5 de mai. de 2011

E viva o samba nosso de cada dia



Ao escolher o samba "Coração em desalinho", de autoria de Mauro Diniz e Ratinho, para a abertura de sua novela em horário nobre na TV GLOBO o autor/novelista global Gilberto Braga "oxigenou" ainda mais a cena sambista contemporânea.
Outros autores já fizeram tais referências ao patrimônio histórico e cultural chamado samba, porém a interpretação da Maria Rita deixará por muito tempo na memória dos brasileiros os versos como "Numa estrada dessa vida, eu te conheci...oh flor".
Que o Brasil continue a produzir novelas e filmes brasileiros por muito tempo e aproprie cada vez mais a energia das batucadas. Né mesmo, Karol???

Edinho Silva

Chuva de prata que cai sem parar!!!


                          
     Mariozinho e sua mulher Ritinha desembarcaram do ônibus naquela segunda-feira chuvosa, uma parada antes da habitual. Portando um guarda chuva colorido, mal conseguiam proteger-se dos pingos grossos que caía do céu nublado. Isto só ocorreu porque a moça havia esquecido de comprar a ração para o cão Bobby e a erva mate preferida da sua mãe, dona Elza.A senhora os visitaria no dia seguinte. Mariozinho que não tinha amores por animais domésticos e muito menos pela sogra, andava pela rua a passos largos, um pouco afastado da mulher e de forma apressada. Queria acabar com toda aquela função logo, tomar um banho quente e cobrir-se de edredom quando chegasse em casa.
                Parou na calçada e veio um ônibus e deu um verdadeiro banho no moço. Indignou-se, mas continuou a caminhada firme e sério, afinal a Ritinha não parava de falar um só  minuto. Quase chegando ao mercado, foi pular uma poça d'água e acabou escorregando, caindo sentado em meio à poça. Fúria geral.                 
                Levantou-se e quase correndo entrou no estacionamento do mercado que abria sua "cancela" naquele momento. A ira era tanta que não percebeu a tal  base de ferro que descia na direção da sua cabeça. Pimba!! Galo enorme na testa. Neste exato momento toca o telefone celular da Ritinha que chegava junto ao marido para ajudá-lo. Era sua mãe avisando que não iria visitar, pois faria um programa melhor com a outra filha. Como telefone da moça estava "no viva voz", Mariozinho ouviu toda a conversa. Ainda com dor na testa e todo molhado, arrancou o telefone de sua mulher e proferiu inúmeros palavrões à sogra. Na opinião do moço, todos os acidentes tem um nome: dona Elza.     

4 de mai. de 2011

Fragrância européia ou fedor dos Pampas?

            

                    Carlito Trovão conta que numa sexta-feira de verão, estava no bar Naval localizado no Mercado Público tomando uma cervejinha com seu amigo Zeca do Surdo quando surge o Anacleto, o “nego Quéto” como os amigos o chamavam. Falante como sempre e cheio de vantagens da vida pessoal para contar o moço simpatizou com a parceria. Estava muito calor e ELE resolveu convidar-se para uns goles. Pediu ao garçon um copo limpo (e gelado, de preferência) e passou a deliciar-se com a “gelada” alheia. Depois de ingerir várias delas  e provar da calabresa dos amigos (sem bancar nada)  foi levantando-se da cadeira, de forma decidida e provocativa,  e dirigindo-se ao banheiro público localizado próximo do botequim para “fazer uma lama sinistra” .
                Zeca do Surdo, furioso com o cara de pau do “Quéto”,  rogou praga para o espertinho e levantou-se também com o propósito de ir ao banheiro antes de ir embora. O solidário Carlito decidiu acompanhá-lo. Ao entrar no sanitário, o primeiro rostinho que avistaram era o do “Queto”, conversando e zombando dos amigos do Armazém. Zeca que, estava há alguns metros do folgado queria invadir o espaço reservado  e descer a porrada. Foi convencido a ficar próximo ouvindo a conversa. Desajeitado o “nego Quéto” ao fechar as calças deixou cair o molho de chaves que trazia no bolso dentro do vaso sanitário lotado de “iguarias de vários dias”. Encarando a prova de pescaria improvisada e o terrível odor que vinha da latrina, a cada vez que tentava atingir o molho, mais empurrava as chaves. E quanto mais mexia, mais fedia.
                  Os amigos Carlito e Zeca ficaram com dores abdominais de tanto gargalharem da cara do “Quéto”.  Nenhuma luva, nenhuma sacolinha plástica por perto. – “E agora como abrir a porta de casa” – murmurava o beberrão azarado.
                         Cá entre nós, que boca santa esta do Zeca, hein?