João Olivério do Brasil – tio João do
Brasil
Nascido em 10 de setembro de 1950, no bairro do Areal da Baronesa, na
cidade gaúcha de Pelotas – a capital da cultura, do doce refinado e do xavante
Gremio Esportivo Brasil. Sambista “de responsa”, autodidata e
multi-instrumentista, bom de bola e de dança, o mulato tio João do Brasil
também é identificado como destacado intérprete de consagrados sambistas
brasileiros (Monarco, Cartola, Paulinho da Viola, Lupicinio Rodrigues,
Guilherme de Brito, Nelson Cavaquinho, entre outros).
Costuma afirmar que, além de sua mulher e os filhos, o futebol, o samba
e a eletricidade, seus amigos representam suas grandes paixões na vida. O
futebol e as disputadíssimas peladas iniciaram na adolescência. Chegava da
escola, bebia um copo de batida de banana e comia um pão com mortadela às
pressas e rumava para o campinho para encontrar os amigos das peladas e do
futebol.
Sua iniciação no samba, deu-se, igualmente na infância, quando ganhou
seu primeiro cavaquinho, cor de cerejeira, presente do padrinho – tio Benedito.
Este parente costumava levá-lo às rodas de samba da Cidade para “beber direto
na fonte”, como costumava afirmar. Autodidata, o pequeno João
ficava atento aos acordes dos mais velhos. E dessa forma foi
produzindo, ainda na escola seus sambas e melodias.
Outra paixão do jovem era o tema Eletricidade. Falar nos fenômenos da
Física, nas magias, segredos e transformações que o assunto poderia
proporcionar entusiasmava muito o menino. Mexer em fios e ferramentas era com
ele mesmo.
Os amigos surgiram ao longo da vida e por conta disso acabou compondo o
espaço conhecido como Armazém do seu Brasil. Suas histórias e sua gente. Quando
o amor e a paixão entrou de vez na vida do mulato João do Brasil?? Quando a
jovem baiana, tímida e encantadora Sebastiana – Tianinha, cruzou seu caminho.
Foi amor à primeira vista. No colégio ainda.
Após concluir seus estudos normais pediu ao pai o eletricista predial
Carlos Antonio que o matriculasse num curso técnico do Senai/RS na área da
eletricidade. Queria logo mexer em fios, em quadros elétricos e tudo que
envolvesse energia elétrica. Nos finais de semana, dividia seu tempo com a
namorada Tianinha e o time de futebol dos amigos.
Habilidoso, ponta esquerda do Porto Futebol Clube foi por muito tempo
goleador dos campeonatos amadores da cidade e “verdadeiro terror” do campo do
Tamandaré. Durante as tardes de sábado, sua felicidade era completa., pois
estava entre amigos, junto da namorada e seu cavaco, dando dribles
desconcertantes nos adversários e saboreando costela gorda
e lingüiça assada.
Já adulto o eletrotécnico e acadêmico de Engenharia ingressou através de
concurso público na CEEE – Companhia Estadual de Energia Elétrica. Como seria
transferido para o interior do Estado tomou a decisão de “pedir a namorada” em
casamento. Conseguiu ser nomeado para sua cidade natal onde pôde ficar perto
dos amigos de infância, dos familiares e do seu clube do coração – o Brasil, de
Pelotas. Sua esposa, Tianinha dividia os cuidados de casa(filhos e marido) e
sua qualificação profissional na área da Gastronomia.
Ao voltar para Porto Alegre, a família João do Brasil reencontrou os
amigos, a outra metade da familia e as coisas boas da Capital. A
família unida caía no samba durante os ensaios da Escola do bairro. Seu João
era responsável pela harmonia, Tianinha coreografava a Ala das Mulatas (depois
de ter sido por muito tempo, porta-bandeira) e os “filhotes”
divertiam-se entre a bateria.
