22 de dez. de 2010

Cem laranjas ou sem laranjas?



Tia Cenira nos conta que, seu compadre Leandrinho preparou uma das suas para a comadre Betina no último Natal. A dona de casa e cozinheira de mão cheia iniciava os preparativos  para a ceia de Natal da família, quando convocou o maridão para comprar as frutas no Mercado Público no centro da Cidade.
Antes de comprar as frutas, Leandrinho resolveu dar um passeio dentro do Mercadão e lá, encontrou seu velho amigo dos tempos de colégio, o Hugo Fumaça – o pagodeiro da turma. Pra matar a saudade e dar umas boas gargalhadas decidiram tomar uns chopps no Chalé da Praça XV. O garçom ia trazendo canecos e mais canecos de chopp e a tarde ia avançando. Sem perceber  o tempo passar, muito chopp foi consumido.
Foram muitos canecos ingeridos até o Leandrinho encaminhar-se para a seção das frutas e escolher as laranjas, os abacaxis, as ameixas, morangos, maçãs e todos os ingredientes encomendados pela comadre Betina. “Ligeiramente alcoolizado”, o moço embarcou numa lotação e dirigiu-se para casa. Bem acomodado numa poltrona do fundão do veículo, ajeitou as sacolas entre as pernas e deu início a um cochilo pós chopp.
Não só adormeceu no trajeto, como perdeu a parada de desembarque. Ao acordar, sobressaltado, não percebeu que a sacola das laranjas havia rasgado e as  mesmas haviam percorrido todo o corredor da lotação.  Muita semelhança a uma pista de boliche.
Pagou a passagem e desceu  apressado na direção de casa. Ao chegar,  foi recebido pela enfurecida comadre Betina que foi logo solicitando as laranjas para a produção do pudim especial de Natal. Uma promessa de sobremesa diferente  à toda a família. Infelizmente, não rolou. Aliás, o que rolou na lotação foram as laranjas.
Tia Cenira conta que, de tão furiosa pelo descaso e bafo de trago do Leandrinho, a comadre Betina apanhou uma lata de pêssego e uma caixinha de creme de leite e levou para o jantar de Natal. E a salada de frutas? Fiicou sem a vitamina C das laranjas, apenas com o colorido do suco de pacote.

21 de dez. de 2010

Almoço de domingo

Tio João do Brasil nos conta que, numa movimentada comunidade da Cohab de Porto Alegre, havia um sujeito muito distraído nas suas tarefas domésticas (digo, de agrado da nega véia). O moço chamava-se Jaiminho, bom de violão, passista dos Acadêmicos da Orgia nos anos 80, atencioso nos carinhos e caprichos da sua mulher, dona Samanta.
Pois, segundo tio João, o moço disse à mulher que o almoço de domingo seria responsabilidade dele, não havendo a necessidade dela esquentar a barriga no fogão e cozinhar. Próximo ao seu bloco de apartamentos existia uma mercearia que, assava frangos nos finais de semana e servia salada.
Chegou o domingão e o Jaiminho acordou cedo, mas ao contrário de correr à mercearia do Seu Manolo, e reservar o galináceo e a “saladita”, se abancou defronte à tv e ficou assistindo à reprise do jogo do Internacional. Na metade do jogo foi alertado pela patroa sobre o horário e a encomenda da comida, pois a hora do almoço se aproximava. Nem deu importância aos avisos e ainda preparou uma caipirinha. O tempo voou e descansadamente o moço foi dirigindo-se até à mercearia pegar o galeto e as guarnições. Putz, por pouco não chega atrasado. Sorte sua que, restava ainda um frango assado (pequeno e frio, mas o último). Apanhou a mercadoria, pagou no caixa e partiu em direção à sua casa. Na pressa não percebeu que, a sacola plástica não era muito confiável. A poucos metros de casa, exatamente, 500, o fundo da sacola abriu-se e o frango saiu rolando rua fora. A tristeza do Jaiminho não seria tão grande se alguns cachorros que passavam na hora não tivessem percebido a iguaria. Nem briga houve, eram 4 cães que, dividiram-se entre a salada e o frango. Na polenta frita, ELES nem tocaram.
Extremamente aborrecido, o violonista Jaiminho entrou direto na casa e dirigiu-se à cristaleira onde guardava o dinheiro da conta de luz do mês. Sem perceber os movimentos, dona Samanta foi convidada para almoçar fora naquele domingo.
E ele, além da reza forte, para a Companhia não cortar a luz da família, não tomou nenhuma cervejinha durante o almoço. NENHUMA.  

Bolinhas brancas

                    

            Tia Morena nos conta que, sua amiga Margarete, assistente social de um popular hospital de Porto Alegre, pagou o maior mico num restaurante chique de Porto Alegre na última semana. Convidada pelo novo namorado a sair com alguns casais para jantarem num restaurante bacana e depois conhecer algum espaço de samba da cidade (Margarete conhecia TODAS as rodas de samba de Porto Alegre), a mulata perdeu a classe e a compostura quando viu na sua frente os pratos de entrada que foram servidos à mesa.
                  No horário e  no local marcado, estava o grupo reunido, homens e mulheres bem vestidos, perfumados e felizes. Sentaram todos na mesa reservada e foram prontamente atendidos pelo solícito garçom que sugeriu bebidas e comidas. Ao servir as entradas, torradinhas ao pesto, bolinhas de manteiga e iscas de filé, o chef do restaurante recomendou que comessem lentamente para perceber o gosto apurado dos pratos. A desatenta Margarete, só percebeu que o pratinho com as bolinhas de manteiga estavam na sua frente, quando pegou com o garfo, duas bolinhas e colocou direto na boca. Sua amiga Rosaura, que estava sentada ao lado da moça perguntou, inclusive, se a parceira gostava tanto de manteiga a ponto de colocar duas bolinhas do produto de origem animal (e cheio de gordura) direto na boca. 
                Margarete, ao ser questionada sobre o conhecimento do alimento não teve coragem de admitir que, havia confundido a manteiga com bolinhas de queijo. E saiu afirmando: “Se EU sabia que era manteiga? É lógico que sim.” – falou com a boca lotada e completamente engraxada.
               O que fazer numa situação desta? Correr para o banheiro, devolver no guardanapo ou mastigar, mastigar, mastigar, ou mastigar.
               A decisão mais correta a Tia Morena não sabe, porém sua amiga Margarete nunca mais comerá nenhum alimento sem observar detalhamente sua composição.                                                                                                                                                   

8 de dez. de 2010

Sai desse corpo, coisa ruim



Devido à sua aproximação com a religião Afro Brasileira e todos os mistérios que cercam tal tema, Tianinha  costuma  colecionar algumas histórias contadas por suas amigas “mães de santo”. 

