31 de out. de 2013

Improviso do bem




                 O alemão Vilmar é um especialista em driblar adversidades em nome da animação e uma boa batucada. O cara é bom de surdo, de piada e de Arlindo Cruz. Por que?? Simples. Engoliu 2 discos de vinil, 4 cds e dois dvds do ex-parceiro do Sombrinha. Numa roda de samba pediu Arlindinho, o Vilmar salta da cadeira e "abre o bico" a cantar.
                 No último final de semana, numa apresentação de gala, o alemão e seus parceiros iriam comemorar o quinto aniversário de seu regional "Os moleques de pileque", um time de muito samba de raiz. Chegou o Zezão do cavaco, o Pitoco do violão, Zaqueu do pandeiro, o Batista da percussão geral e o Vilmar, com o seu "Contemporânea" bem afinadinho. Ajustados os instrumentos e microfones minutos antes de começar o sambão, o alemão Vilmar percebeu que seu surdo balançava.  Isto mesmo, pois estava sem o apoio das partes que sustentam o instrumento. Geralmente os músicos colocam pedaços de esponja no "pé" do apoio. E agora, o que fazer?? Não tem esponja. O cara não teve dúvidas. Olhou para os lados, tirou o casaco e os dois blusões que vestia fazendo uma "bola de lã" e ajustando na base do suporte. Pronto. O samba estava garantido.
                O bar lotado, os casais dançavam e sambavam, mas os mais atentos não tiravam o olho do tal ajuste (digo, gambiarra do samba). Uma moça, mais curiosa, perguntou ao Vilmar: "Moço, qual a razão de colocar os blusões no suporte do surdo?? O cara prontamente respondeu: "É simpatia, moça!! Pra dar sorte e vida longa ao samba". E seguiu cantando..."Não deixe o samba morrer..."
                É mole?? O Carlito Trovão jura que é verdade. Eu não duvido, de nada!!       

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