A franqueza nas relações, disciplina no trabalho, seriedade e bom humor
na vida, fidelidade aos amigos, afeto e zelo aos familiares, amor à mulher e
aos filhos, solidariedade aos necessitados são traços marcantes do seu João do
Brasil. Atualmente, o pai de 4 filhos, avô de 5 netos, apaixonado pela mulher e
pelo samba é o feliz proprietário do Armazém do seu Brasil.
Sebastiana Rodrigues do Brasil – Tianinha
Nascida na simpática cidade baiana de Vitória da Conquista, no dia 05 de
maio de 1948. Filha de Francisco Leal Rodrigues, oficial do Exército Brasileiro
e Maria Nair Carvalho Rodrigues, enfermeira de profissão e ofício. Com a transferência
do pai, de Recife para Porto Alegre chegou no RS em idade escolar (na
adolescência). Neste período conheceu o jovem João do Brasil, seu
amado marido e pai de seus filhos.
Com ele conheceu o samba, as tradições gaúchas e o churrasco, os movimentos
sociais locais, as energias do Carnaval e os muitos amigos que se aproximaram
do Armazém. Foi desfilando na Escola de samba do bairro e sambando no Carnaval
que, pôde soltar suas emoções e empunhar o pavilhão da entidade. A “Pérola
negra” como era chamada pelo João do Brasil, herdou alguns dotes de sua vó
materna – vovó Maria.
Entre eles a simpatia e paixão pela religião afro-brasileira (filha de
Oxum) dominava com desenvoltura a culinária brasileira.. Logo que voltou de
Pelotas na companhia da familia buscou aperfeiçoamento profissional no SENAC/RS
nas áreas de Gastronomia e Confeitaria. Após graduada a cozinheira profissional
era mão de obra disputada no mercado dos restaurantes, pois além de ousada e
talentosa, primava pelo bom gosto e agilidade na produção dos pratos.
Parceira fiel do maridão João do Brasil na educação dos filhos, nas
partidas de futebol, no desfile da escola de samba, no orçamento doméstico, a
baiana Tianinha nunca negou às crianças da vizinhança uma benzedura ou “um
conforto de mãe”.
Esta é um pouco da história da negra baiana Tianinha – mulher feliz,
corajosa, solidária, alto astral e de bem com a vida.
Luiz Antonio da Silva – Dr. Totonho
Na simpática cidade gaúcha de Osório, próxima à Terra de Areia onde
nasceu Totonho, muitas pessoas apostavam no sucesso profissional e no futuro do
menino pretinho vendedor de picolés, entregador de frutas, lavador de tratores,
entre outras tarefas.
Desde muito cedo
dividiu seu tempo livre entre estudos e trabalho. Tinha a certeza que os
estudos lhe reservariam uma condição de vida bem legal no futuro e a labuta
precoce ajudaria muito seus pais no sustento da família. Morador de uma modesta
casa de dois cômodos (com os pais e um irmão mais novo, Luiz Carlos) tinha uma
rotina de vida bastante regrada. Das muitas recordações do irmão lembra da
fidelidade, do carinho e amizade que marcava o convívio.
A atração pelas leituras partiu do contato com a professora Marinha, da
escola de ensino fundamental que apresentou a coleção de Monteiro Lobato e
Olavo Bilac. Do gibi aos clássicos, tudo era legal na hora do lazer do
pequeno Totonho.
Já mocinho transferiu-se para a Capital em busca de melhores condições
profissionais e novos desafios na vida. Por aqui fez de tudo. Inicialmente, o
que conseguiu na agitada cidade foi engraxar
sapatos, depois vendeu jornais, entregou frutas, lavou carros, mas
em momento algum abandou seus estudos.
A faculdade de Direito também teve seu grau de dificuldade, obstáculos,
risos e lágrimas como nos versos do “Pequeno Burguês”, música
consagrada na voz do Martinho da Vila, ela era particular e Totonho gastou
muita grana na sua qualificação. E foi produzindo muito pão caseiro e geléias
de frutas nas madrugadas (vendia aos colegas e professores), transportando e
conduzindo os colegas nas festinhas, fazendo “bicos” no Fórum (pequenos
serviços para os colegas bacharéis) conseguiu concluir a primeira
etapa (graduação em Direito).