Esta aconteceu com a Mãe Darlene de Oxum, da Zona Sul de Porto Alegre. Carlos Augusto havia separado-se da mulher e retornara (temporariamente) à casados pais. Seu Dorval, o pai do moço, permitiu o abrigo, porém com algumas ressalvas em relação ao comportamento. Algumas regras foram estabelecidas, entre estas, a proibição de excessos etílicos. Nada de bebidas em demasia.
Nos primeiros dois meses tudo perfeito. Augusto chegava cedo em casa, respeitando a todos. Num final de semana, “baixou” na escola de samba  para assistir Neguinho da Beija-Flor e reencontrar alguns amigos. Excedeu-se um pouco e tomou todas. Sambou, cantou e bebeu muito.
No meio da madrugada, “lotado  de birita”  resolveu ir embora.  Ao chegar em casa, não conseguia enfiar a chave na fechadura, até que seu pai veio abrir. Inexplicavelmente, a voz de Augusto ficou rouca e grossa, irreconhecível. Seu pai, assustado,  chamou sua mulher para atender  o hóspede que chegava naquele estado. E a voz continuava  rouca e assustadora – “Sai pra lá, seus safados”! “Vocês vão se arrepender  Ele  agora é só meu”, dizia a suposta entidade.
Sua irmã, Sabrina, foi acordada no meio da noite para ir à casa da Mãe Darlene e poder enfrentar o tal “encosto”.  Ainda sonolenta, a senhora foi até o quarto de santo, recolheu algumas varas de marmelo, espadas de São Jorge e as guias.  Um pouco contrariada, acabou rumando para a casa  da família de Augusto, afinal não poderia deixar na mão a família amiga. Na companhia de Sabrina, Mãe Darlene chegou à casa de Augusto. Cumprimentou seus amigos, os pais do moço, e foi logo dirigindo-se à entidade que, teimava em falar grosso e desrespeitosamente. Olhando nos olhos da criatura, foi aproximando-se lentamente e falando palavras doces e gentis para que a mesma voltasse ao seu lugar de origem. Foi acariciando as costas do moço com uma mão e com a outra apanhou as varas de marmelo. Num gesto rápido e certeiro, desferiu uma meia dúzia de varadas pelas costas, pescoço e pernas. Após ser literalmente surrado pela Mãe Darlene, Augusto dizia: “Calma, Mãe Darlene, o coisa ruim já foi  embora” e a religiosa respondia: “Foi não, foi não, ESTAS ENTIDADES SÃO TEIMOSAS DEMAIS” e de-lhe varadas  e mais varadas.
Após 40 minutos de descarrego, as coisas voltaram ao normal e o pai do moço,  sr. Dorval, sugeriu um banho frio. Mãe Darlene, entretanto,  recomendou no outro dia um banho de ervas com sal grosso.      
No outro dia a Sabrina, irmã do moço, disse à Mãe Darlene  que, Augusto juntou suas coisas(logo cedo) e foi morar com colegas do trabalho.

Monarco é do povo e assim deve ser



foto: divulgação
Pois, no final do mês de novembro de 2010, nosso amigo Zeca do Surdo, pegou seu tamborim e  rumou para a  Usina do Gasômetro. Estacionou o “auto” na rua Riachuelo e se foi à roda de samba, onde estava Monarco. O evento foi organizado por um grupo de simpáticos e  jovens sambistas de Porto Alegre, um Instituto social e cultural. Imaginou que o espaço seria disputadíssimo. 
              Enganou-se. Num evento de grandeza cultural como esse não haviam 300 pessoas prestigiando a função. Zeca do surdo, não se conteve e interpelou um dos responsáveis: “Oh, mermão, não vi nenhuma divulgação de massa?”. “Soube que, Monarco estava na cidade porque minha prima é cunhada de Guaracy e telefonou-me na quinta-feira”. Desistiu de tocar na roda de samba e arrematou, indignado: “Música popular é para ser apreciada por todos – populares ou não”. Então meu jovem sambista, disse a um dos membros do Instituto promotor do evento “voces precisam é divulgar as coisas populares e não propondo a grupos restritos, como estou vendo aqui”.


Monarco na Usina do Gasômetro, há pouco tempo. Artista deste quilate é para não ter lugar na grama próxima ao toldo.

Monarco nascimento 17/08/1933
Nascido no subúrbio carioca de Cavalcanti, Hildemar Diniz – o Monarco da Velha Guarda da Portela como é conhecido - Desde criança teve contato com os sambistas da escola, integrando blocos e compondo sambas ainda na infância. Em 1950 passou a ser integrante da ala dos compositores da Portela, e se apresenta atualmente com a Velha Guarda. Também é diretor de harmonia da escola. Suas composições são gravadas constantemente por outros intérpretes de samba, como Beth Carvalho, Martinho da Vila, Paulinho da Viola e Zeca Pagodinho.

7 de dez. de 2010

Dois motivos para sorrirmos

Tio João anda rindo a toa pela cidade. Os  motivos? São dois.
                 O Primeiro: A galera do Programa É Geral, da TVE (o único espaço televisivo gaúcho que apresenta samba o ano inteiro) que,  sob o comando do ousado e batalhador Rafael Cavalheiro o chamou para uma parceria do seu Armazém  e a produção dos futuros programas em novo formato. Muito samba clássico  e popular na voz de conhecidos sambistas de Porto Alegre, identificados com os movimentos populares da Cidade.

 É Geral
Vale a pena conferir. Todo sábado, 19h (inédito) e nas quartas-feiras, 23h45min (reprise).


                O segundo: A grata novidade no ar www.levadadosamuka.com.br , o site cultural de informações, dicas culturais e entretenimento  do nosso amigo e parceiraço Samuel Guedes – o Samuka do Andaraí. Acessa lá e confere a qualidade do lance.

A coisa tá russa pro lado da salada



        Zé Prettin nos conta que, dias desses na academia onde costuma “malhar” presenciou uma cena demasiadamente hilária. Os freqüentadores do espaço de cultura ao corpo precisavam recorrer a locais próximos para repor e energias e fazer um lanche após a malhação.
          Foi sugerido ao dono do estabelecimento, o professor Toninho, a montagem de uma mini lancheria  que servisse alimentos naturais. Mesmo relutando com a idéia o mesmo reservou um cantinho da Academia e estruturou-o com banquetas, refrigeradores, pias, preteleiras para louças e insumos. Até que, ficou bem bonito o tal “Cantinho natural”, onde eram servidos vitaminas, sucos e sanduiches.
          O maior problema enfrentado era encontrar alguém “lapidado” e eficiente para atender os clientes. Muita gente passou pelo teste e ninguém ficava. Até um dia o professor Toninho convidou sua prima Dona Wanda para explorar economicamente o espaço. Senhora  criativa, responsável e incansável. Ligeiramente, gananciosa, mas incansável.
          Trabalhava muito e os lucros começaram a aparecer. Zé Prettin e seus parceiros eram habituais consumidores dos quitutes. Vendia tanto lanche que, Dona Wanda decidiu  servir almoços ao meio dia. Num belo dia, logo pela manhã, “propagandeou” sua salada russa (beterraba, abacaxi, nozes e alcaparras) que, foi guardada na geladeira numa bacia plástica.
           No terceiro prato servido, dona Alda enfiou (literalmente) a cabeça no refrigerador e ao sair, fez um  movimento brusco batendo na gaveta onde estava a tal salada. Com as costas completamente, coloridas pela “cor viva” da beterraba que, cobriu boa parte do seu corpo a tão atenciosa atendente “liquidou” o almoço da galera. Era difícil quem não gargalhasse com o fato.
           Em solidariedade, Zé Prettin decidiu substituir seu habitual açaí com sanduiche de atum, por um peito de frango grelhado com frutas. Logicamente, sem a tal salada russa. 

