O título por si só traz um significado tremendo - para mim.
Dois primeiros verbos que juntos trazem uma ideia de dinamismo com
profundidade. Aquilo que buscamos nos faz mantermo-nos em movimento, então
buscar pode ser encarado como sinônimo de vida, pois a vida é movimento.
Nascemos, crescemos e partimos.
Parece estranho olharmos para isso com simplicidade e
naturalismo, afinal, todos nós passamos por esse processo – assustador - querendo
ou não e meu amigo, sinto informar, mas logo mais tu não estarás aqui também.
Lembra-se dos teus 15 anos? Parece que foi ontem? Daqui 30, 40, 50 anos vai ser
a mesma sensação de tempo. Tudo que passou se interioriza dentro da gente como
se fosse um tempo muito menor, e sabe por quê? Nosso cérebro não lida muito bem
com o “cronológico”, ele não identifica muito bem tempo, nem objeto material,
ele identifica melhor eventos específicos conforme seu grau de emoção. Daí vem
outra razão para lembrarmos muito mais do que nos gerou emoções fortes do que aquilo
que não ocupou esse espaço. Então eu te pergunto, vale mais a pena ter ou
sentir? Vamos lá, analisando a lógica: se sentir te faz lembrar mais, registrar
mais e, portanto, mais sensação de vida (tempo e intensidade), se subentende
que sentir é viver mais e melhor por consequência. Inclusive bons sentimentos
geram hormônios mais positivos para nosso corpo.
Trocamos inúmeras vezes nosso dinheiro por objetos que não
nos trazem registros importantes, que satisfazem um desejo passageiro e
superficial, que não iremos lembrar e comemorar um dia pela conquista e que na
maioria esquecemos até que temos. Quanta vida jogamos fora com isso? Quantas
lembranças poderíamos colecionar e lá no fim, no “acerto de contas”, olharmos
para trás e dizermos: é, lembro de bastante coisa, viajei, experimentei, amei, apaixonei, vivi o
mais intensamente possível.
Convido-te a viajar dentro de si, nas tuas emoções, nos teus
sentimentos, reestruturar aquilo que te remete valor. Esse convite é extensivo
a todos aqueles que através da tua felicidade e reconstrução vão estar sendo
beneficiados, pelo fato de conviverem com alguém melhor, mais apto a
influenciar positivamente seu arredor e contribuir para que haja um meio mais
amoroso e de significado. Afinal, viver só faz sentido se for sentido
coletivamente, pois sentir é relacionar-se com algo ou alguém, nenhum
sentimento surge sem um objeto gerador. Portanto, o sentimento do outro também
te diz respeito, também é do teu interesse e ambos contribuem um com o outro.
Em um meio onde nós façamos nos detalhes da vida a vida dos outros melhor,
estaremos afirmando nosso papel de colaboradores para um sistema mais vivo, com
toda complexidade que a palavra ‘viver’ nos traz.
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