22 de out. de 2013

Terapia do tambor

              
             


 

                Um dos sambas que ficou chapado em minha cabeça era Caxambu, do Almir Guineto. Tinha um trecho muito legal que dizia o seguinte: "...o tambor tá batendo pra valer, e na dança do jongo que eu quero vê...". Pois toda a vez que um tambor, um surdo, pandeiro, tarol ou outro instrumento de percussão é confusão geral. Na certa. Coisa bem boa, uma percussão bem pegada. Se o analista de Bagé, do Veríssimo conhecesse o poder do "bombo leguero", certamente dispensaria os joelhaços nos pacientes. Né, mesmo??
Abaixo uma transcrição do texto publicado no Baticumbum desta semana:

                 "Atualmente, Porto Alegre seguindo uma tendencia que cresce no Brasil recebe o ressurgimento dos blocos de rua e cordões de sociedades e clubes. A função rola nos parques das cidades e agrega pessoas de diferentes origens. Eu já fiz a minha opção. Fui convidado para integrar a ZIRIGUIDUM Batucada Social Clube e, juntamente com professores, profissionais liberais, policiais, academicos, estudantes, donas de casa, funcionários públicos, pessoas comuns acionarmos nossos "brinquedos percussivos" e tomar as ruas num clima de euforia e descontração. Confesso que minha coordenação motora não ajuda muito, mas a paciencia dos mestres Márcio e Luiz Jaka favorecem muito o aprendizado. Acrescido com os demais parceiros das cordas do bloco a energia que rola é sempre garantida.

                  Sabem a endorfina liberada depois de um treino puxado na academia, ou uma reconfortante sessão de terapia?? Participar de qualquer função próxima a uma batucada tem a mesma função que um cartão de crédito, simplesmente NÃO TEM PREÇO. Meu carinho e respeito a todos os mestres de bateria do Brasil e, principalmente, aos da tribo - a dupla de Sandro Gravador e Brinco, Chiquinho, Biscui, Aruanda Jr, Boneco, Estevão, Guto e todos aqueles que não foram lembrados e que de alguma forma são os responsáveis pela alegria, descontração e energia nas quadras, ruas e avenidas. Simples. Arrebenta, bateriaaaaa!!  "
 
Quer conhecer as outras partes do texto?? Acessa www.baticumbum.com.br     

O SAMBA QUENTE da Zona Norte



 

            Ainda adolescente, conheci um sujeito pra lá de especial. Seu nome? Manoel Jeronimo.Seu apelido?? Nego Lon. Gostávamos de coisas em comum. Uma boa disputa de futsal, um bom churrasco e um sambinha de qualidade. Quando o conheci era um sujeito alto e franzino. O tempo foi passando e seu interesse por atividades físicas aumentou e com isso sua simpatia por ferros e halteres da academia aumentou. Resultado: Ganhou uma massa muscular bacana.

            E o samba onde entra na história?? Na companhia dos seus irmãos, Dadinho (já falecido) e do Maurinho, integravam a bateria da União da Vila do IAPI. Suas irmãs, Zete e Neca também gostavam muito de uma boa roda de samba. E o resultado disso refletiria direto no Marcelo Leandro, neto mais velho, do seu Osvaldo e da Dona Juraci. Moradores da Vila Floresta, a família Fraga da Rosa, mantinha a casa sempre muito agitada cercada de amigos ao som de muita batucada. E nesse clima foi concebido o grupo Samba Quente.

            Dentre as muitas situações que vivenciei perto deste "povo", destaco uma comemoração de aniversário realizada por lá. A anfitriã, dona Jura, mãe do Lon, já atingida pela diabetes, mantinha o comando das panelas e da energia que rolava em sua casa. Comemorando seu aniversário, distribuía mocotó para alguns, churrasco para outros, salgadinhos e macarronada. Na parte dos fundos da casa, uma animada roda de samba. Na sala, a Black music pegava no som mecânico. Na cozinha, os sons se cruzavam e a tia Jura, apoiada numa cadeira (pois tinha tido uma perna amputada), sorria e sambava. Retrato da euforia e resistência, herdada pelo nego Lon.