Seu SAMBA, o primo do tio João do Brasil

Tio João convidou sua mulher Tianinha e toda sua galera, Zeca do Surdo, Dona Morena, seu filho Zé Prettin, Dr. Totonho, Tia Cenira  e todos os amigos do seu Armazém para conhecerem seu primo e melhor amigo, Jorge “Honorato” Vieira, popularmente conhecido como SEU SAMBA. Bah, no encontro rolou a maior batucada, regada a cerveja e saborosos petiscos.
Negro simpático, bom de percussão e de cantoria, acolhedor, bravo (quando provocado), tolerante na maioria da vezes, “Xavante” como todo desportista feliz pelotense – como costuma dizer, maluco por samba e das amizades sinceras, agitador dos desfiles da Bandalha, nos áureos da banda fervilhante na avenida Gal. Osório e incentivador das ações culturais democráticas. Este é o primo do tio João do Brasil, “SEU SAMBA”. 
Quer saber mais sobre o homem? Aparece na casa dele, ao lado da histórica Travessa dos Venezianos (o endereço tá abaixo da sua foto).

2 de dez. de 2010

Presente de grego




Tianinha e seu João do Brasil, participaram da confraternização anual dos funcionários aposentados da CEEE. Chegando num clube da cidade, no coração da zona sul de Porto Alegre, reencontraram um colega e amigo do marido – o Pedrão Alicate. Por que  tinha  esse apelido? Porque “apertava” todo mundo, segundo os parceiros da Companhia. Tirar vantagem alheia era com ELE mesmo.
Pois,  segundo relato da Tianinha, o Pedrão foi à festa  da firma sozinho. Alegou à Januária, sua mulher que, um dos requisitos para acesso ao evento seria a presença dos funcionários sem acompanhantes. A recomendação era para irem sozinhos e sozinhas. O quase aposentado eletricitário, Pedro Borba, “aplicou esta na nega véia”. Vestiu uma roupa bacana e rumou para o evento.
O que Pedrão não imaginava era que, Tianinha a esposa do seu maior amigo na Companhia,  telefonara  para sua casa desfazendo o mal entendido. A presença  das esposas era facultativa e liberada. Tão logo recebeu a informação da parceira e amiga, dona Januária, telefonou para o marido Pedrão e cobrou explicações. Embaraçado, sem saber o que responder, afirmou que, em pouco tempo estaria em casa levando uma surpresa bem legal e apropriada “para a patroa” – como ELE mesmo costuma dizer. Pensava em levar um bom pedaço de carne de ovelha assada. Januária adorava.
Foi até churrasqueira, identificou-se ao churrasqueiro e solicitou um "naco bem bacana", aliás um nobre pedaço de carne, para levar à sua esposa. Enquanto era providenciado o embrulho, o Pedrão voltou a beber cervejas com os parceiros. 
Após receber o pacote do pessoal da cozinha sentiu forte dor(cólicas) na barriga, possivelmente, em função da churrascada da festa. Deixou o embrulho com os parceiros e dirigiu-se apressado ao banheiro, “despachar alguma coisa ruim” – segundo disse aos amigos. A demora lhe custou muito caro, pois seus companheiros e fiéis amigos  trocaram o conteúdo da encomenda. No lugares dos suculentos pedaços de churrasco, a galera colocou ossos juntos a um kilo de sal grosso para formar peso.
Pedrão ao sair do banheiro,  despediu-se dos amigos, embarcou no carro e partiu rapidamente para casa, encontrar a indignada mulher e entregar –lhe o “kit churrasco”.  Chegou em casa, ligeiramente alto e fazendo festa com o embrulho. Foi direto à cozinha. Chamou Januária e cheio de razão, falando firme e grosso, declarou “Pega o presente que trouxe para ti! Pensas que não lembro da minha querida?”.  A morena abriu um sorriso, apanhou um prato e os talheres e foi abrindo lentamente o embrulho para provar o tradicional churrasco do tio Moraes.
Ao abrir o pacote teve uma enorme surpresa. Um volume significativo de  ossos de carne bovina  e um kilo de sal grosso. Jogou TUDO pelos ares. Disse todos os palavrões que conhecia e foi passar uma temporada na casa de sua mãe. E o Pedrão? Nunca mais participou de confraternizações dos colegas da “Companhia” e assa todos os finais de semana o churrasco temperado na salmoura. Ficou com nojo de sal grosso e de brincadeiras de mau gosto. Aliás, completamente “anojado”.   

Quem não tem medo de dentista?


        Tio João nos conta uma historinha de pavor e medo vivido pelo mulato Luis Roberto - o “Betinho Tamborim”,  virtuoso percursionista e amigo do Armazém.
O moço quase morria de medo  ao imaginar-se sentado na cadeira de um dentista. Infelizmente, necessitou passar por este sofrimento.  Acordou numa manhã de inverno com uma terrível dor de dente e, mesmo contrariado, acatou a sugestão da sua mulher para utilizar os serviços de uma clínica conveniada com sua empresa. Após consulta a uma das dentistas credenciadas,  cirurgiã Carla Almeida, no belo e equipado gabinete odontológico da empresa, acabou combinando o tratamento ao qual  seria submetido. No dia marcado, lá estava  Betinho  suando  frio na recepção da clínica.
 Ao ser chamado pela dentista, dirigiu-se à cadeira transpirando muito e com uma sensação esquisita pelo corpo todo.  Compreensiva e tranqüila  a profissional recomendou calma e sugeriu ao paciente que assistisse a um filminho no dvd, enquanto ela procedia as ações em sua boca. A assistência de programas, seriados e filmes costumava tranqüilizar os pacientes mais agitados.  Com ELE não funcionou. Levantou da cadeira às pressas e solicitou uma outra data para continuarem o tratamento (estava muito nervoso naquela ocasião). A  calma do paciente sempre contribui para a evolução do tratamento, e a cirurgiã Carla entende essas coisas.
Alguns dias mais tarde, o mulato Betinho reaparece no consultório para uma  nova consulta. Dessa vez,  mais animado e falante, trazia consigo um DVD do show da Beth Carvalho, gravado na Lapa.  Alcançou à dentista o disco de samba e posicionou-se na cadeira. Naquela ocasião assistiu duas vezes o show, enquanto a cirurgiã tratava seu dente.  Enquanto a sambista cantava “Folhas secas, do grande Nelson Cavaquinho”, o Betinho chegava a fechar os olhinhos para não sentir dor.
Assim nosso amigo encarou com mais leveza o difícil momento das brocas e acessórios do dentista. Sempre ao som de Beth Carvalho, o moço encara qualquer parada. A dentista Carla, atreveu-se ao sugerir uma outra ou um outro sambista, Jorge Aragão ou Zeca Pagodinho, por exemplo, mas o danado era decisivo. Até tratamento de canal fazia, desde que tocasse a Beth Carvalho.

19 de nov. de 2010

Seria um triângulo de bermudas?