Mais
experiente buscou parceiras, montou seu espaço de trabalho, especializou-se,
conheceu clientes novos, perdeu sono, “engoliu livros” e mais livros, investiu
no seu Mestrado numa renomada instituição de Ensino Superior Paulista,
enfrentou em seguida o Doutorado e ingressou na docência acadêmica. Cheio de
livros na cabeça e lotado de experiências de vida.
Atualmente, após tanta batalha consegue manter seus clientes
(juntamente com seus sócios no escritório), seus alunos na faculdade, a roda de
samba com os velhos e fiéis amigos (galera do Armazém), sua paixão
pela leitura, cinema nacional e o contato com as flores ao lado de sua mulher
amada, tia Cenira.
No grupo do Armazém é identificado como o agente cultural e de
informação.
Cenira Cristal da Silva – Tia Cenira
Nascida em 22 de janeiro de 1952, em Porto Alegre/RS, nas movimentadas
ruas do Areal da Baronesa, na Cidade Baixa. Cozinheira de mão cheia e
confeiteira de muitos doces no vasto currículo, Tia Cenira é também
identificada com uma pessoa extremamente generosa e organizada.
Habilidosa na máquina de costura, infalível em qualquer levantamento
patrimonial e contábil (embora não tenha concluído sua graduação nas Ciências
Contábeis). Um senso de humor apurado, um talento invejável nas danças de salão
e parceira de todas as horas do maridão, dr. Totonho. Assim é tia Cenira.
Desde muito cedo, ainda na adolescência, agregava e fazia novos amigos
com muita facilidade. E dessa forma conheceu na Escola a amiga Tianinha (sua
fiel parceira das ações sociais desenvolvidas desde a adolescência). Herdou dos
pais este perfil solidário dos pais e o apresentou ainda na infância. No
recreio do colégio, por exemplo, dividia seu humilde lanche com os colegas que
não tinham, durante as aulas seu material escolar era de todos também.
Durante as provas do vestibular na Faculdade Portoalegrense conheceu
outra amiga do Armazém - a Morena, com quem trocou receitas e solidificou uma relação
de amizade até os dias de hoje. Na ocasião apenas, Cenira foi aprovada, cursou
4 semestres e mudou de área completamente. Pegou a amiga Morena pelo braço e
matricularam-se nos cursos do Senac/Porto Alegre nas qualificações de
Gastronomia e Confeitaria. As amigas trocavam figurinhas. Cenira ensinava as
receitas e Morena os passos de dança e assim animavam as rodas de samba da
turma do Armazém. Quando os “meninos” não assavam churrascos,
as “meninas” assumiam o comando. As feijoadas completas e as massas
tinham a preferência da galera. Assim as amigas Tianinha com seu tempero
baiano, tia Cenira e Morena tomavam conta do pedaço.
E dê-lhe samba, dança, boas risadas e comidas apetitosas.
José Maria Oliveira – ZECA do surdo
Nascido no bairro carioca de Irajá, em 12 de novembro de 1952, o
atlético, polêmico e namorador Zeca do surdo veio para o Sul bastante jovem.
Exatamente, aos 20 anos de idade quando foi transferido pelo Exército
Brasileiro, mais exatamente na 7a. Cia de Guarda do V Comando
Militar do Sul, na mesma turma do João do Brasil e do Carlito Trovão, seus
parceiros de batucadas na caserna. Gostava bastante do Exército e só afastou
depois que descobriu o igualmente, desafiador e interessante universo da
Brigada Militar. Ativo e inquieto,
como gostava de muita ação, abriu mão da tranqüila carreira militar em troca
do trabalho disciplinado dos brigadianos. Foi para a reserva na
condição de major, após ter circulado por vários setores da Instituição, onde
fez grandes amizades.
Não constituiu família formal, nem esposa, nem filhos e costuma afirmar
que “os pequenos não podem ser resultado de caprichos de adultos, nem
experimentos nas relações emocionais. Ter filho é coisa séria, mermão”. “Sou
mesmo é garoto propaganda da Jontex”, brinca ELE, referindo-se aos
preservativos.