             Através deste moço, pude me aproximar da Batucada do Iapi e de muitos outros sambistas da Zona Norte. Conheci Caco Rabelo, nego Isolino, alemão Charles e muito mais sambistas que circulavam pela Zona Norte e conviviam com o Samba Quente. Nos anos 90, o samba migrou para o Centro de Porto Alegre e explodiu as sextas-feiras com os sambas do El Bodegon e do Panela de Barro. Era muita gente sambando sob o ritmo do Samba Quente e da turma do nego Lon. Passado algum tempo, a vida não poupou o moço.Veio perdas irreparáveis de paredes e sérios problemas de saúde. Com muita força e perseverança enfrentou as agruras e a hemodiálise sucessiva. Constituiu família, gerou filhos e, inquieto, não se acomodava para alavancar e esquentar novamente a Zona Norte com muito samba de qualidade.

            E assim, driblando as flechas e lanças na sua direção, permanece apostando nas pessoas, nas relações, engolindo e digerindo "sapinhos" de todas as formas, valorizando o samba cantado pela marron Alcione..."Não deixe o samba morrer...não deixeo samba acabar" e como FÊNIX, ressurgindo das cinzas para recomeçar todos os dias, um novo dia com muito SAMBA ARDENTE, digo, quente na Zona Norte. Era isso.
           Com todos os defeitos de cada um de nós, conseguimos construir ao longo do tempo uma mistura de admiração, amizade e apreço. Simples. Edinho Silva
 
Da série – Grandes amigos do Armazém – "Um pouco da história do Nego Lon, do Samba Quente"
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 



 

21 de out. de 2013

Meus presentes favoritos




               Sempre apreciei rabiscar frases, linhas, textos e coisas do gênero. Tornar pública a produção textual requer coragem e um pouco de audácia. Não é mole? Colocar no papel, jogar na internet, nossos pensamentos, nossos causos, inquietações, posicionar-se sobre assuntos diversos, pretensiosamente achar graça da vida nas pequenas ações. Enfim, "abrir a porteira" de nossa cabeça e "soltar o verbo" requer muito aprendizado.
              Tenho buscado este conhecimento diariamente seja nas conversas, nas aulas, nos textos,  em família, entre pessoas desconhecidas, no trabalho, revendo um filme, ouvindo uma música velha com um ouvido novo,  uma música nova com o ouvido velho e tantas outras coisas.
             Em 20 de outubro de 2010, tomei coragem e tornei público um projeto pessoal: o Armazém do seu Brasil - o boteco virtual, com seus personagens imaginários, histórias verdadeiras com o merecido sigilo, informação, cultura, canal de divulgação e promoção de samba, eventos, as coisas dos amigos, de tendências e acima de tudo, de reflexão deste "mundão". Contando com 125 seguidores, 18.426 acessos, centenas de ouvintes e alguns produtos de sucesso como a Batucada do Armazém e o programa de rádio web (www.radioestacaoweb.com - todos os domingos, das 13h às 15h), por exemplo, o blog permitiu manter vivo o sonho de torna-lo material gráfico que possa estar ao alcance de um grande número de pessoas. Doideira?? Não creio, afinal consegui atingir marcas nunca antes imaginadas, conhecer locais e pessoas fora de minhas rotinas. Enfim, o Armazém do seu Brasil mexeu com a vida do Edinho Silva.
              Se um dia falo e escrevo sobre uma situação cotidiana como o comportamento humano, num outro presto homenagem a algum anônimo que cruzou meu caminho. E dos famosos, eu não falo?? É óbvio que sim.
            Ao acessar o computador no dia de hoje, 21/10/2013 - aniversário da minha filhota Kaká, visualizei as inúmeras manifestações de aniversário que recebi no facebook. Em verdade, minha data de nascimento é 19/12 e não 20/10. A manutenção da data nas redes sociais integra um conjunto de ações para promover e alavancar, ainda mais o número de seguidores, ouvintes e leitores do blog. Então minhas amigas e amigos MEU MUITO OBRIGADO pelas manifestações e anuncio atualmente, meus presentes favoritos (na linha do aniversário de "mentirinha"). Gostaria de obter mais seguidores, mais leitores, mais ouvintes e que possamos juntos multiplicar todos estes números.
            Meu carinho a todos e os aguardo dia 27/10/2013 - domingo, a partir das 18h, no clube Silêncio - João Alfredo, 449 - Cidade Baixa.

Edinho Silva - Armazém do seu Brasil - ano III