Zé Prettin, filho mais novo do tio João, não se conteve e aprontou uma das suas. Devido a um compromisso profissional, não poderia acompanhar o grupo de amigos à Praia da Ferrugem no feriadão da Independência. Por 40 dias, mobilizou, convocou, seduziu e conclamou a galera para a tal viagem.  No período referido estaria em Minas Gerais acompanhando uma maratona local, cuja organização era da empresa que prestava serviços. A prova ocorreria no meio do feriado e ELE perderia 2 dias em solo mineiro, quando gostaria de estar nas terras catarinenses e não valeria a pena viajar à Santa Catarina por curto período. Não acham? Ele não achou.
Embarcou num avião, desceu no aeroporto de Florianópolis e seguiu para rodoviária local e partiu  direto para a Praia da Ferrugem, ao encontro dos amigos, da batucada, dos banhos de praia e da bela e loiríssima  Melissa.
Ao chegar na pousada da galera, procurou alguém que pudesse emprestar uma bermuda ou um calção mais confortável. Não encontrou ninguém. Neste momento passou pela recepção o seu Otavinho – o gordo, alegre e bonachão motorista do ônibus da delegação. Zé Prettin não teve dúvidas e pediu emprestada uma roupa de verão ao velho parceiro de viagem.
Infelizmente, os amigos tinham uma pequena diferença – um pesava 75kg(Zé Prettin)  e o outro o mais velho, 102kg. Problema para o nosso “playba brazuca”?? Que nada. O cara subiu para o quarto, meteu uma cordinha na bermuda jeans (ajustando a cintura), protetor solar, o rayban bacana, passou a mão na garrafa de vodka  e se “foi às areias” da Ferrugem. Até os dias de hoje as fotos daquela ocasião ocupam os primeiros lugares no acesso ao Orkut da galera. Como diz  Miguel, o japonesinho da turma: “Esse Prettin, não tem mais jeito, né? Levou para casa até a bermuda do homi na volta da viagem”.

18 de nov. de 2010

A fé move montanhas







Conta dona Morena que, o biscateiro e pintor nas horas de “folga” Arlindinho era um sujeito extrovertido, agradável e bem humorado, mas “ligeiramente” metido a esperto. Pois, certa ocasião, de olho no coração da “Tiçoca”, como era conhecida a Cristal Maria, passista da escola de samba do bairro, passou a freqüentar a Igreja Evangélica defronte à pracinha. A loirinha “boa de samba no pé” abandonara o Carnaval para atender o CHAMADO do SENHOR, trocando o pequenino biquíni de lantejoulas por saias de comprimento longo e cabelos sem cortes.
Arlindinho não a acompanhava, porém estava sempre perto da moça a cortejá-la e apresentar  sua companhia. Enquanto ELA o convidava para prestigiar o culto, o moço a provocava  a  ir à roda de samba ou até mesmo comer algum lanche no quiosque do tio Milton. Tanto insistiu que, a bela e, agora recatada Tiçoca, fez-lhe uma proposta: “Se tu me acompanhares   no culto especial do próximo  domingo, aceito teu convite para tomarmos um refrigerante e comermos alguma coisa no quiosque. Topas? – propôs a moça. Sem titubear, o malandro aceitou na hora. Tinha uma semana para arrumar um “bico” e reservar algum para a função com “sua querida”.
Infelizmente, a semana passou muito depressa e não apareceu nenhuma oportunidade de aumentar a grana disponível na carteira do rapaz. Chegou o domingo e como não poderia perder a oportunidade  lá estava  Arlindinho ocupando os primeiros lugares do templo, bem pertinho da Tiçoca, digo, irmã Cristal. No meio do culto, entre orações e louvores, surgiu diante do moço o “cesto de doações”. O Arlindinho sacou de seu bolso sua única nota( de R$2,00), olhou para os lados e não percebendo vigilancia de lado algum,  substituiu-a por uma de R$20,00. O propósito era justamente “defender”  a grana do  lanche do casal. Ninguém percebeu o gesto do ágil Arlindo.
Ao final do culto, na saída do templo o casal foi abordado por dois senhores bem apessoados, de porte físico avantajado, bem trajados (um deles carregava uma pequena bíblia numa das mãos) que disseram o seguinte: “Irmã Cristal, por favor, o pastor lhe aguarda na secretaria para combinarem a agenda da semana”. O Arlindinho resolveu acompanhá-la porém, foi impedido quando um dos senhores, de forma firme e forte,  o pegou pelo braço anunciando: “O senhor  não esqueceu nada no dia de hoje, irmão?” . O moço respondeu negativamente. O homem  do terno escuro, além de não soltar seu braço, apertou mais um pouco. “Tem certeza, meu senhor”- afirmou ELE. Nesse momento, seu colega de terno escuro aproximou-se, segurando-o pelo outro braço. Arlindinho, sem muito tempo para pensar, lembrou rapidamente do cesto da doação. Solicitou quase que, instantaneamente, o tal cesto e nele depositou os R$20,00(!).  Demonstrando gratidão e devoção, os senhores de ternos escuros foram soltando seus braços, agradecendo e afastando-se lentamente de Arlindo.   
Passados quinze minutos, do ocorrido, a irmã Cristal ou Tiçoca (como desejarem) retornou e encontrou o Arlindinho com um semblante entristecido. Foi logo desculpando-se e o convidando para irem ao quiosque do seu Milton. O moço completamente “empobrecido”, pois até os R$2,00 – filho único – haviam sido doados à causa religiosa, decidiu transferir o passeio combinado. Afirmou por fim que, acreditava na aceitação de um novo convite pois não tinha dúvidas que, “a fé move montanhas”. Se não move, pelo menos movimenta as pessoas, de ternos escuros, principalmente.
Arlindinho continua acreditando na existência de uma força superior, porém até hoje não descobriu como e por quem foi flagrado nos primeiros movimentos com o cesto de doação? E a irmã Cristal? Foi transferida. Está evangelizando na região metropolitana da cidade e dificilmente é vista no bairro onde mora.

Passinho para cá, passinho para lá



Tia Cenira nos conta que, estava bailando no Prontidão com sua cara metade, dr. Totonho, quando presenciou uma cena tragicômica no meio do salão. Noite quente de sábado, o grupo Mr. Funk e seus metais afinados  apresentavam uma seleção de swing e samba rock para ninguém botar defeito. Um dos seus vocalistas, o virtuoso Bira Mattos interpretava um “Bebetão”, direto  dos  anos  90.
Animados casais tomavam conta da pista, quando o Alberto Quadros – o Marrom, surgiu todo exibido com seus sapatos bicolores e seu terno bem cortado para “incendiar” o salão. “Nego marrento”, diziam alguns. “Gigolô e pobretão” diziam outros. “Estiloso”, afirmavam os amigos. Enfim, a verdade era que o sujeito nunca teve uma carteira de trabalho assinada, dormia todas as manhãs e era sempre visto em boas companhias femininas, perfumado e vestindo  roupas de marca. Esse era o perfil do moço.
Naquela noite  estacionou, de qualquer jeito, defronte ao clube  o carro importado da “nova namorada  do dia”, desceu já de mãos dadas. Exigiu mesa reservada junto à pista de dança, chamou o garçom, pediu uísque e tábua de frios. Maior arrogância. A  banda dava inicio aos primeiros acordes e lá estava ele (acompanhado da nova namorada) a rodopiar pelo salão, fazendo movimentos coreografados e sorrindo para TODAS as mulheres da festa. E quanto aos homens do baile? O "Marrom" não dava a mínima importância.
Em meio a um desses movimentos, de paradinhas e giros improvisados, o “bacana” abriu demais as pernas e suas calças rasgaram-se completamente. Seu terno, estilo europeu, parecia-se depois do acidente, uma fantasia de alguma tribo em dia de chuva. Totalmente em retalhos.
Com as cuecas completamente à mostra não teve outra solução, a não ser sair em disparada, sem pagar as despesas da noite, inclusive. Voltando na segunda-feira, com uma outra calça obviamente, para acertar a conta que ficou suspensa.
 Aquela noite deve ter sido inesquecível, pois o "pé de valsa" nunca mais foi visto no “Pronti”.  Dizem, alguns que, ELE tem dançado em Novo Hamburgo, Santa Cruz ou em Pelotas, onde conheceu sua mais recente paixão.      

