13 de abr. de 2011

Segredo guardado a sete canecos


No último sábado, a nega Karol entrou apressada num grande supermercado de Porto Alegre para fazer as compras para o final de semana. Lilico, seu marido, iria buscá-la de carro ao final das compras. Dificilmente, fazia este agradinho, então não poderia perder a oportunidade. Era finalzinho de tarde e o mercado estava lotadão, dia de ofertas e final de mês, um caos. Karol, tentava acelerar as compras para não atrasar. "Carona, não escolhe horário nem itinerário", disse à amiga Babinha, que a acompanhava na maratona. Pensar no almoço dominical, na recepção aos amigos e no início da semana das crianças sem listinha de compras era muito dificíl mesmo.
"Voando as tranças, ou sacudindo o black", a preta driblava carrinhos e outros clientes para aproveitar o máximo de tempo nas compras (orçar preços, ver validade de produtos, condições de armazenamento, etc não é bolinho!).
Ao cruzar pelo bazar avistou um jogo de canecas de cristal para cervejas muito bonito. O Lilico iria adorar. Como os copos eram caros, só manuseou e deixou na prateleira. Era o último exemplar, mas a grana estava curta naquele dia. Ao chegar num setor próximo do supermercado, o das toalhas e objetos de banheiro, ouviu uma voz nos autofalantes do estabelecimento anunciar uma oferta relâmpago no Bazar. Era justamente, os canecos desejados pela Karol. Deu meia volta e partiu a toda velocidade na direção do único jogo de louças disponível no estabelecimento. Era a Karol de um lado e outras duas pessoas vindas de diferentes direções a disputar a "oferta". Todos em alta velocidade, anunciava-se um acidente. Não deu outra. Choque de carrinhos e o da nossa amiga, como foi o primeiro a chegar bateu com tanta força nos canecos que os jogou longe.
Logo em seguida, as outras duas pessoas foram afastando-se "de fininho", deixando a amiga do Zé Prettim com a embalagem e os cacos na mão. Chega gerente, segurança, repositor e um contingente nunca visto para averiguar o ocorrido. Com a insistência e insinuação de alguns funcionários do lugar em pleitear o ressarcimento do prejuízo(acrescida à vergonha da Karol), a consumidora decidiu pagar os danos. Enquanto isso, sua amiga Babinha só chorava, compulsivamente.
Parcelou no cartão de crédito a despesa, deixando as compras no carrinho, desistindo do abastecimento para o final de semana.
Algum tempo mais tarde, Lilico estacionou e foi ao encontro de sua mulher. De olhar triste e silencioso disse que, havia desistido das compras e sugerindo um almoço fora no domingo ou uma visita à sogra. Guardando com isso, o "segredo do ressarcimento" da louça chique.
Coitadinha da amiga do Zé Prettin, pois ansiosa em aproveitar a oferta e agradar o amado acabou participando de um acidente.        

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