Durante os 62 Jogos Universitários Brasileiros enquanto acompanhava a equipe feminina de basquete que representava o RS pude observar belas imagens nas arquibancadas. A partida em questão havia sido prevista para uma quadra localizada numa das melhores escolas do ensino privado de Aracajú localizado no Centro da Capital Sergipana. A Comissão Organizadora dos jogos distribuiu as partidas em diferentes locais, de clubes sociais a escolas da Cidade.
Em meio a arremessos e cestas, um grupo de alunos de ensino fundamental de uma escola pública vizinha ao charmoso colégio onde o jogo era realizado comandados por duas professoras adentrou o ginásio e passou a acompanhar atentamente o jogo. Pelas roupas e pelo material escolar que conduziam as crianças evidenciavam suas origens humildes. Nada disso, entretanto, reduzia sua vibração e sua torcida entusiasmada. E assim ao me aproximar conheci um pouco mais os pequenos Luiz Gustavo, o Wikson Tadeu, a Yasmin, o Ricardo Gabriel, a Letícia, a Michele, o Leonardo e a Synara, alunos e alunas da Escola Municipal Tancredo Neve - 3o. ano. Conversa boa e animada confirmou o que pensava sobre os "queridos torcedores". Muitos (se não todos??) desconheciam completamente os fundamentos de basquete, nenhum nome expressivo que representou o Brasil em alguma Olimpíada e sequer tocado numa bola de basquete. A função naquela manhã tinha um propósito: Por alguns minutos, naquele belo ginásio de esportes, os pequenos aproveitariam seu intervalo de aula para ver de perto uma partida com este formato.
Depois do papo tentei retomar a atenção na partida, porém confesso que não consegui. Por que?? Lembrei da triste realidade brasileira e seus projetos de incentivo ao esporte e suas práticas. O "grosso" dos recursos públicos seguem direto na direção de atletas de alto rendimento e seus clubes de grife. E as comunidades mais carentes de educação e incentivo ao esporte?? Prefiro não responder.
Outro dia, escrevo sobre o assunto...#tristezalheia.
Edinho Silva
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