Carlito Trovão conta que numa sexta-feira de verão, estava no bar Naval localizado no Mercado Público tomando uma cervejinha com seu amigo Zeca do Surdo quando surge o Anacleto, o “nego Quéto” como os amigos o chamavam. Falante como sempre e cheio de vantagens da vida pessoal para contar o moço simpatizou com a parceria. Estava muito calor e ELE resolveu convidar-se para uns goles. Pediu ao garçon um copo limpo (e gelado, de preferência) e passou a deliciar-se com a “gelada” alheia. Depois de ingerir várias delas e provar da calabresa dos amigos (sem bancar nada) foi levantando-se da cadeira, de forma decidida e provocativa, e dirigindo-se ao banheiro público localizado próximo do botequim para “fazer uma lama sinistra” .
Zeca do Surdo, furioso com o cara de pau do “Quéto”, rogou praga para o espertinho e levantou-se também com o propósito de ir ao banheiro antes de ir embora. O solidário Carlito decidiu acompanhá-lo. Ao entrar no sanitário, o primeiro rostinho que avistaram era o do “Queto”, conversando e zombando dos amigos do Armazém. Zeca que, estava há alguns metros do folgado queria invadir o espaço reservado e descer a porrada. Foi convencido a ficar próximo ouvindo a conversa. Desajeitado o “nego Quéto” ao fechar as calças deixou cair o molho de chaves que trazia no bolso dentro do vaso sanitário lotado de “iguarias de vários dias”. Encarando a prova de pescaria improvisada e o terrível odor que vinha da latrina, a cada vez que tentava atingir o molho, mais empurrava as chaves. E quanto mais mexia, mais fedia.
Os amigos Carlito e Zeca ficaram com dores abdominais de tanto gargalharem da cara do “Quéto”. Nenhuma luva, nenhuma sacolinha plástica por perto. – “E agora como abrir a porta de casa” – murmurava o beberrão azarado.
Cá entre nós, que boca santa esta do Zeca, hein?
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