10 de nov. de 2010

Achado não é roubado, mas pode custar um soco na cara

 

               Dona Morena nos conta que, um parceiro de pagode, o Macedinho voltava, em plena madrugada, na companhia de mais 3 amigos, de uma animada roda de samba com o nível etílico acima do normal, quando decidiram parar no trailer de lanches do bairro e tomar mais algumas geladas, ouvindo alguns sambas na “máquina”. Com algumas moedas na mão e no equipamento era possível ouvir Jamelão, Martinho da Vila e Beth Carvalho a qualquer hora.
O local estava lotado e os 4 amigos monopolizaram a máquina  e a discotecagem. Ninguém ouvia mais nada e dê-lhe samba das antigas. Em meio à batucada, o Silva resolveu dançar e para isso convidou uma moça que estava sentada numa mesa próxima à da turma. Nem percebeu o amigo do Macedinho, que a dama estava acompanhada, aliás, acompanhada por uma galera, entre eles o carteiro e boxer, Olegário. Sujeito camarada que, reuniu os amigos de Academia para comemorarem seu aniversário. Ao perceber os gracejos do Silva, o “pequenino” Olegário, 1,94 de altura e 132 Kg de massa muscular, desceu o braço na turma do Macedinho.
Eram socos no ar, cadeiras e mesas voando, tapas, sangue, o Jamelão gritando na máquina de música, gemidos,  ameaças, enfim uma verdadeira confusão. Em meio a confusão, limpando o sangue no canto da boca e levantando-se do chão lentamente o provocador Silva avistou um bonito relógio no chão. Discretamente, recolheu e guardou no bolso. Com a chegada de policiais militares os ânimos foram acalmando-se e as turmas orientadas a seguirem para as suas casas.
Retornando às suas residências, o grupo dos 4 amigos, dividiu-se um pouco. Alguns vinham caminhando à frente, outros mais atrás. Macedinho caminhava no primeiro grupo e lamentava ter perdido o relógio, presente do seu filho no Natal passado, uma falsificação perfeita dos grandes modelos importados.
No grupo que vinha mais atrás, o perturbador Silva, vangloriava-se com a façanha de ter tomado uma surra, mas tirado alguma vantagem do evento: “Apanhei, mas o relógio daqueles p#*$#a/! está comigo. E isto ninguém me tira. Não devolvo de maneira alguma! Sentenciava ELE.
           Ao ouvir a conversa, Macedinho aproximou-se e pediu de volta o relógio ao Silva, explicando a história do presente natalino. Podem acreditar que, o malandro depois de provocar toda a confusão se negava a devolver o relógio?? Se não fosse a interferência imediata dos amigos, o dolorido Silva tomaria a segunda surra no mesmo dia. Afirmam os amigos do Macedinho que, o moço tem uma “pegada firme” na mão esquerda. Afinal, são 12 horas de trabalho duro na serralheria da família.            

Por favor, não chame a Polícia!




Tio João contou-nos que, seu parceiro Francisco Nogueira, o “Chico Cabelo”, como é conhecido o mulherengo amigo da  turma do Armazém não vale o cereal que come no café da manhã de todos os dias. Destemido, galanteador e cara de pau sem comparações.
Numa de suas andanças pelos pagodes da vida, o Chico conheceu a jovem e bela Carolina – advogada recém formada na Federal – filha única do coronel da Brigada Militar, sr. Romeu Pimentel e da Promotora da Justiça, dra. Lavínia  Costa.
Pois, a jovem preparava-se intensamente para as provas do Ministério Público e nos raros momentos de relaxamento era estimulado pelos pais a divertir-se com as amigas, curtindo um bom samba. Num agitado reduto de samba da Zona Sul, cruzou o caminho do Chico Cabelo, 18 anos mais velho que ela, mas “interaço” como costuma afirmar o moço. Conversa pra cá, passinhos pra lá, semana após semana de encontros na roda de samba, pagode após pagode, acabaram tornando-se namorados. Tudo certo? Que nada...o “bacana” era casado e aplicava sua condição de solteiro sem pudor. Com dois filhos adolescentes, era casado com a Anita, técnica em Enfermagem de um famoso hospital da Cidade.
Depois de algum tempo de namoro(?), o Chico já era considerado membro da família Pimentel. Paparicava o sogrão, era gentil com a sogra, enfim, um “encanto de pessoa”.
Certo dia, a Carol convidou o Chico para um churrasco dominical na sua casa para apresentar-lhe seus padrinhos, velhos amigos de seus pais. Aproveitando um plantão da Anita, prontamente atendeu o convite. Chegou cedo a casa do seu Romeu e foi tomando as providências para o churrasco. Naquele dia seria ELE o assador oficial, afinal os anfitriões dariam atenção às visitas. Enquanto os “dindos” não chegavam, conversavam animadamente junto à churrasqueira, genro e sogro, preparava os espetos, o carvão e todo o movimento do assado. Seu Pimentel alertava o Chico sobre o jeitão do seu amigo e compadre, padrinho da Carol, o Miguelão. Gente boa, brincalhão nas folgas, mas irreconhecível nas suas tarefas profissionais como comissário de Polícia, impaciente, agitado e “ligeiramente duro” com as tarefas cotidianas. A conversa ia evoluindo quando foi ouvida uma buzina de carro defronte à casa (a churrasqueira localizava-se nos fundos da garagem). O cel. Pimentel e suas mulheres, a filha Carol  e a mulher, Lavínia foram recepcionar o Miguelão e sua esposa, enquanto o assador dava continuidade às tarefas para não atrasar o almoço. 
Um “vagalume azul”, por sorte, soprou o ouvido do Chico e o fez espiar pelas laranjeiras que dividiam a frente da casa e o longo pátio de acesso à churrasqueira.
Por que? Acreditem, a dinda da Carol e mulher do Miguelão, era a dona Laura, enfermeira chefe e uma das mais incentivadoras da Anita, sua mulher oficial, na profissão.
Putz, numa ação rápida, não teve dúvidas. Ergueu os espetos na churrasqueira, pegou a sua inseparável bolsa de mão e pulou o muro da casa da namorada(?). Havia um terreno baldio vizinho à casa da família Pimentel  e que foi muito útil, para que o “Cabelo” antes de ser apresentado aos convidados ganhasse o mundo! Não quis testar o humor do Miguelão, nem a memória da dona Laura que, havia trocado presentes na festa de final do ano do Hospital com a Anita. Naquela ocasião o Miguelão estava de folga, ao contrário deste domingo na casa dos Pimentel. Vinha de um plantão pesado, segundo ELE, comentou depois com os anfitriões. Sem entender nada, seu Romeu deu continuidade ao churrasco, enquanto a Carol ligava para o celular do Chico ouvindo a “famosa mensagem da caixa postal”.
Alguns dias depois do domingo cinzento, Chico Cabelo fez contato, alegando necessidade de afastar-se um pouco para refletir sobre a vida, reconsiderar algumas  coisas e sobre a tal fuga quase não falou. Alegou  não ser correto ingressar ainda mais na família e tal. A bela Carolina não compreendeu muito e os Pimentel, menos ainda. Por sorte, o tempo cicatrizou tudo isso. E o Chico? Não pode ver uma viatura policial andando lentamente perto dele. Ficou extremamente caseiro, curtindo os filhos, colocando a leitura em dia, reorganizando seus vinis e cds. Carnaval só na tv e samba só em família. O seu Pimentel foi para a reserva  e sua filha, Carolina, seguiu os conselhos do dindo. Entrou para a Polícia Civil e  foi vista num programa de tv,  participando como a mais jovem Delegada de Polícia do estado e campeã do torneio de tiro da ACADEPOL.
Ufa, a vida dá sinais...não acham?

