19 de out. de 2022

Era só mais um Silva em noite de gala - Foi um ato racista, sim!!

 

                                                    Seu Jorge e as filhas - Acervo pessoal do artista 


                Posentão...

                Infelizmente, não é novidade mais um ato racista envolvendo pessoas pretas e um grupo de pessoas preconceituosas proferindo ofensas. Isso ocorre diariamente, em diferentes locais do Brasil. Quando não é violência e bala perdida (ou achada?), são palavras e impropérios de todos os formatos que são dirigidos na direção de pretos, pretas, quase brancos ou quase pretas, como diz a música "Haiti", de autoria do Caetano Veloso e do Gilberto Gil.

                No último dia 14 de outubro de 2022, um dos grandes e reconhecidos Clubes sociais de Porto Alegre estava reinaugurando um de seus Salões, recentemente reformado com um grande jantar oferecido aos seus associados e amigos. A festa registrando muito glamour e pompa, com serviço de gastronomia requintado, traje alto esporte (ou de gala, não entendo destas coisas...), bebidas chiques e um show internacional para animar a festa. O nome do artista escolhido é o cidadão carioca, nascido em Belfort Roxo, em 08/06/70, de nome de batismo Jorge Mário da Silva, mais conhecido como "Seu Jorge". Os convites variavam, conforme informativos do próprio Clube, de R$600,00 a R$1.200,00.  Valores não apropriados para quaisquer "bicos", como diria Zeca do Surdo do Armazém.

            A noite estava agradável e o cantor Seu Jorge desfilava seu repertório com sua empolgada e talentosa banda. Após, convidar um jovem músico que os acompanhava para uma performance musical no palco, oportunizando com isso, o fortalecimento de um sonho do menino.

            Após a apresentação, o cantor aproveitou a oportunidade do microfone e a platéia atenta e compartilhou sua opinião sobre temas como a redução da maioridade penal, a educação como ferramenta de salvação da juventude brasileira, entre outras coisas.

            A platéia reagiu com gestos e sons ofensivos imitando macacos. A imitação seguiu palavras de ordem de cunho político "Mito, mito, mito...". Segundo algumas presentes, tais ofensas só aconteceram após o artista fazer algum sinal com uma das mãos, associando a um dos candidatos à sucessão presencial.

            Diferentes justificativas foram apresentadas para minimizar os atos racistas ocorridos naquela noite na grande festa do Clube. A repercussão imediata, as explicações(se é que tem??) e a vergonha alheia pelo episódio tomaram conta das redes.

            Particularmente, fico me perguntando se tal situação teria ocorrido se o convidado, também internacional, Michel Teló estivesse no palco?? Tenho minhas dúvidas...E se fosse a cantora Iza? Tenho certeza, que as grosserias seriam as mesmas.

            Pode parecer até piada de mau gosto, a minha...Por que não chamar o Gustavo Lima, ou os sóbrios Marrone, Leonardo ou Eduardo Costa (e seus famosos Cabarés??) Possivelmente, combinaria mais com a "Família, Tradição, Propriedade" e a GENTE DO BEM. #pelamor

            Continuo envergonhado...e não estou afim de seguir "façanhas" nenhuma....Assim voces me matam 😲😞  

            Tempos difíceis...                                                                                                          

Nenhum comentário:

Postar um comentário