Quem não conhece o senhor Sérgio Moacir Pereira?? Muita gente. Entretanto, se abrisse o texto com o nome artístico do moço, certamente a resposta seria diferente. Que tal Serginho Moah?? Agora ficou mais fácil, né mesmo?? Pois, o cara simpático, talentoso, de voz diferenciada, distante dos microfones é exatamente o mesmo que vemos nos palcos, nos dvds e ouvimos nos cds. IGUAL.
A primeira estória que ouvi do cara foi por intermédio de um amigo comum, o poeta urbano José Serpa Tumax, nascido como o cantor nas Uruguaianas, fronteira com a Argentina. Certa vez, após apresentar um show intimista e empolgado no Cult Bar, na Lima e Silva, em Porto Alegre, Serginho foi abordado por um "engraçadinho" que portava uma faca e tentava assaltar-lhe, levar dinheiro e seu violão. Pois, o boa praça, intérprete da memorável Blusinha branca, saiu no soco com o vagabundo e não deixou barato. "Índio da fronteira não aceita migué de malandro da Capital" - como mesmo afirma. Ficou levemente ferido e com o instrumento lascado, mas foi só. A turma que acompanhava suas apresentações no Bar Trivial não ficou órfã naquela semana.
Meu primeiro encontro ao vivo e a cores foi num trailer de lanches, vizinho à rádio Atlântida FM, no morro Santa Teresa. O carinha deliciava-se com um cheese bacon cheio de mostarda e ovo, enquanto o resto da turma dos Papas o aguardavam aflitos no estúdio para uma gravação. Entre uma mordida e outra rolou o maior papo. Outro dia, cruzei com o cara no Shopping Praia de Belas se refrescando numa casquinha da Petisqueira. Não falei?? Astro também gosta de coisas triviais.
Num outro momento gastronômico cruzei com o cantor encostado na parede do Colégio Rosário. Fazendo o que?? Comendo um cachorro-quente com 3 salsichas e de-lhe simpatia nas conversas. Quem acompanha a narrativa deve pensar o quanto come o tal Serginho?? A intenção não é essa e sim, mostrar como se comporta um artista internacional que é a cara de Porto Alegre. Seja no Sheraton, no Naval, na Padre Chagas ou no Partenon cantando hip hop com o Da Guedes. É o mesmo SEMPRE.
A oportunidade mais inusitada foi dentro do Supermercado Nacional, da Miguel Tostes, quando estava na companhia de seus filhos, vestindo uma jaqueta Adidas retrô bem bacana, o cara escolhia uns vinhos internacionais para o jantar em família. Putz, já havia escolhido uns italianos. Duas garrafas, coisa chique!! Cheguei junto e interpelei. "Pô, Serginho!! Não leva europeu, leva os argentinos. Estão com preços acessíveis e a safra é boa". Sacanagem a minha, pois não entendo coisa nenhuma de vinho. E o "bacana" de passaporte carimbado, com a agenda lotada de amigos entendidos engoliu o blefe. Trocou as garrafas e levou a bebida com jeito de Maradona. E é assim o cara. Simplicidade pura.
Teatro Renascença lotado num eletrizante show de Papas da Língua, fãs clubes espalhados, histeria feminina na platéia, pessoas dançando e cantando, público satisfeito e eu e minha mulher, discretos na quarta fila num cantinho da sala. Pois, o cara nos descobriu e acenou, mandando abraços num gesto pra lá de carinhoso. Coisa bem bacana.
Agora para minha surpresa o "homi" curvou-se às redes sociais. Seu amigo e parceiro, Zé Natálio, costumava dizer que o cara era avesso aos computadores e disparava das máquinas. Agora tá no facebook. Lotado, né??
Se Nova York é bom, Paris é demais!!! Só se for ouvindo o Papas da Língua e seu vocalista legal Serginho Moah que canta um Rolling Stones numa danceteria da moda com o mesmo entusiasmo que canta um partido alto da Jovelina Pérola Negra entre os parceiros de adolescência. E assim segue cantando e encantando como fez na gravação do disco especial "Um barzinho, um violão - novela 70", ao interpretar a música Pensando Nela (Don Beto/Reina), direto do Morro da Urca, no Rio de Janeiro em 2008.
Edinho Silva
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