A loira Marli, boa de gingado e
de samba no pé, recrutou suas amigas Soninha e Jujuba para pegar uma praia
diferente. Iriam passar o feriadão de Carnaval emSanta Catarina, na Ilha de
Florianópolis e suas praias paradisíacas. Bronzeadores e protetores solares, biquínis
ousados, alguns cartões de créditos, cadeiras de praia, guarda-sol, esteiras e
tudo que um veranista precisa para ser feliz por alguns dias.
No dia combinado, lá estava a
Marli, com seu carrão envenenado – um fusca 1968, todo original -, para apanhar
as amigas erumarem para o litoral catarinense. Viagem longa pela BR 101. Sem
ousadias e ultrapassagens arriscadas seguiam firmes estrada afora. Carrões
importados e caminhões ultrapassavam a todo momento o carro do trio loiro. As
férias rolavam na maior euforia. Um dia em cada praia catarinense. Sol forte
durante o dia e à tardinha, reabasteciam o fusca, cadeiras e esteiras no rack
do carro e “pé na estrada”. Tudocom muita empolgação. O trio das “loirosas”
decidiu visitar a Praia do Rosa e conhecer algum surfista marombado. Dia
inesquecível. Na volta extremamente cansadas, com a Marli ao volante, e uma
vontade doida de retornar para a pousada onde estavam hospedadas, a loira mais
dourada do trio, pisou fundo no acelerador no caminho de volta ladeira abaixo.
Maldita decisão. Como as cadeiras, o guarda-sol e as cangas estavam mal
amarradas sobre o carro, todos os objetos começaram a voar pelo acostamento e
pela estrada entre os veículos que vinham em direção contrária. Um horror. A
Soninha, a mais religiosa delas, nem respirava no banco traseiro e rezava
muito, enquanto a Jujuba tentava segurar com uma das mãos as toalhas que voavam
entre a vegetação.
Perguntei ao Prettin e por que suas
amigas não pararam o carro na estrada?? Simples. O Azulão, como era conhecido o
fusca, estava com os freios falhando. E só foi parar quando a estrada ficou
numa reta mais plana.
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