13 de fev. de 2012

O caminhão passou, mas deixou algumas frases...


             
     “Bom filho à casa torna”, “Deus ajuda a quem madruga”, “Quem corre por que quer não cansa”, “Pau que nasce torto, nunca se endireita” são alguns ditos populares que me intrigam. O primeiro deles por exemplo, restringe qualquer saudade que o filho desgarrado possa ter em relação à família. Se o bom pode voltar, por que o “não tão bom” fica proibido de retornar para o lar?? E a vida dos guardas noturnos, os policiais, profissionais da saúde plantonistas, os djs, taxistas de madrugadão, o tiozinho do cachorro quente não serão abençoados pelo CRIADOR?? E quem corre porque quer cansa sim. Pergunte aos vencedores da última São Silvestre?? Ou a algum jogador de futebol ou piloto de automobilismo?? E o pau que nasce torto, não tem salvação?? Tem sim. 
             Com o progresso, ousadia e criatividade da nova escola de design de móveis qualquer  “pau torto” ou madeira velha transforma-se em móvel da moda. Né mesmo?? Então “VIVA” os ditos populares e nossa ânsia em fragmentá-los e buscar os contrapontos. Afinal, a vida deve ser vista, olhada, observada e analisada sempre com dois olhares. Por que?? Porque tem que ser assim. Se as flores nascem em meio às pedras, trapezistas descem do trapézio, incorporam-se de palhaços, vendem algodão doce e dão autógrafos ao final do espetáculo. Por que não fazer uma saborosa limonada com um único limão que está quase azedando??

Edinho Silva

Telefone celular de todos os dias

        O Valmirão, surdo mestre da bateria do Unidos da Lomba Grande, é um sujeito cheio de ritmos, porém extremamente atrapalhado com suas coisas pessoais. Pois, o cara decidiu trocar seu telefone celular e de operadora. Toda a galera circulava com novos modelos cheios de cores e recursos, musiquinhas diferentes, etc. Era inconcebível que o  “cara do surdo, da bateria do Mestre Sereno” não tivesse um também. Entrou na loja de uma das muitas operadoras da Cidade e foi seduzido a comprar um aparelho bacana e aderir a um novo Plano de conta de telefonia móvel. Tinha um de cartão da V...., com conta controlada e queria trocar para um da CL...O , mais bonitinho. Só tinha um problema. Os aparelhos disponíveis eram de conta, pelo menos era o que dizia a vendedora. O ritmista Valmirão lembrou que sua mãe possuía um aparelho móvel da mesma operadora CL...O,  e poderia aproveitar os 1250 minutos de aparelho para aparelho que a vendedora  oferecera. O moço mantinha um vínculo forte com sua “mamis”, falava mais com a velhinha do que com as namoradas.
               Fechado negócio. Transferiu a agenda velha para o novo aparelho e tocou a vida. Quando sua mãe, dona Cristal, ligava ele pedia para que, desligasse e deixasse por sua conta a ligação (Afinal, falar 1250 minutos por mês era uma barbada, né mesmo??). Fez isso inúmeras vezes e as conversas com a progenitora não tinham fim. Na última semana do mês, em meio a uma das tantas conversas com a mãe, o moço resolveu perguntar: “Oh, mãe, me responda uma coisa?? Tu usa a operadora CL...O há muito tempo?? Resposta imediata: “Usei sim, mas faz tempo. Seus serviços começaram a ficar ruim, tive que mudar” – afirmou a velhinha. Por uns minutos, o Nêgo Valmir ficou mudo. “Quer dizer que falava contigo, todo esse tempo no telefone residencial??” – perguntou ELE. “Sim” – respondeu sem entender nada, a nobre senhora.
            Não preciso dizer quanto custou a fatura de telefone do cara no mês seguinte. O Carlito Trovão afirma que, o Valmirão pegou uma raiva de telefone celular até hoje. 

Praia legal

                    
              









           Decididos a curtir o sol e o mar das terras catarinenses, Beto Cavaco reuniu os colegas da Faculdade, os protetores solares, as roupas de banho e partiu em busca de alguns dias de férias no litoral. Chamou para a aventura sua namorada Carina e os amigos Julinho, Carlão, Zé Prettim, Heleninha, Verona, Michele, o Léo, a Lila, a Marcinha e o Tonico. Em 2 carros rumaram para a Praia da Guarda do Embaú. O Prettim tinha intermediado a locação da casa de um amigo de seu chefe. Não era comum a residência ser alugada, pois a família do bem sucedido advogado da empresa, dr. Claudio Moreira, costumava veranear todos os anos. Como a relação entre seu José - chefe do Beto Cavaco e o dr. Cláudio era muito forte, a concessão foi realizada. A casa era uma beleza e por 7 dias seria o endereço da turma. E o Beto?? Era queridinho do chefe, então levou.
          Super equipada, com a geladeira cheia a casa foi disponibilizada para os jovens. A farra foi geral, muita música, azarão, carne assada e bebidas geladas. O churrasco e a bebedeira era diária. Parte da turma, entre eles o Zé Prettim e sua namorada Lila, deveriam retornar mais cedo do final da temporada. Ficariam na casa para a saideira: o Carlão, Beto Cavaco, Marcinha e a Michele. Na maior euforia no penúltimo dia, o quarteto armou uma festa de arromba na casa alugada. Ao acordar na madrugada, o Beto e o Carlão, um pouco ressacados foram diretos à geladeira beber algo refrescante que não fosse cerveja ou algum destilado. Depararam com embalagens de sucos naturais pertencentes a um dos filhos do dono da casa. Com comportamento hiperativo, o garoto costumava consumir os sucos misturados a medicamentos calmantes. Enfim, mexer naquilo que não nos pertencem tem um preço, né mesmo??.
         Os malucos depois de consumirem quase 2 litros de suco alheio(lotado de calmantes), adormeceram por 48 horas ininterruptas. Perdendo completamente a noção de relógios e calendários. E com isso, a completa responsabilidade em relação ao compromisso firmado para levantarem acampamento.  Nem é preciso anunciar que o Beto não frequentou mais aquela praia, aquele grupo e, tampouco, a lista preferida do seu José, seu chefe na empresa.