E assim o moço, aproximou-se de sambas clássicos (dos anos 60, 70 e 80) populares e enredos. Em pouco tempo o Carnaval chegou na vida do moço. Participou de Concurso  para a escolha do samba-enredo da Academia de Samba Praiana, de Porto Alegre, e depois para a Bambas da Alegria, de Uruguaiana. Não venceu, mas saiu motivado para novas criações. Hoje seu vínculo afina-se com a Verde rosa, Praiana e a tricolor da COHAB Santa Rita de Guaíba. Mantém também um trabalho à frente do grupo de samba Puro Asthral, desde 2010, onde estabelecem um trabalho de pesquisa e resgate a todos clássicos de samba que encantaram o Brasil de todos os tempos.  
Em meio a tanta batucada, ainda sobra disposição e interesse pelo profissional e pelo social. Isto ocorre a partir de sua qualificação acadêmica na área da educação física. Educador físico e ex-jogador de basquete, dedicou parte de seu tempo a ministrar aulas para crianças, adolescentes e jovens numa comunidade de grande vulnerabilidade social da capital gaúcha, a Vila Cruzeiro do Sul. Atualmente, desenvolve atividades culturais, de arte, esporte e cidadania junto a adolescentes de uma escola da rede municipal no Morro dos Alpes.
E assim, apresento uma pequena síntese da trajetória de mais um amigo do Armazém do seu Brasil. Juliano Barcellos - o moço de alto e Puro Asthral.
Edinho Silva
 

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