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Posentão...
Hoje pela manhã, assisti uma reportagem diferente no SPORTV.
O protagonista era um torcedor gremista, seu José, que viajou à Argentina para
assistir a sexta Final da Libertadores da América de sua vida. A partida tinha
do lado argentino a equipe do Lanus e do lado brasileiro, o Grêmio. Até nada
atípico, afinal, como a composição do Lupi já fala “...Até a pé nós iremos,
para o que der e vier...”. O gremista, com seus aparentes 60 anos, torcedor
fanático, vestia uma camiseta do Lanus, equipe adversária. Perguntado sobre a
razão ELE explicou que os ingressos haviam se esgotado na torcida gremista e
com isso, só restava espaço no lado argentino. Seu José não teve dúvidas, foi
até o comerciante ambulante e comprou uma camiseta do adversário para assistir
a partida.
“O senhor conseguiu controlar a emoção?? Não temeu ser
descoberto??” perguntou o jornalista. Seu José imediatamente respondeu: “Filho,
acompanho o Grêmio a tanto tempo e venho de tão longe para prestigiar meu time,
como não fazer o IMPOSSÌVEL para estar na torcida??”. Putz... Baita lição,
diria Eduardo Galeano. Futebol acima de tudo.
Ontem no dia do jogo, depois de algum tempo longe das
partidas finais da Competição e da surra que tomamos do BOCA, do Riquelme e
sua turma, chegou a vez de disputar o jogo contra uma outra equipe. O modesto
LANUS, já havia feito várias proezas na Competição e todo o cuidado seria
pouco. Nosso Gremio, treinado pelo narciso e marrento Renato Portalupi,
anunciava diferentes ações para não deixar escapar o título de TRI-CAMPEÃO DAS
AMÉRICAS. O Luan estava confiante numa boa atuação, tínhamos uma baixa na
defesa, mas tínhamos também a garantia do “Geromito”. O Artur estava tranquilo
e o goleirão Grohe em boa fase. Tudo conspirava para um final feliz.
Arena lotada numa ação do Clube. A avenida Goethe e demais
ruas da cidade tomada de bandeiras e camisetas tricolores. Era só alegria. A “flauta
colorada” no ar. Um sentimento de “secação colorada”. Minha camiseta gremista perfumada.
Meu amado Ricardinho fardado. Cerveja no ponto para acompanhar os petiscos da
noite. Enfim...tudo “azeitado”.
Decidi voltar para casa caminhando e passei pelo Parque
Moinhos de Vento para testemunhar a energia e o movimento. Coisas de
supersticioso. Reencontrei amigos e parceiros de longo tempo. Em eventos como
estes, finais de campeonatos ao ar livre, é bem fácil reencontrar pessoas. E
assim fui “atacado” pelo nego Betinho, uma pessoa especial, amigo de longa
data, coloradaço, que um dia me apresentou a “Coréia” – um setor do Beira-rio
onde os torcedores assistiam as partidas em pé e curtiam muito todo o
espetáculo. EU, mesmo com todo meu “Gremismo” tive o prazer de aplaudir Falcão e Escurinho
(dois craques colorados) ao lado de muitos “coreanos”. “Tá, mas tu não és
gremista, Edinho?? Como pode ir no campo adversário??. Respondo sem pestanejar:
“Sou gremista, mas gosto de futebol bem jogado (ou BOM FUTEBOL)”. Bem simples.
O Betinho de camiseta azul vendia latas de cerveja (os
famosos latões...rsrsrsrsrs) antes da partida final. Fiquei curioso e perguntei
no seu ouvido: “Bah, nego triste!! Virou a casaca?? Tu não eras colorado, afú??”.
O cara que guardava punhados de cédulas de R$10,00 num dos bolsos da calça, me
respondeu: “Edinho, meu nego!! Nem o Portaluppi, nem o Dalessandro, nem o Luan,
nem o Sasha me pagarão o panetone dos neguinhos. E o “meu gelo”, quem banca?? E
a boneca da Ritinha, minha caçula?? Não quero nem saber de Segunda Divisão, nem
Campeão da América, de fiasco da Seleção Brasileira. Preciso e quero recuperar
meus trocos, né mesmo?? ” Coberto de razão. Nem o Presidente Bolzan, nem o
outro da Padre Cacique pagam o botijão de gás, a conta da CEEE e nem a costela
do Rissul. Então, acho que o Betinho tem razão. E como tem??
Ontem ainda, postei nas redes sociais uma brincadeira sobre
o momento argentino rubro. Não era aplauso ao talentoso D’alessandro, mas sim
ao esforço que muitos fizeram para torcer para a equipe argentina. Numa torcida
contrária à do Grêmio. Tá errado?? Sei lá...cada um tem a sua razão. EU NÃO
SECARIA!! JURO...
Se meu adversário tá bom, meu dirigente precisa “se puxar”.
Se ELE está ruim, meus atletas relaxam e meus dirigentes não se movem. Para
finalizar, EU também, sou contra a tal estátua do Renato. Se o Everaldo não
teve, por que o Portallupi, treinador da era moderna teria??
E digo mais...se o “Nóia” tivesse o Artur, o Nico Lopes,
Luan e o argentino gremista daria 2 gols para o LANUS.
Edinho Silva
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