3 de nov. de 2010

Aroma de flores



Pois, o nego Edi "extraiu" do Zé Prettin  nos traz mais uma. Quase no final do ano de 2009, um grande amigo seu se transferiria para outro Estado. Boa oportunidade de ascensão profissional, novos projetos, mais grana, enfim desafios. Este parceiro decidiu comemorar a promoção e a viagem reunindo amigos e amigas numa conhecida casa noturna de Porto Alegre. Muita gente prestigiou o evento e muita bebida foi consumida também. Era camarote vip, batucada no palco, mulher bonita, energético, destilados, momentos fortes de emoção, abraços apertados, beijos na boca. Enfim, a noite prometia.
O Marquinho, pagodeiro dos bons, chegou para uma performance com o amigo recém promovido e depois alguns brindes com os  parceiros e as “gatas” que conhecesse naquela noite. Estava com o carro do pai, grana no bolso e “solteríssimo na fita” – como afirmou ELE. Dentro do camarote, avistou seu primo Fabrício, no maior “love” com uma bela moça que, acabara de conhecer, mas que cuidava há um tempão das baladas do Portinho.
Tudo rolava legal até que, no meio da noite o Marquinho perdeu a “chave do comando do bom senso”. Caiu duro sobre uma  mesa. Estava liquidado e abatido pela mistura etílica a que se submeteu. Dizem até que, ELE aproveitou-se da companhia do primo e tomou todas.
Os parceiros, entre eles Zé Prettin,  chamou o primo do Marquinho, o Fabrício Sengov e pediu que, conduzisse o moço até em casa no próprio carro(o do pinguço), enquanto uma amiga comum levava o dele. Um pouco chateado, pois a noite com a nova conquista prometia e estava só começando, acabou aceitando a tarefa inusitada. Sacumé, família é família? Tinha que levar o primo para casa. Conversou com a nova ficante, uma morenaça, estudante da “Psico” da UNISINOS explicando o motivo da saída às pressas. Convidou-a para acompanhá-lo, pois depois continuariam a festa em outro local. Felizmente, ELA topou.
Embarcaram no carro do Marquinho, o Fabrício no volante, a namorada ao lado e o bebum no banco traseiro. O primo ficou a vontade, ligou o rádio, o ar condicionado e tocou para a Zona Sul. Rodados 200 metros, o primo dorminhoco não segurou um flato guardado há muito tempo e lascou o peidão “vruuuuummm”. Fabrício nem olhou para o lado, silêncio absoluto no carro. Mais um quilometro e o moço lascou outro, mais barulhento e ligeiramente “aromático”, num misto de verduras, carnes deterioradas e creme de ervilhas do almoço. O fedor tomou conta do carro. A namorada (ou quase namorada?!) não se conteve e pediu para abrir as janelas. E Fabrício, o motorista enfurecido, xingou seu primo Marquinho: “Pô, meu! Não respeita ninguém, porco relaxado?”. Com a cabeça desequilibrada e cheia de vodka, Marquinho respondeu: “Ih, rapá! Que jeito é esse de falar com o dono do carro, hein?”. Sentenciando ainda: “Se EU quisé, páro agora e faço vocês descerem”.
A Pri, como Priscila, era conhecida entre suas amigas, não teve dúvidas. Chegando na Azenha, fez Fabrício parar o carro embarcando num táxi e rumando para casa. E os dois primos seguiram viagem até à casa do Marquinho. Chegando lá, o primo sóbrio estacionou o carro na calçada, tocou a campanhia da casa e foi embora.
Por uns seis meses, as relações familiares foram interrompidas. E a Pri? Trocou de celular e excluiu o Fabrício Sengov do seu orkut.
O Zé Prettin já havia anunciado: “Ih esta história ainda vai feder!”.

Uma tarde no Pagode do Andaraí


Pô, galera...tomei um “balão” do Zeca do surdo no último sábado. Havíamos combinado de visitar o Samuka, o Zé Oliveira e os amigos do Andaraí lá no reduto, próximo a Santo Antonio. Beliscar uma carne gorda, reencontrar pessoas e ouvir um samba cheio de balanço. E o danado não apareceu!! Acabei indo sozinho mesmo. Azar o dele, né??
Vesti minha camiseta do Brasil de Pelotas, presente do tio João do Brasil, “algum” para o táxi, pois pretendia beber alguma coisinha mais gelada. E pimba!! Me joguei no samba!!
Chegando lá, encontrei uma verdadeira festa. A churrasqueira ardendo em brasas com espetos de carnes diversas, abacaxis, especiarias e farofas requintadas à mesa, cavaco pra cá, violões pra lá, banjo “berrando”, pandeiro tremendo, tantan marcando o ritmo e surdo apanhando. Tudo em nome da descontração e energia que os encontros por lá reservam.
É difícil resistirmos a uma boa roda de samba, carne assada, cerveja e amigos, porém, é impossível não contagiar-se com princípios básicos de convivência  entre as pessoas. Meu entusiasmo em falar, narrar e torcer por uma vida longa ao chamado Pagode do Andaraí justifica-se pela simplicidade, alegria e calor (e não é da churrasqueira que falo) com que as pessoas são recebidas por lá. Tem samba de resgate?? Tem. Podemos ouvir Cartolas, Ratinhos, Silas de Andrade, Nelson Rufino, entre outros. O pessoal da terra tem vez? Óbvio que sim. Por lá se ouve, Wilson Ney, nego Isolino, Caco Rabelo, Bedeu e muito mais. Tá bom, só falta dizer que toca pagodinho também? E por que não? Arlindo Cruz, Picolé e até Rodriguinho.
Então, se numa roda de samba não é necessário agendar uma participação, ou mandar durante a semana as partituras do samba que for cantar, estar vestindo roupa de linho ou camiseta temática, ou cantar em grupo famoso e pudermos perceber o entusiasmo da dona Taninha batucando no seu tantan, o Nelsinho fazendo a sua cuíca gemer, o Eduardo “Cabeça” dedilhar o violão, o Paulinho Bom Ambiente dando seu recado, o Cleber entre uma costela e uma lingüiça lascar um Reinaldo, o Samuka e o Zé, no afinado e equilibrado dueto de cordas e cantos, mais todos aqueles que vi tocarem e cantarem na tarde de sábado como podemos definir isso? Uma "SENHORA" CONCENTRAÇÃO POPULAR.
           Por fim tenho uma proposta a fazer: " Quem sabe plantemos uma tamarineira na calçada para que o Tom Guedes possa reunir seus amigos, num amanhã de fraternidade e boa música brasileira?".     