Bom de dança, galanteador, gentil e músico de respeito torna-se difícil
não ser desejado por muitas mulheres. Mantém até hoje sua
solteirice. Dizem as más línguas que possui uma embaixada em vários países, não
tem uma mulher, mas muitas espalhadas.
Outro traço bem pessoal é sua peculiar franqueza nas falas. Costuma
vangloriar-se afirmando que “por onde passa, não perde a oportunidade de propor
reflexões sobre a vida, o mundo e as pessoas”.
Torcedor fanático do América carioca, nega-se a torcer pelo Grêmio ou
pelo Inter, pois entende ser muito simples a paixão ou por um ou pelo outro. Se
fosse torcer para um time na cidade torceria pelo Cruzeirinho. Só para
incomodar colorados e gremistas.
Além das atividades esportivas (suas lutas e treinos de pugilismo)
outros prazeres do Zeca, assim como samba são o convívio com os amigos do
Armazém, “suas amigas” e a gastronomia. Adora preparar uma feijoadinha campeira
que aprendeu com sua amiga Morena do Armazém. Segundo ELE, o prato tolera todos
os ingredientes. “É como uma noite de amor, dentro da panela ou em quatro
paredes, vale tudo” – costuma dizer.
Ainda na adolescência perdeu muita namorada por divergir ou contrapor
qualquer assunto com os futuros sogros. Este exercício contribuiu para a
construção de uma personalidade diferenciada e efervescente na busca de um
mundo melhor.
Este
é o Zeca do surdo, que escuta, que observa, chora e ri, porém, propõe sempre a
reflexão. Sem acionar os punhos ou as luvas. “Discussão? Nada disso, o
argumento rola só na categoria, mermão!!!”.
Maria Vitória dos Santos – Dona Morena
A mulatinha Vitória já requebrava os
pequeninos quadris no berçário da Santa Casa em Cachoeira do Sul logo nas
primeiras semanas de vida.
Assim cresceu a menina feliz, criada pela vó materna juntamente com os
irmãos. Seus pais faleceram num acidente de automóvel quando voltavam de uma
festa. Para vencer as marcas da catástrofe e das perdas, só a união dos filhos
e o adocicado jeito de ser de dona Emília (a vó) foram capazes de influenciar
na formação de pessoas amáveis como transformaram-se a família da Maria
Vitória.
Na sua adolescência mudaram-se para Porto Alegre onde teriam a companhia
dos outros parentes. Na escola conheceu a grande amiga, Tianinha que a
apresentou aos amigos, ao samba e à galera do Armazém. A amiguinha também teve
a oportunidade de ensinar-lhe muita coisa da área da Gastronomia. Seus dotes e
seu reconhecido conhecimento empírico do Mundo das panelas garantiu um espaço de
destaque como uma aprendiz "de grife".
O apelido Morena ganhou por influencia da cor de sua pele quando agitava
as massas em meio ao samba nos ensaios da Escola. Enquanto João do Brasil
coordenava a harmonia, sua mulher Tianinha empunhava o pavilhão, a amiga Maria
Vitória, ou melhor, dona Morena transforma-se na eterna madrinha da bateria. Lá
também conheceu o ritmista Zé Virgilio, pintor de paredes de “mão cheia”.
Namoraram, casaram e tiveram 4 belos filhos. Infelizmente, mais um golpe na
vida da carnavalesca. Seu amado marido foi baleado e morto em um assalto quando
voltava para casa.
Diante
disso necessitou intensificar suas atividades como cozinheira, porém sua força
e garra não atrapalharam suas funções como educadora popular e líder comunitária.
Por muito tempo dedicou-se à família sem envolver-se com novos amores.
Após
muita insistência dos velhos amigos do Armazém do seu Brasil (João, Tianinha,
Morena, Carlito, Zeca, Totonho e Cenira) retomou o gosto pela dança, pelo
samba, sorrindo, namorando e participando das animadas rodas e funções da
animada turma.
