20 de jan. de 2011

Cesta ou sexta básica?


   
         Tio João conta que, o Renatão era um cara legal. Aliás, bastante legal. Bom pai, trabalhador, discreto, atuante na vida dos filhos até a fase adulta, ativo nas lidas domésticas, caseiro, recatado. Sujeito raro nos dias de hoje.
Pois, sua mulher a Nandinha recomendou que o moço mudasse o local das compras (rancho da casa)  do mês, afinal já estavam somente o casal morando em casa e não haveria a necessidade de uma compra maiior. Habitualmente, compravam no Supermercado Econômico e a dona de casa sugeriu que, testassem os serviços e os preços do mini-mercado do seu Luis Carlos – o Q’ Preço. Estabelecimento de comunidade, mas que possuía preços acessíveis e forma de entrega interessante. Em casa.
Última sexta-feira do mês, lá se foi o Renatão de lista na mão para o Mini-mercado. Carrinhos cheios, artigos de limpeza, hortifrutigranjeiros, carnes, materiais de higiene pessoal e todos os produtos destinados a uma família de 4 pessoas. Ao chegar no caixa, a atendente estranhou que os produtos foram comprados numa quantidade dobrada e dividida em caixas distintas. Após acertar o pagamento, Renatão puxou o fiscal de caixa e descreveu os endereços das entregas. Endereços? Sim. Quatro caixas eram para um endereço e as outras quatro caixas para outro. Realizadas as recomendações, Renatão foi até à oficina dar uma espiada no carro e depois faria uma “fezinha” na mega sena.
Passado algum tempo, já na Lotérica, recebeu uma ligação da senhora Fernanda Capelão da Silva (ou ex-Silva), cobrando satisfações sobre o rancho que havia sido entregue na casa deles. A nota estava no nome do Renatão, mas a dona Fernanda, não lembrava de ter encomendado fraldas descartáveis, farinha Láctea, chupeta e alguns artigos de bebês. Afinal de contas, sua filha mais velha morava em outra cidade e seu filho estava no quartel. Embaraçado, seu Renato, lamentou o engano, afirmando que iria até o Mercado do seu Luis Carlos reclamar e xingar os entregadores desatentos. Fora de si, dona Fernanda, dizia não haver a necessidade de tal preocupação, pois a troca já havia sido desfeita e ELA teria pessoalmente até o outro endereço que constava na outra nota com o nome do Renatão.
Bah, avalanche na cidade. Os pilares do moço ruíram. Buscando novamente a calma, o moço sem condições de dar muita explicação, perguntou quando poderia pegar suas roupas. Dona Fernanda ou Nandinha, disse que, o que havia sobrado das roupas, foi enviado por um taxista amigo da família à casa da sogra. E demais conversas, somente com o advogado e bateu o telefone.
Alguns amigos do Tio João afirmam: “As compras lá de casa só faço no Zaffari, pago mais caro, mas ELES entregam direitinho”. “O resto é mercearia”.Hehehehehehe.    

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