10 de jan. de 2013

Ainda não sabe tocar o mais lembrado instrumento de percussão? Corre...



Esta é na minha conta pessoal, com o endosso do Dr. Totonho (o "letrado" do Armazém do seu Brasil)

Embora o conheça há mais de 20 anos  nosso convívio não é dos mais próximos e, tampouco, estreito. Porém confesso que, nas oportunidades em que nos reencontramos a sensação que tenho é que somos velhos amigos inseparáveis. Daqueles que se ligam diariamente, dividem churrascos, ceva gelada, bate papo, afagos, confidências e tal. Nada disso. Percorremos caminhos distintos e circulamos em ambientes completamente diferentes. Não havia jeito de descobrir a razão da empatia.
No ano passado idealizei um Projeto cultural - ASSUFRGS no cinema - envolvendo um filme nacional (uma das minhas paixões), meus colegas associados à entidade sindical em que atuo, a Universidade Federal e um artista "com história de vida". O filme já tinha em mente: O palhaço, de Selton Melo. E o tal artista?? Depois de uma ligeira pesquisa às minhas anotações pessoais cheguei ao nome do Zé Evandro Cardoso (Serrote Preto). Este cara, citado no início do texto, um sujeito do bem "das antigas".
Armei o Projeto, o encontro e fui procurá-lo. Iniciei a conversa com o caráter voluntário da ação, uma vez que, não havia previsto uma ação orçamentária que possibilitasse uma ajuda de custo ou pagamento de cachê. O cara não mudou nada, gente. Comprou minha idéia e disponibilizou seus conhecimentos e seu tempo para colaborar na iniciativa. No primeiro encontro, discorreu em breves minutos o que, estava fazendo profissionalmente. Dentre muita coisas, apresentando o mundo das artes às comunidades mais carentes de Porto Alegre através de Projetos Sociais ou de iniciativas pessoais aos finais de semana. 
E afinal o que me aproxima do Zé Evandro, do pandeiro, do sopapo, do Serrote Preto? Seria a disposição em oferecer reflexões sobre um mundo melhor e mais justo para todos?? Oportunizar que um pouco de arte atinja os mais desprovidos, utilizando mecaniscos leves, porém sérios de encaminhamento de ações??  Ou ensinando com a mesma paciência e brilho um conhecido apresentador de televisão a tocar um pandeiro em 5 minutos e numa outr oportunidade, um menino de 10 anos da periferia da cidade a ter um primeiro contato com um instrumento de sopro.
Tenho quase certeza que deve ser um destes motivos.

Zé Evandro,
Que 2013 te reserve muitas oportunidades de salas cheias no Projeto Permanente de pandeiro do Gasometro, do sucesso do PERCPOA, a solidariedade e comprometimento com tuas coisas, a sensibilidade de citar Paulo Freire, Veríssimo, tio José da Bonja, Jung e Darcy Ribeiro todos no mesmo contexto. Enfim, mais um parceiro do teu quilate no sonho do Projeto Armazem do seu Brasil.

Abraço muito forte,

Edinho Silva

9 de jan. de 2013

Nunca exagere nos temperos

Essa foi a Tianinha que contou...