O
gingado, o sorriso e a simpatia da Morena continuam o mesmo dos velhos tempos.
Silvinha
A Silvia Regina, enfermeira padrão de formação e de “instinto” costuma ser uma
companheira inseparável da Gaby Furacão nas rodas de samba e bailes
“pretos” como eram conhecidas festa da Comunidade Negra de Porto Alegre.
Namoradeira Reconhecida por seus dotes e atributos físicos, desde muito
cedo, a sensual e sedutora dona Morena ou Maria Vitória dos Santos, seu nome de
batismo, encantava àqueles que se aproximavam.
Mantinha uma relação de idas e vindas com seu namorado Acácio do cavaco e era
uma das profissionais mais atuantes no Projeto Social coordenado pelas tias do
coração Tianinha e Tia Cenira. A filha do Carlito Trovão foi criada e educada
pelo pai, separado de sua mãe há muito tempo. O pai teve várias namoradas, mas
nunca construiu um lar, optando por crescer e amadurecer ao lado da filhota,
Silvinha.
Responsável por inúmeras iniciativas sociais realizadas na Escola de samba do
Bairro e no boteco que acolhia os amigos do pai, sempre foi a porta voz dos
assuntos que discutiam a saúde pública.
Ao
lado das outras jovens da turma sempre lutou pelo protagonismo das mulheres nas
questões sociais, culturais e políticas da Comunidade de seus pais e que a
acolheu até sua mudança para outra bairro próximo do seu trabalho e das novas
experiências de uma nova vida na casa própria.
João José de Olivério do Brasil – Zé Prettim
O filho mais novo do tio João do Brasil nasceu num dia ensolarado de
junho de 1985. Brincalhão, boa praça, afetivo, detalhista, generoso, rabugento
em dias nublados, trabalhador, amigos dos amigos, bom
de cozinha e de bola, disciplinado, ousado, ansioso e sobretudo,
colorado. Assim descrevemos um pouco do Zé Prettim, como é
conhecido.
Desde criança, chutava seus brinquedos para todos os lados. Enquanto,
seus amiguinhos, seus primos e vizinhos mais próximos puxavam carrinhos, o
garoto ia chutando “mundo afora”. Num dos muitos Natais de sua infância ganhou
de seu pai um lindo caminhãozinho, do tipo tombadeira. Não se agradou muito,
pois queria uma bola de futebol. Enquanto não ganhava de seus padrinhos ia
praticando cobranças de pênalti com tudo que encontrava pela frente. Chutava
frutas, caixas, potes e bolas de todos os materiais e tamanhos. Uma paixão
alucinada por futebol.
O garoto atingiu sua adolescência e foi conduzido por seu tio e padrinho
à uma escolinha de futebol da Capital (do seu clube do coração). Pretendia
seguir carreira defendendo o gol do seu clube colorado, copiando seus ídolos
Manga, Schnneider, Taffarel entre outros. Depois de algumas tardes dividindo
seus dias com estudos e bola, recebeu um convite para investir nos estudos.
Inconformado, pediu a seu padrinho que o levasse para o tricolor da Carlos
Barbosa. Lá foi muito bem recebido e pode por algum tempo, como todo garoto,
sonhar com a seleção brasileira e com a camiseta vestida atualmente pelo Vítor.
Cansado de tudo isso e disposto a ganhar seu próprio dinheiro ainda na
adolescência, largou o futebol e foi trabalhar com veículos. Isto mesmo, por
algum tempo, foi o responsável pelos veículos que seu tio vendia. Na verdade,
responsável pela lavagem e aspiração dos veículos. Seu forte era o silicone nos
painéis e a graxa nos pneus dos carros. Mas isto era mero detalhe, afinal a
grana vinha.
Trabalhava pela manhã e estudava no período da tarde, num colégio de padres e
freiras da Zona Sul. Fez grandes amizades neste período, entre estas o
inseparável Eduardo C. Molina, o levantador do time de vôlei do colégio.
