O NOME
DELA É GUAÍRA SOARES
Olha eu
de novo aqui. Feliz, chegando com um tema que me faz sempre sorrir. O tema tem
nome e sobrenome. Estou falando de Guaíra Soares. E independente de termos
nascido na mesma família, pois tenho a honra de ser sua irmã, gosto de falar
sobre essa artista que eu chamo de “minha estrela”. Porque é isso que ela é:
uma estrela. Voz rasgada, extremamente afinada, intérprete visceral. Nascida em
Porto Alegre, se autodenomina: mulher, negra, mãe,periférica, cantora,
intérprete, compositora e sambista.
Mas ela
é mais. É também, produtora cultural e acadêmica de Serviço Social, uma escolha
que tem tudo a ver com sua história de vida. Sempre pronta a ajudar o próximo
sem a parada de assistencialismo e sim vendo o potencial de cada um. Das
inúmeras coisas que a vi fazer buscando auxiliar aos que mais precisam. Lembro
de um sopão com música, onde ela chamou vários parceiros do samba e promoveu um
evento na quadra da Imperatriz Dona Leopoldina, na zona Norte de Porto Alegre.
Pensa em “estrelas” se dividindo entre a cozinha, na preparação do sopão, e o
palco. Foi um dia de muito afeto que guardo no coração. Ao final os
participantes da “Ação Solidária” percorreram as ruas da Zona Norte para
distribuir carinho e o alimento produzido às pessoas em vulnerabilidade.
Guaíra
é uma das idealizadoras e integrante da Ascomga (Associação de Sambistas Compositores
Gaúchos), projeto itinerante onde compositores têm espaço para mostrar suas obras,
fortalecendo o samba autoral. Integra, também, o coletivo Mulheres do Samba
Sul, atualmente com mais de 40 mulheres. Dentre suas realizações, uma homenagem
ao cavaquinista Alemão Charles do Cavaco, pelos seus 30 anos de carreira. Com
seu potencial agregador reuniu, no espaço cultural Afrosul Odomodê, mais de 30
cantores, cantoras, compositores e compositoras, nomes do Samba gaúcho. Na
oportunidade apresentou uma música de sua autoria para o homenageado. Outra
participação da Guaíra que merece destaque foi no CD Janelas Negras, produzido por
Carlinhos Santos, com a música Madrugada, composta por ela. Idealizou ainda, o
Projeto Ele, Elas & o Samba, com o intuito de homenagear grandes nomes do
samba como: Noel Rosa, Cartola e Grupo Fundo de Quintal.
O
Teatro Renascença, também acolheu uma produção da Guaíra Soares. Com minha parceria
na produção, onde tive a honra de assinar o Projeto chamado “Compondo a Vida”. Participou
com composições autorais, do espetáculo “O Ventre do Samba”, com outras vozes
femininas, com apresentações no Teatro Bruno Kiefer e Rua do Samba, da Casa de Cultura
Mario Quintana.
Integrou,
como convidada especial, a primeira edição do Projeto Vozes do Samba, realizado
no Teatro do CIEE. Deste projeto nasceu a Gala Vozes do Samba, espetáculo no
qual dividiu, com outras cinco intérpretes, o palco do Teatro Renascença. Participou
do Sarau da Oficina de Extensão Presença de Palco Para Músicos do Instituto de
Artes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS.
Durante os anos de
2020 e 2021, em função da pandemia da Covid-19, para ficar mais perto do
público que a acompanha, apresentou nas suas redes sociais o projeto QUINTAS À CAPELA
COM GUAÍRA SOARES, com uma música à capela por semana. Além de suas composições
autorais pode interpretar composições de pessoas que admira.
Assim
defino a Guaíra, inquieta, ousada, resistente buscando a todo instante elos
entre música, poesia e arte que representam um compartilhamento e troca de
energia com o público que acompanha sua trajetória.
Para
encerrar, Guaíra, participou do projeto Encontro Poético com Autorais, lá no
Solar dos Dillenburg, nome carinhoso que conferi à minha casa, cuja atração foi
uma homenagem a Dona Ivone Lara. Este amor pela dama do samba fez com que
integrasse outro importante projeto que eu falarei mais adiante por aqui. Por
ora, quero deixar registrado meu orgulho por essa estrela que ainda tem muito
para brilhar e eu acompanho sempre na primeira fileira.
Grande
beijo. Até a próxima!
Indaiá Dillenburg
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