           Samuka e Zé Oliveira, meu abraço e carinho

                                                                                                Edinho Silva


Para ilustrar o texto acima, deliciem-se
http://www.youtube.com/watch?v=8MOyST9ByRY

Religião é coisa séria



Numa amistosa e bem humorada conversa com a Tianinha, o Nego Edi nos traz mais uma estória boa. Contou-nos que, a Tianinha na companhia das amigas Angelita e Neusinha, participou de uma festa religiosa  na casa de Mãe Natália de Oxalá na semana passada, lá pelas bandas do bairro Boi Morto, em Santa Maria.
Enquanto “a função” não começava, batia papo com alguns presentes, reencontrando pessoas conhecidas e de muito boa prosa. A uma destas perguntou pelo Genaro, um italianinho  de Caxias que adorava um batuque e “recebia” um preto velho muito requisitado na casa.
Foi informada que,  o desaparecimento do Genaro foi  notado há dois meses. Contam ”as boas línguas” que, logo depois que a mulata Salete passou a consultar com o preto velho recebido pelo italianinho iniciou-se a confusão.
Toda a vez que a bela ia tomar um passe, o “preto veio” dizia, quase sussurrando,  no seu ouvido: - “o véio qué galá!!”. Assim foi por muitas sessões no terreiro da Mãe Natália. Era a mulata chegar no recinto, o “preto véio” vinha ao mundo, como dizem os entendidos. E dê-lhe...”o veio qué galá”.  Sempre a mesma história, por longo espaço de tempo.
                Cansada do assédio, a moça resolveu contar ao marido, nego Sidão, mecânico bom de briga, e convidá-lo a tomar uns passes também. Ao chegar no terreiro resolveram  separar-se para flagrar o italiano. Quando aproximou-se do “preto  véio”, já foi ouvindo direto no ouvido, com voz rouca e macia – “o veio qué galá!”, “o veio qué galá!”.  Neste exato momento, Salete sinalizou para o marido que, chegou junto à entidade, já com os punhos cerrados.
              Ao perceber a aproximação do marido, com os  olhos arregalados o “preto véio” falou com uma voz clara e alta, nunca ouvida no terreiro: “o véio qué  GALÁ-NÁ, GALA-NÁ”. Ninguém entendeu nada, pois "o pessoal da Angola" era chegado a uma cachacinha e não refrigerante. Enfim...
Depois daquele dia, nem o Genaro, nem o “africano Pai Bento de Uganda’ que o moço recebia, foram vistos na casa.  Nossa!! Religião é coisa séria, né mesmo?  O nego Edi disse que sempre desconfiou do "italianinho".

Bebida liberada



Quem contou  essa  foi o  Zé Prettin, filho mais novo do tio João. Na última sexta-feira, em plena Zona Sul de Porto Alegre o moço participou de uma balada muito forte.  Aqueles pagodaços  com bebida liberada – caipirinha, cervejas, refrigerantes e outros destilados. Com a galera empolgada, muita mulher bonita na pista do baile, a banda afinada no palco, a rapaziada exagerou um poquinho na bebida. O Dico, amigão do Zé, literalmente “quase” entrou nas garrafas. Tomou TODAS e acabou sendo “convidado” pelos seguranças da festa a retirar-se,  aguardando  seus amigos sentado num  banco localizado ao lado de fora da danceteria.
 Ao sair da festa, Prettin e seus parceiros encontraram sobre o banco, seu amigo Dico, abraçado ao seu pandeiro,  completamente “prejudicado” pela bebida. Com a calça molhada pela urina descontrolada, sua camiseta de grife com resquícios  das batatinhas  fritas do início da balada e com uma voz completamente esquisita tentava anunciar um pedido, inicialmente difícil de ser compreendido, mas a turma, igualmente “perturbada” conseguiu traduzir. O mais novo funcionário do Banrisul gritava a seus parceiros: “Meuuuuuuuuu, não to legal!! Me leva para a UNIMED!!”.
Os amigos completamente confusos, se perguntavam: “E agora o que faremos?? Levamos o cara para a Sede, na Santa Teresinha? Ou para o HPS? Ou Banco de Olhos?”.  Dizem os entendidos que, balada de bebida liberada atrapalha as idéias de todos. Um parceiro mais lúcido teve uma idéia. Embarcaram em 3 táxis e rumaram para o Van Gogh, na João Pessoa para pensar melhor. A maioria atacou o carreteiro com feijão mexido. E o Dico? Adormeceu com o rosto repousando num prato de sopa de capeletti.
O Zé Prettin jura que comeu risoto de frango naquela madrugada. O que duvidamos muito, afinal “o mocinho também toma bastante”.      


28 de out. de 2010

E agora, José?

      X     

Pois, o inquieto Zeca do surdo, não se contém. Chegou na rodinha dos parceiros, em pleno Mercado Público, e lascou. "Afinal, por que o Exaltasamba toca pagodinho e o Zeca Pagodinho toca samba?? Que doideira, mermão!!" - sentencia ELE.
Jurou que gosta da música dos dois, embora reconheça um valor maior na performance do Péricles. Não consegue acompanhar o estilo nem as interpretações do Thiaguinho. Mas...segundo Zeca, tem gosto pra tudo, coisas do showbussines, né??