Priorizando sempre os estudos em relação a qualquer outra coisa, conseguiu
entrar na Faculdade logo cedo. Começou a cursar Física, Engenharia,
Informática, Educação Física, Relações Internacionais, Administração de
Empresas (não concluindo nenhuma) e ao que parece, o próximo alvo é o curso de
Ciências Jurídicas.
Depois de percorrer várias estações de trabalho acabou conhecendo e
encantando-se pelo mundo do show bussines esportivo. Foi apresentado à
Produtora de eventos esportivos e agenciadora de atletas do Voleibol Brasileiro
– Estrela Azul. Na nova experiência profissional conseguiu viajar o Brasil
inteiro, conhecendo gente e costumes de todos os lados e cantos verde-amarelos.
Sua
paixão pelo samba, herança de seus pais, ampliou-se após conhecer de perto as
rodas de samba cariocas e baianas. Com isso só viu ampliado seu grupo de
amigos. Atualmente, Prettim relaciona-se com muitas pessoas e
costuma fazer amizades por onde passa. Na academia de ginástica, nos clubes que
freqüenta, nas baladinhas, nos pagodes (e dê-lhe pandeiro), nas excursões
universitárias e nos churrascos com os amigos. Namoradas?
Que nada, solteirão convicto. Costuma dizer que as mulheres não o entendem e
não possuem a paciência para a devida compreensão. Papo furado, afirmam alguns.
Costuma aprontar poucas e boas no Carnaval de Salvador.
E assim como os demais integrantes da turma do Armazém do seu Brasil, seu velho e
querido pai, também é cheio de histórias para contar.
Gabriela Graça de Oliveira - Gaby Furacão
A
delegada linha de frente Gabriela Amaral Quadros, corajosa e correta nas lidas
profissionais é “bala no pente” como dizem na gíria policial. Seu pai, o Doutor
Totonho, advogado e professor universitário bem que tentou que sua filha caçula
fosse sua sucessora no escritório de advocacia da família. Não adiantou, a moça
gosta de muita adrenalina espalhada no corpo.
A jovem e prodigia advogada, emendou um Mestrado, logo depois da Especialização
na área do Direito Penal e sem comunicar a família inscreveu-se num Concurso
Público para o cargo de Delegada de Polícia. “Boa de livros”, não deu outra.
Alcançou a primeira colocação em todas as etapas e foi uma das primeiras a ser
nomeada, imediatamente após cursar o Curso de formação na Escola de Polícia.
Suas notas possibilitavam iniciar sua trajetória em alguma Delegacia da
Capital, mas preferiu conhecer os obstáculos que as Delegacias e seus
agentes enfrentam no Interior do Estado. Depois de percorrer diferentes cidades
durante seu estágio probatório resolveu formar sua família. Infelizmente, seu
envolvimento nas tarefas profissionais, não sustentaram seus dois casamentos.
Depois de “encarar” alguns namoricos nas experiências do coração voltou para a
Capital para morar mais próximo dos pais. Completamente acolhida pelas tias e
tios do Armazém do seu Brasil, suas rodas de samba, seus churrascos, as
resenhas do seu Grêmio foi possível encarar “de boas” os agitados plantões das
delegacias de Porto Alegre.
E
o apelido Gaby “Furacão” vem de onde? Da adolescência e dos tempos da Faculdade
de Direito da “Federal”. A mocinha em seus tempos de “facul” não perdia uma
roda de samba no Diretório Acadêmico. Era só ouvir uma “batucadinha” distante,
já passava a mão na bolsa e em algumas amigas e caia no samba. E quem seria
capaz de competir com o rebolado da moça?? Ninguém, pois seu requebrado era de
“responsa”, quase uma rainha de bateria.
E
os bailes da Comunidade negra de Porto Alegre? Ia a todos. Os de samba e de
swing? Sim. Era presença marcante no “Evolução”, “Floresta Aurora”, Prontidão,
Náutico Gaúcho, Kizomba e tantos outros. Passava a revista em todos.
