Tia Cenira nos conta que, seu compadre Leandrinho preparou uma das suas para a comadre Betina no último Natal. A dona de casa e cozinheira de mão cheia iniciava os preparativos para a ceia de Natal da família, quando convocou o maridão para comprar as frutas no Mercado Público no centro da Cidade.
Antes de comprar as frutas, Leandrinho resolveu dar um passeio dentro do Mercadão e lá, encontrou seu velho amigo dos tempos de colégio, o Hugo Fumaça – o pagodeiro da turma. Pra matar a saudade e dar umas boas gargalhadas decidiram tomar uns chopps no Chalé da Praça XV. O garçom ia trazendo canecos e mais canecos de chopp e a tarde ia avançando. Sem perceber o tempo passar, muito chopp foi consumido.
Foram muitos canecos ingeridos até o Leandrinho encaminhar-se para a seção das frutas e escolher as laranjas, os abacaxis, as ameixas, morangos, maçãs e todos os ingredientes encomendados pela comadre Betina. “Ligeiramente alcoolizado”, o moço embarcou numa lotação e dirigiu-se para casa. Bem acomodado numa poltrona do fundão do veículo, ajeitou as sacolas entre as pernas e deu início a um cochilo pós chopp.
Não só adormeceu no trajeto, como perdeu a parada de desembarque. Ao acordar, sobressaltado, não percebeu que a sacola das laranjas havia rasgado e as mesmas haviam percorrido todo o corredor da lotação. Muita semelhança a uma pista de boliche.
Pagou a passagem e desceu apressado na direção de casa. Ao chegar, foi recebido pela enfurecida comadre Betina que foi logo solicitando as laranjas para a produção do pudim especial de Natal. Uma promessa de sobremesa diferente à toda a família. Infelizmente, não rolou. Aliás, o que rolou na lotação foram as laranjas.
Tia Cenira conta que, de tão furiosa pelo descaso e bafo de trago do Leandrinho, a comadre Betina apanhou uma lata de pêssego e uma caixinha de creme de leite e levou para o jantar de Natal. E a salada de frutas? Fiicou sem a vitamina C das laranjas, apenas com o colorido do suco de pacote.
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