29 de abr. de 2016

Carlão "bom de garfo" - Vem com o teu quilinho - parte I


                A mulata Sandra não cansava de alertar seu marido, o Carlão Bernardo, o quinto cavaquinhista da turma e da roda de samba da Vila Socó, sobre sua saúde. O "homenzinho" era bom de garfo. Devorava pratos fundos de arroz e feijão, carboidratos em geral e muita carne vermelha. Depois de algum tempo, o corpo sinalizou. Necessitou comparecer às pressas ao médico, pois sua pressão andou alterando e coisas do gênero. 
               Carlão era um sujeito de boa conversa, porém de poucos amigos quando o assunto era alimentação. Por que quinto cavaquinhista da turma?? Porque mesmo que o Carlão carregasse seu instrumento para todos os lugares no porta mala, ELE só era acionado quando não havia mais nenhuma opção. Seus dedos eram um pouco duros para a tarefa, diziam alguns. O cara não se importava muito com isso, pois queria mesmo era a companhia dos amigos, uma ceva gelada, um suculento pedaço de churrasco e um samba bem cantado. Tudo isso já era sinônimo de satisfação.
                Adorava um churrasco autentico com seus diferentes tipos de carnes oferecidas e assadas. Era bom de garfo, o nego!!! Pois, como nos contou o Carlito Trovão seu parceiro fiel, depois da visita ao médico o Carlão trocou todos seus hábitos alimentares. Drasticamente, cortou as carnes vermelhas (bovinas), substituindo-as por vegetais e legumes. Forçadamente, transformou-se em vegetariano. Na marra.
                 A novidade não o afastou das reuniões dos amigos e com isso, manteve o hábito de participar das churrascadas. Não comia carne e levava sua própria salada, seu kit vegetariano. Simples. No aniversário da comadre Salete, mulher do Bastião,  o sujeito mais folgado do pedaço e que gostava de tirar vantagens de todas as formas nas coisas que se envolvia. Churrasco na casa da Salete e do Bastião por adesão. O cara soltou o verbo e convidou a turma: "No próximo sábado, aniversário da preta, todos lá em casa com seu kit - PAC de cervejinhas e o tradicional quilinho, fechado??" "Malditos quilinhos", como dizia o Carlão. A nutricionista falou que um ser humano normal não consegue comer 500gr de carne. Ainda mais com guarnições. Então a pergunta que o Carlão sempre fazia: "Pra que um quilinho, se o vivente só consegue comer a metade?? Por que os tristes insistem em pedir "quilinho"??
                 Pois na festa da Salete e do "folgado" do Bastião rolou a convocação e o stress. O Carlão, cansado de levar sua maminha uruguaia e comer costela do peito do açougue da esquina, num outro momento da vida (só comendo saladas), não se conteve. Abriu o "bocão": "Pô, Bastião!!! Por que não sugere que cada dupla traga um quilo de carne?? Um quilo por pessoa é muito não achas?? Por que TU não compra tudo e "racha". Certamente sairá mais barato, né mesmo?? Mais justo pelo menos... O anfitrião não deu ouvidos, insistindo no "quilinho" e na PAC de latinhas de cerveja. O Carlão, enfurecido com a atitude, agora comendo salada e tomando suco,  ficou de olho vivo na esperteza do Bastão....EU e o Carlito Trovão concordamos com o Carlão. Se cada SER HUMANO normal não consegue comer mais do que 500gr de carne, o que sobra vira carreteiro do outro dia então??
Putz...que feio!!!
                                                                                                           
                                                                                                                    
                                                                                                                                                    nte....
                                                      

26 de abr. de 2016

E o CETE não pára...Eta, time de grife!!!