Dançava do início ao fim do baile, ao contrário da Maryazinha, sua “quase
prima” e parceira de festa, não bebia nenhuma bebida alcoólica.
Estes
bailados atrapalhavam seus estudos? De forma alguma. Como evitava ingerir
bebida alcoólica, não tinha problemas com ressacas. Sempre elegantemente
vestida, refinada e sedutora, nunca dispensou um bom batom. Claro,
após assumir na Polícia, suas maquiagens, misturavam-se às algemas, aos
telefones celulares e à inseparável pistola cromada.
As
rotinas da Gaby no inicio da carreira, tiravam o sono dos pais, mas
gradativamente foram acostumando com a labuta da “menina”, filha caçula do
casal.
A
mocinha é uma das representantes da turma intermediária do Armazém do seu
Brasil.
Carlito Trovão
Nascido em 28 de abril de 1951, na cidade de Rio
Grande, RS. Importante ponta esquerda do Clarão da Lua, time de várzea do Mont
Serrat, conhecido bairro de Porto Alegre, festejou por quase uma década muitos
gols nas praças e parques públicos da Capital. Ainda muito jovem, aos 16 anos
mudou-se com seus pais para a Capital. Chegando aqui, foi logo
adaptando-se as evoluções da Cidade grande.
Aos 17 anos alistou-se nas Forças Armadas, ficando
indeciso entre a Aeronáutica e o Exército Brasileiro. O destino o fez optar
pelo verde oliva, onde acabou prestando serviço militar na 7a. Cia de Guarda do
V Comando Militar do Sul, na mesma turma do João do Brasil e do carioca Zeca do
Surdo.
Seu amor pelo futebol pode ser traduzido pelo Sport Club São José e seu amor
pelo samba e Carnaval podem ser identificado com as cores da União da Vila do
IAPI. Seu primeiro instrumento foi um violão recebido de presente de uma tia
querida aos doze anos de idade. Observador atento dos sambistas mais antigos
que animavam as rodas de samba do Cassino.
Seu aperfeiçoamento foi através de revistas do gênero e ensinamentos da turma do
Cais do Porto. Aos poucos foi chegando aos seus ouvidos nomes consagrados como
Noel Rosa, Élton Medeiros, Nelson Cavaquinho, Monarco, Cartola, Lupicinio
Rodrigues e outros tantos nomes do samba. Guarda até os dias de hoje, seu
primeiro instrumento, substituído por “um pinho mais ajustado” como costuma
dizer.
Ao contrário de seu parceiro, Zeca do Surdo, Carlito Trovão é um sujeito
bastante moderado, conservador e de uma paixão só. Desde que ficou viúvo,
apenas namorou – “uma de cada vez”, segundo ELE. Nada de atropelos, uma de cada
vez. Até hoje, não achou a outra metade da maçã.
Colaborou na condição de intérprete da escola do coração até chegar ao cargo
máximo de diretor de harmonia musical. Atualmente, “batuca” semanalmente com
seus amigos do Armazém do Seu Brasil.
Mariazinha do Socorro e do chocalho
Pois
a Maria do Socorro, nome de batismo da Maryazinha, a outra filha do casal João
do Brasil e Tianinha, era uma outra figura que esquentava os encontros e rodas
de samba do Armazém. O apelido Maryazinha do chocalho foi um presente do dindo
Zeca do surdo. Desde criança, a inquieta menina já frequentava os encontros e
rodas de samba dos mais velhos.
Seu
padrinho, o “barulhento” e brigão, Zeca do surdo era um fã número um da pequena
Maria. Era só a garotinha aparecer no samba e segurar na mão do “dindo” a
calmaria do moço estava garantida. Quem a trazia para a roda de samba era sua
mãezinha. Chegavam de mãos dadas e em pouco tempo agitava o espaço.