27 de out. de 2010

O meu lugar é perto de Santo Antonio - Pagode do Andaraí

           
             Dia desses, ainda no ano de 2004, o tio João do Brasil me contou como conheceu o Pagode do Andaraí, conhecida concentração de amigos do Samuel Guedes, localizada nas proximidades da Igreja Santo Antonio,  tradicional bairro de Porto Alegre.
             No início da função o SAMUKA, como é conhecido por seus mais chegados, reuniu alguns amigos para um churrasquinho, algumas geladas e uma democrática roda de samba. Não imaginava o amigo do Armazém que, a concentração verde e amarela ganhasse a notoriedade que adquiriu.
            Pois, numa tarde de sexta-feira de setembro, Tio João foi até o Mercado Público comprar um peixe fresco para Tianinha preparar uma muqueca. No domingo receberiam alguns amigos de Rio Grande em sua casa. Produtos comprados e temperos selecionados, decidiu tomar um choppinho no Bar Naval. Chegando lá, encontrou seu grande amigo Fabinho e após abraços e cumprimentos entusiasmados rolou o convite para uma chegadinha no Andaraí, no dia seguinte. Curtir um samba legal, tomar umas geladas, reencontrar amigos e beliscar uma costela gorda.
           No sábado, com cavaco afinado, uma peça de maminha debaixo do braço e o Zeca do Surdo a tiracolo, lá se foi João para a já famosa roda de samba. Chegaram perto das 15h e não lembram até hoje, nem em que estado etílico, nem a hora que sairam de lá? O combate foi forte, dizem ELES.
           O movimento, carinhosamente conhecido como Pagode do Andaraí, crescia a cada final de semana, acolhendo amigos, famílias inteiras e sambistas avulsos de todos os cantos da Cidade. Inquietos, Samuka e seus parceiros, além de batucar e se divertir, decidiram realizar ações sociais solidárias – arrecadando produtos de higiene pessoal, material escolar e brinquedos a serem distribuídos em creches comunitárias das vilas e bairros próximos ao ponto de encontro dos amigos do samba.
           Numa destas ações de entrega dos produtos, os amigos João do Brasil e Zeca do Surdo  foram convidados para acompanharem o Samuka e seus fiéis (Juju, Nelsinho da cuíca, Fabinho, Ciro Dupan e Eduardo Cabeça, entre outros amigos do samba e da vida). Eles iriam até a Vila Maria da Conceição, entregar à tia Maria, responsável pela Creche Comunitária Contos de Areia o material arrecadado num movimentado finalde semana no Andaraí.
           Após a entrega dos produtos despediram-se da simpática senhora e "desceram o morro" - como contou tio João. No caminho de volta o grupo adentrou o boteco do tio Miguel para tomarem “umazinha” como disse o Zeca. Ao solicitar três cervejas geladas no balcão,  o líder da turma, o Samuka foi abordado pelo seu Luis Carlos – um nego véio de voz grave, porém calma e envolvente,  que, perguntou ao grupo de onde vinham os amigos que, vestiam camisetas personalizadas (do Pagode do Andaraí). Coitado do tio véio, não dominava as letras (não sabia ler, nem escrever). Imaginava ser algo bem bacana pois, o logotipo do movimento chamava bastante a atenção. Conforme nos relatou tio João, o Samuka e os parceiros do Andaraí explicaram a razão da visita e o que estava escrito nas tais camisetas (Pagode do Andaraí/bairro Santo Antonio/Porto Alegre). Enquanto ouvia as explicações, seu Luis Carlos, emocionava-se e, entre um gole e outro, sugeriu uma batucadinha. Ali, na hora, de improviso, para alegrar os "crientes" do tio Miguel.    Uma turma de senhores que jogava baralho e ouvia o jogo do Grêmio no radinho de pilha. Como fazer se não havia instrumentos a mão? Haviam ficado nos carros. Surgiu de forma inesperada um cavaco com apenas 3 cordas, do filho do tio Toninho. Seu Miguel, dono do buteco, pediu ao neto (Dequinho) que, corresse até a casa do Olavo e apanhasse um pandeiro emprestado. Quando chegou um dos “Andaraís man”, sem cerimônia, apanhou o instrumento e já foi lascando ritmo. O Fabinho improvisou um surdo com um balde de limpeza que estava jogado debaixo de uma das prateleiras do lugar. O  Juju apropriou-se de uma garrafa média de Fanta(para fazer o reco-reco) e estava formada a roda, no maior improviso e na maior emoção. O provocativo, seu Luis Carlos com os olhos marejados puxava os cantos e toda a galera cantava junto. Apresentava Ivone Lara, Nelson Sargento, Cartola, João Nogueira e muita coisa legal.
           Com o samba invadindo a noite, no seu improviso e energia, com bastante cerveja gelada, nacos de mortadela e ovo cozido de vidro(que delícia, hein?),  o tio João, o Zeca do Surdo, o Samuka e seus amigos do Andaraí registraram com seus próprios olhos, as cenas mais marcantes de suas vidas sambistas.
            Os mais entusiasmados, entre eles EU e toda a galera do Armazém, garantimos: o Pagode do Andaraí, do Samuka e sua turma está na "Bolsa de valores do samba" com a mesma cotação das rodas de samba carioca. Lá, nos blocos do Jardim América, até o Santo Antonio, coloca o gurizinho no chão para sambar. Aparece lá, todos os sábados, no meio da tarde!!! 



Alta costura



         Dona Morena nos conta que, sua amiga Sueli Balanço armou a maior confusão com seu namorado, o Fábio em pleno Clube Farrapos, durante um dos famosos Bailes da Teresa.
             Pois, o nego Binho, como era conhecido entre os amigos mais próximos, era um sujeito bacana, boa pinta, securitário, discreto, bom de bola (jogava todos os sábados no campo do Tamandaré, em Petrópolis) recebeu uma encomenda da namorada. O cara viajava muito e numa das idas à São Paulo, levou na bagagem a encomenda de um vestido de grife, direto da avenida Oscar Freire. A Sueli Balanço queria arrebentar no famoso baile.
            A expectativa era grande. Com convites sempre esgotados, os bailes da Teresa mantinham o glamour dos bailes de gala, dos penteados e dos ternos alinhados. A produção das pessoas era um dos pontos altos do evento, que por alguns meses movimentava Porto Alegre.
            Chega o grande dia e a exuberante Sueli Balanço, elegantemente vestida e acompanhado pelo Binho adentrou no salão com a roupa exclusiva, trazida direto do maior reduto de moda da capital paulistana. Sentaram-se à mesa próxima à pista. Em pouco tempo, chega no baile Dona Morena, acompanhada do marido, e sentou-se na mesma mesa da amiga conforme haviam combinado meses antes. O Binho, todo bobo, não quis cobrar a encomenda e presenteou a namorada com o vestido. "Se é para minha mulata ficar nota 10, vale qualquer sacrifício" - dizia ELE. A rainha do requebro como era conhecida Sueli Balanço, vestia um elegante vestido azul, com detalhes prateados, impactante de tão lindo. Exclusividade pura.
           Na medida que as pessoas chegavam à festa, muitos a cumprimentavam pela beleza da peça do vestuário. Tudo isso ocorreu até a chegada da Selminha. Por que? Porque seu vestido era exatamente igual ao da Sueli. Putz, por sorte a amiga sentou com o companheiro do outro lado do salão, bem longe da mesa do Binho, da namorada, de dona Morena e do marido.
           A banda agitava a pista com versões perfeitas do Bebeto, do Branca Di Neve e de outros swingueiros famosos. Era pezinho pra cá, pezinho pra lá. O "Farrapos" era só alegria. Muitas pessoas chegavam na festa ao longo da noite. E num destes grupos, a Rita de Cássia, uma bonitona funcionária do Hospital das Clínicas de Porto Alegre, que não perdia um “baile da Teresa” ingressou na festa, igualmente bela e exuberante. E o que ELA tinha em comum com as amigas Sueli e a Selminha? Imaginem? Os três vestidos eram exatamente iguais. Como descobriram? No banheiro feminino, enquanto retocavam a maquiagem.
          A Selminha e a Rita sorriram constrangidas, mas a rebolativa Sueli, desandou a chorar. Após a surpresa e frustração, sem coragem de perguntar à alguma das amigas sobre a procedência de seus vestidos correu até a mesa e convidou o Binho para ir embora antes do baile acabar. No melhor estilo Cinderela, despediu-se de dona Morena e do marido e tomou o rumo de casa.
          Durante o trajeto para casa o Binho desconversou, acalmou Sueli, mas não teve coragem de contar à namorada que, ficou sem tempo(?) de comprar a roupa em São Paulo e acabou adquirindo, em 8 parcelas, numa liquidação de uma tradicional loja do Centro de Porto Alegre.
          Enfim, o "amor é lindo, mas a cara de pau", segundo Dona Morena é maior ainda. Não acham??