 
                                imagem do Correio do Povo - palestrante Maurício Nunes, vestindo terno preto
 
Os meus amigos Sérgio Peixoto, Gerson Brisolara, Luiz Roberto Correa e toda a turma do CETE – Centro de Estudos e Pesquisas de Tema Enredo e Memória do Carnaval não sabem brincar mesmo!! Na aula de abertura do Módulo 1 “Gestão de Carnaval” do curso de tema enredo os "bacanas" apresentam como palestrante o sr. Maurício Nunes, atual representante do Ministério dos Esportes em Brasília, onde exerce a função de coordenador-geral do Grupo Temático das Olimpíadas Rio 2016 e diretor de carnaval da Imperatriz Dona Leopoldina.
O painel intitulado “A direção de Carnaval de uma escola campeã” dará início ao curso abordará entre outras coisas a trajetória no desfile de 2016 onde a Escola de samba portoalegrense Imperatriz Dona Leopoldina sagrou-se vencedora do grupo de elite com o tema-enredo “Espelho – De filho para pai, a Imperatriz canta Diogo para João”, no qual prestou uma homenagem à Família Nogueira. Maurício atualmente é
Antes da apresentação do dirigente da escola laranja e preto, o presidente do CETE, Sérgio Peixoto, dará as boas-vindas aos inscritos dessa etapa do curso e falará a respeito da programação do centro de estudos para o período 2016/2017.
O encontro acontecerá neste sábado, dia 30 de abril, às 13h30, no Plenarinho da Assembleia Legislativa do RS (Praça Marechal Deodoro, 101, Centro Histórico – Porto Alegre).
 
PROGRAMAÇÃO CURSO DE TEMA ENREDO – MÓDULO 1 “GESTÃO DE CARNAVAL”
 
Dia 30 de abril – 1º encontro
Local: Sala João Neves da Fontoura (Plenarinho) - 3º andar do prédio da Assembleia Legislativa do RS
Das 13h30 às 14h: Recepção e inscrições
Das 14h às 14h30: Abertura do 1º módulo “Gestão de Carnaval” do curso do Cete, com SÉRGIO PEIXOTO, temista e presidente do CETE.
Das 14h30 às 17h: Painel: “A direção de carnaval de uma escola campeã”, com MAURÍCIO NUNES, diretor de carnaval da Imperatriz Dona Leopoldina.
 
Inscrições
As inscrições para o Módulo 1 – Gestão de Carnaval do CETE podem ser feitas na hora ou antecipadamente pela internet pelo e-mail cete.temaenredo@gmail.com. O interessado deve informar nome, telefone de contato, cidade onde mora, profissão, cargo/função no carnaval e (se for o caso) entidade carnavalesca à qual pertence.
O valor da inscrição para os cinco sábados do módulo 1 é de 40 reais (sócios do CETE) e 100 reais (não-sócios). Para quem desejar assistir as palestras avulsas (por sábado), o valor é de 20 reais. O pagamento pode ser feito na hora (será fornecido recibo) ou depositado no Banco Bradesco – Agência 1972, conta 41116-7, em nome de Luiz Roberto dos Santos Corrêa.
Esta é a oitava edição do curso de tema enredo do CETE e pelo quarto ano consecutivo é dividido em dois módulos. As aulas do Módulo 2 (Tema-Enredo e Carnaval) estão previstas para acontecer a partir do dia 11 de junho de 2016.
Mais informações pelo e-mail cete.temaenredogmail.com.
 
Fonte: Assessoria de imprensa do CETE.

Quer falar em Beto sem braço no RS?? Chama o LENO BUENO, direto de Caxias do Sul



Quem já ouviu falar em “Betinho com braço” nas rodas de samba no RS? E a obra do grande compostiro carioca Beto sem braço?? Pois eu conheci este moço em dezembro de 2105. Estava comemorando meu aniversário com meus amigos e familiares, num boteco tradicional de Porto Alegre, em meio a uma grande concentração de sambistas reunidos e convidados pelo irreverente Carlinhos Presidente. Na oportunidade acontecia o “Quintal do Presidente” – roda de samba solidária que arrecadaria brinquedos para entidades assistenciais da Cidade. Ressalta-se que, nacionalmente, o representante da obra de Beto é o sambista carioca Italo Costa, também conhecido pelo apelido de "Bracelete".