Um
pouco baiana, um pouco gaúcha (dizem que foi gerada num período de férias dos
pais, durante uma viagem à cidade baiana de Ilhéus) era maluca por instrumentos
musicais percussivos. Logo cedo ganhou um pequeno chocalho, seu amigo
inseparável, até os dias de hoje. O tempo passou e o interesse da moça por
samba e seus instrumentos foi aumentando. E sempre atenta às energias dos
surdos, tamborins, pandeiros e cuícas foi instruída pelos negos veios, amigos
do seu pai e de seu dindo, Zeca do surdo. Cresceu no meio da “muvuca”.
Sempre foi bastante envolvida com seus estudos, pois não abria mão do sonho de ser arquiteta, alternava os estudos e compromissos acadêmicos com as rodas de samba do Armazém. De segunda a sexta-feira, sua rotina era trabalho e estudos. No sábado, era uma das primeiras a chegar no “Samba”. Costumava dizer que o pagode com os pais e os amigos (tios do coração) era um “aquece” para a noite, que sempre era agitada.
E a vida amorosa? Mais ou menos secreta. Diria que os pretendentes
a namorados para aproximar-se da “mascote da turma”, precisam passar
por uma rigorosa avaliação dos “tios veios” do samba. Muitos desistiam em pouco
tempo. A Maryazinha se diverte com a situação e como não é nenhuma santa,
distante dos tios “namora geral”.
Carlos Jerônimo dos Santos da Rosa – Nego
Lão
Nasceu em 26 de abril outubro de 1951, na cidade de Rio Grande,
RS. Ainda muito jovem, aos 13 anos mudou-se com seus pais para a Capital.
Apaixonado por
Futebol, após algumas temporadas nas equipes da base do seu time do coração, o
S.C. Internacional envolveu-se, desde mocinho com os times amadores do bairro
onde morava, na Vila Floresta. Zagueiro do Itapema F. C, time de várzea do
IAPI e “dono do campo Alim Pedro, conhecido bairro de Porto Alegre também
dava suas corridinhas nas quadras de futebol de salão da Cidade.
Por algum tempo emprestou sua potente perna esquerda para “assombrar” a
ala do time da AABB, em disputa de Campeonatos Estaduais da
modalidade. Além do “colorado”, o nego Lão, tinha outra paixão no Mundo da
bola: Sport Club São José, do qual chegou até ser conselheiro.
Aos 17 anos
alistou-se nas Forças Armadas, ficando indeciso entre a Aeronáutica e o
Exército Brasileiro. O destino o fez optar pelo verde oliva, onde acabou
prestando serviço militar na 7a. Cia de Guarda do V Comando Militar
do Sul, na mesma turma do João do Brasil e do carioca Zeca do Surdo.
Outra paixão era o samba e o Carnaval. Onde tinha uma batucada, lá
estava o Nego Lão envolvido e cantarolando em meio a rodas de samba.
Envolver-se com a Escola de Samba do seu bairro não foi difícil. Em pouco
tempo, "o nego Lão" convocou seus irmãos e cairam dentro da bateria
da União da Vila do IAPI.
Mesmo tendo
bastante domínio nos instrumentos percussivos, seu primeiro instrumento foi um
violão, presente de uma tia querida ainda na infância. Observador atento dos
sambistas mais antigos que animavam as rodas de samba da Praia do Cassino, em
Rio Grande, onde a familia veraneava, trouxe para Porto Alegre o suingue e o ritmo
no coração.
Sua técnica
foi aperfeiçoada através de revistas do gênero e ensinamentos da turma do Cais
do Porto, os amigos sambistas de seu pai. E assim foi ampliando seu repertório
com nomes consagrados como Noel Rosa, Élton Medeiros, Nelson Cavaquinho,
Monarco, Cartola, Lupicinio Rodrigues e outros tantos nomes do samba.
Algum tempo
depois, na companhia de seus irmão e amigos formou o grupo de samba conhecido
como “Samba ardente”, conhecidíssimo na Zonarte e na região Central de Porto
Alegre.
Já alcançando a maturidade “musical” como costumava dizer,
“experimentou” um dos microfones do grupo da harmonia de sua Escola de Samba.
Atualmente, apenas diverte-se nas rodas de samba do Armazém com seus
amigos.