24 de jan. de 2013

"Da série - Personagens top do Armazém - I" - JP - o filósofo

          Essa é na minha conta pessoal

          A vida fica mais legal se estivermos atentos a todos os sinais que ELA nos oferece. Enxergar com olhos de colecionador de selos, ouvir como platéia de ópera e falar como conversa no baile de terceira idade(de forma pausada) são objetos fundamentais para a compreensão destes sinais. Há também as ferramentas provocadoras, imprescindíveis para o êxito no processo. O João Paulo Silveira - o JP, ou o tio João Paulo ou meu irmão Paulo (como diz o Carlão) é uma ferramenta provocadora.
          Por que?? Explico a seguir: Há 15 anos quando ouvi falar coisas a seu respeito, soube que o "carinha" era do tipo autodidata em várias coisas. Atacava em todas as áreas. Criava maravilhas na Publicidade, arranjos malucos no violino e em instrumentos de percussão, desdobrava os cálculos matemáticos mais malucos que surgiam no curso de Matemática Plena, questionava os injustos conceitos da Justiça e do Direito formal, ganhava grana e gastava grana (por que não?? Moeda e para circular mesmo), gerava filhos, escrevia textos e posições, falhava e acertava como todo SER HUMANO normal, criava peças e desafiava a informática. Eta, "homizinho" danado. Quando soube de tudo isso, tentei me aproximar. Pensa que foi fácil?? Claro, que foi...pois o sujeito, com toda fama de aterrorizar pessoas e "quebrar" argumentos ultrapassados de visão de mundo mostrou-se muito generoso. E provocador, pois mete a colher em temas polêmicos e aos mais triviais da vida moderna.               Possivelmente, pode ter tido comportamento diferente em outras situações, mas minhas experiências nos últimos 5110 dias de nossa convivência foram os mais provocantes, desafiadores e bem humorados. E não é que, o cara tornou-se filósofo. Na real, recebeu o papel, afinal, num tempo em que todas as pessoas aplaudem o mesmo indivíduo que um dia disse que "era terrível" e em alguns anos depois diz que "é o cara". Ser provocador e despejar reflexões nas cabeças, sejam elas jovens, como teus alunos, ou contemporâneas a ELE, como os amigos e parentes, é muito bom.                      Minha rainha e tua sobrinha Paty tem razão, TU és "pedra 90". Aliás, parafraseando um primo querido, que hoje habita um outro plano de vida..."Foi muito bom ter vindo neste mundo e ter te conhecido".  
          E era isso...com carinho,

Edinho Silva

Em tempo:  Se fosse "mala", não seria carregado pela juventude. A imagem simboliza o HOMEM à frente do olhar científico. Exatamente como pensa o JP, antes do cálculo ou da fórmula, está a pessoa, com seus defeitos, seus valores, suas qualidades e suas fraquezas.

23 de jan. de 2013

Sambando na barriga

Esta é na conta da Dona Morena (a quituteira)


Foto
                 Todos os anos o litoral gaúcho tremia com o balanço e a batucada do bloco carnavalesco MACAS. E assim evoluía o Carnaval da alegre praia do Litoral Norte. Instrumentos afinados, samba na ponta da língua, bonitas e criativas fantasias, alegorias e uma vistosa e exuberante rainha de Bateria - a mulata Fafá. De batismo Rafaeli Gingado Moreira. Tinha balanço até no nome.
               A "bonitona" que iniciou seu envolvimento com o Carnaval da praia quando seu bloco MACAS era apenas uma brincadeira entre amigos foi crescendo junto com o movimento cultural do lugar. Cresceu ficou adulta, mantendo sua paixão pelo Carnaval e os amigos que se reuniam neste períodos. No bloco de ontem, transformado em escola de samba de hoje fez de tudo um pouco. Cantou na harmonia, tocou tamborim, costurou fantasias, coordenou alas, compos sambas enredos, empurrou alegorias. Participação direta. Veio a primeira gravidez e a danada não sossegou. Meteu uma fantasia bacana e apropriada e caiu no samba. Algum tempo depois, cruza em seu caminho, o nego JÔ. Membro do bloco desde cedo, ainda criança, assim como a Fafá, apoiava o mestre Batista, o regente da Bateria do MACAS. Já adultos, o casal encantou-se mutuamente. Mas o fascinio dele foi maior, afinal as pernas roliças da moça, sua pele perfumada e os olhos amendoados tiravam o cara do sério.
            No Carnaval de 2012, a Fafá, agora gravidona do segundo filho, fruto do amor sambista com o JÔ, desta vez era rainha de BATERIA da escola. Sonhava com o modelito exclusivo para o desfile e tal.
Putz, chegou a ordem do desfile e o regulamento do Carnaval que, proibia terminantemente o desfile de destaques grávidas. E agora o que fazer?? A bela Fafá não desfilaria num papel de destaque?? Nada. O nego JÔ, providenciou uma ala de mulatas exclusiva para cortejar a maior de todas as RAINHAS de BATERIA (proibida pela gravidez, mas feliz por sambar ao lado do amado e na escola do coração). O serviço de bordo, digo de avenida, foi top de linha para a avenida. Nada poderia dar errado. Afinal, as mulheres ficam mais belas quando gestantes. Enjoadas, mas bonitas. E o desfile chegou. Era os tamborins falando alto, o cavaco chorando, as pessoas cantando e o nego Jô de um lado para outro, cortejando sua amada que, a cada passo, comia um temaki ou um pedaço de pizza portuguesa.
          E a bonitona chegou feliz na dispersão, com o samba na ponta da língua, seu bebe sambando no ventre, mãos dadas com o amado Jô e os lábios sujos de catupiry.