Na roda de samba participavam muitos sambistas convidados, mas um em especial me despertou a atenção. O sujeito de forma desinibida e energética cantava e versava os sambas do saudoso carioca Beto sem braço. Dividindo o palco com o anfitrião Carlinhos “colava um samba atrás do outro”. Coisa muito bacana. Seu nome? Leno Bueno para os mais “chegados”.

Num dos intervalos, fui ao seu encontro para conversar um pouco com o sambista residente em Caxias do Sul e nascido em São Miguel do Oeste/SC. Ao longo da conversa descobri algumas coisas interessantes. Por exemplo: seu primeiro contato com música foi com a nativa música gauchesca. Ouvindo com sua mãe, seus tios e avó muito José Mendes, Jorge Camargo, Nery Bueno (seu tio, póstumo) integrante do grupo de músicas regionais “Os Chimarristas”.

Mesmo sem tocar nenhum instrumento musical, ainda criança (8 anos) já cantava para a família. Naquela época seus ritmos preferidos eram o samba, apresentado por seu padrasto. Ouvia de tudo, porém eram os irreverentes Bezerra da Silva e Dicró que mais chamava sua atenção. As andanças de Leno Bueno pelos bares da vida iniciaram quando já tinha 16 anos. Na companhia do irmão William Bueno e do amigo Gilmar( o “tio”) sacudiam os bares na cidade de Vacaria. O repertório era variado passando por diferentes gêneros musicais como músicas de bandinhas, gauchescas, sertanejos e sambas de raiz.

Algum tempo depois iniciaram-se suas pesquisas no ritmo que mais adorava – o samba. E assim iniciou seus estudos nas obras de Donga, Ismael Silva, Geraldo Pereira, Wilson Moreira, Gordurinha, Noel, Cartola, Monarco, Jamelão, Candeia, Ataulfo Alves, Ciro Monteiro e os contemporâneos Paulinho da Viola, Nei Lopes, Xangô da Mangueira, Moreira da Silva, Jards Macalé, Elton Medeiros, Mestre Marçal, Wilson das Neves, Tantinho da Mangueira, João Nogueira, Paulo César Pinheiro, chegando em Serginho Meritti, Zeca Pagodinho, Nelson Rufino, Ivone Lara, Moacyr Luz, Toninho Geraes, Efson, Carlinhos Santana, Bandeira Brasil, Arlindo Cruz, Almir Guineto, Aluisio Machado, Sombrinha. Dá para duvidar do gosto do moço?

Aos vinte e seis anos surge em meio às pesquisas o nome mais expressivo na sua ótica: o  do sambista e compositor Laudenir Casemiro - o Beto Sem Braço. Depois de uma intensa pesquisa na obra do compositor, que contou com o auxilio da filha Priscila Casemiro e da sobrinha Luciene Casemiro o sambista Leno Bueno chegou até a discografia de Zeca Pagodinho, um dos maiores intérpretes de Beto sem braço. Até os dias de hoje troca informações e obras com sambistas de todo o Brasil, entre eles o carioca Italo Costa que também interpreta Laudenir na cidade do Rio de Janeiro.

A aproximação ao sambista Carlinhos Presidente (seu Padrinho de partido alto e de samba) representou novos espaços no cenário musical do samba gaúcho. Enquanto isso não acontecia passou por grupos como Swing Sem Razão, Marco Samba, Essência do Samba e Samba de Sapato Novo, optando em seguir carreira solo em 2015.

E esta é um pouquinho da jovem história de Leno Bueno – sambista, vice-presidente e um dos fundadores do Clube do Samba de Caxias do Sul, o maior divulgador e pesquisador da obra de Beto sem braço – grande compositor carioca.