               A Marianita, porta bandeira de vocação e dona de casa por opção, adorava a preparar pratos diferentes que aprendia nos programas diários da tv e passava as manhãs atenta às diferentes receitas oferecida nas emissoras de televisão aberta. Apesar de não ser uma cozinheira top de  linha, considerava-se bastante esforçada.
               O prato anunciado naquele dia, no programa de todos os dias, era um frango com molho de vinho e ervas finas, receita portuguesa e tal. Cozinha Internacional genuína. A mulata acreditava na máxima de que "os mininos se pega pela barriga". E assim, a moça anotou detalhe por detalhe da receita.
               Pedaços de frango sobre a bancada, as tais ervas finas, cebolas, tomates, alhos. Faltava o vinho. Não teve dúvidas, correu no armário da sala e pegou a primeira garrafa que avistou. Putz, era uma bebida de origem italiana que, seu marido Luizão da cuíca havia encomendado de um amigo importador de bebidas (muambeiro etílico) para presentar seu chefe. Na ocasião da encomenda gastou uma fortuna com a cara bebida. Como o investimento foi alto, resolveu comprar um vinho e uma garrafa pequena de um scott de 12 anos de idade, para consumo próprio.
              A Nitinha, como era chamada pelo marido, conhecia tanto de bebidas que não sabia diferença de cachaça 51 e de conhaque Presidente. Imaginem se iria identificar o valor investido no vinho do chefe e no whiski chique do marido?? Não teve dúvidas, temperou as coxas e sobrecoxas e cobriu com o vinho italiano. Colocou toda a garrafa para pegar o gosto, como afirmou ELA. Não satisfeita, abriu a garrafa "dos 12 anos" e despejou um pouco do whiski. Segundo, a moça para dar uma tonturinha.
              Quando o Luizão chegou em casa a janta já estava servida e pronta para ser consumida. Aromática, bela e saborosa, segundo o maridão. Depois de algumas garfadas, o sr. Luiz de Oliveira Leal - Luizão da cuíca, como era conhecido na roda de samba, elogiou o prato da mulher e quis saber que molho diferente havia sido preparado. A Nitinha respondeu, de pronto - "Peguei um vinho e uma bebida numa garrafinha pequena que tinha no armário da sala".
             Não demorou muito para o "mestre da cuíca" começar a perceber que, algum (muito) dinheiro estrangeiro havia sido investido num prato de galinha congelada. E agora, o que fazer?? Saborear a comida e festejar a iniciativa da moça?? Economizar mais alguns meses para nova encomenda? Ou chorar sem experimentar a sobremesa que era um bom sagú venezeano (com o restante do tinto italiano??        

Caipira boa é só no Brasil

Esta é na conta do sério Doutor Totonho



            Em noites quentes de Porto Alegre, uma opção de romantismo e harmonia é pegar um cineminha com uma boa companhia, antes da temakeria. Né, mesmo?? Pois foi assim com o Cristóvão - o advogado atrapalhado, especialista em Direito Internacional e amante de uma caipirinha.
            Depois de muito tempo, "rondar" a colega de fórum, Letícia - morenaça, de curvas retilíneas, perfume marcante, bom gosto e discretíssima. Surgiu o convite. "Que tal um drinque, um cinema e um sushi, meu anjo moreno??" - disse o galanteador. Alguma resistência, afinal a moça acabava de sair de um relacionamento de 8 anos, ainda não estava aberta a novas aventuras. De tanto insistir o moço acabou seduzindo a morena.
           Enquanto escolhiam o filme e faziam um tempo no pub bacana do shopping, degustavam petiscos e caipirinhas. ELA com uma sutileza e requinte da nobreza européia e ELE com a velocidade etílica dos melhores bares do Mercado Público, provava todas as caipirinhas do Cardápio.  Escolhido o filme, seguiram bebericando. A Letícia, Titi - como era conhecida entre os amigos, já começava a preocupar-se com o horário do cinema. O Cris, nem ligava. Dê-lhe caipira.
           Poucos minutos antes do filme ser exibido foram às pressas para a bilheteria providenciar os ingressos. Por ser uma estréia, a sala de cinema estava lotada. E agora, onde sentar?? Com a ajuda do auxiliar do cinema(lanterninha), a Titi acomodou-se em seguida. E o Cristóvão?? Ligeiramente "altinho", cheio das "caipas", até alcançar sua poltrona ia batendo nas pernas das pessoas. Eis que, uma senhora, nervosa senhora, deu um empurrão no moço. Era automóvel em alta velocidade na tela, mocinhos resgatando mocinhas e o nosso amigo Cristóvão, sentado no colo do seu Maneco, sizudo professor universitário da área das Ciências Exatas. Foram minutos, é verdade, mas suficientes para a bela Letícia deixar o sushi para outro dia. Levantou e saiu à francesa, enquanto o Cris falava alto e gesticulava em meio ao filme.
          É mole??