28 de mar. de 2017

Busque Ser: a vida só faz sentido se for sentida - por Bruno Fontana


              
 
              
               O título por si só traz um significado tremendo - para mim. Dois primeiros verbos que juntos trazem uma ideia de dinamismo com profundidade. Aquilo que buscamos nos faz mantermo-nos em movimento, então buscar pode ser encarado como sinônimo de vida, pois a vida é movimento. Nascemos, crescemos e partimos.
                Parece estranho olharmos para isso com simplicidade e naturalismo, afinal, todos nós passamos por esse processo – assustador - querendo ou não e meu amigo, sinto informar, mas logo mais tu não estarás aqui também. Lembra-se dos teus 15 anos? Parece que foi ontem? Daqui 30, 40, 50 anos vai ser a mesma sensação de tempo. Tudo que passou se interioriza dentro da gente como se fosse um tempo muito menor, e sabe por quê? Nosso cérebro não lida muito bem com o “cronológico”, ele não identifica muito bem tempo, nem objeto material, ele identifica melhor eventos específicos conforme seu grau de emoção. Daí vem outra razão para lembrarmos muito mais do que nos gerou emoções fortes do que aquilo que não ocupou esse espaço. Então eu te pergunto, vale mais a pena ter ou sentir? Vamos lá, analisando a lógica: se sentir te faz lembrar mais, registrar mais e, portanto, mais sensação de vida (tempo e intensidade), se subentende que sentir é viver mais e melhor por consequência. Inclusive bons sentimentos geram hormônios mais positivos para nosso corpo.
            Trocamos inúmeras vezes nosso dinheiro por objetos que não nos trazem registros importantes, que satisfazem um desejo passageiro e superficial, que não iremos lembrar e comemorar um dia pela conquista e que na maioria esquecemos até que temos. Quanta vida jogamos fora com isso? Quantas lembranças poderíamos colecionar e lá no fim, no “acerto de contas”, olharmos para trás e dizermos: é, lembro de bastante coisa,  viajei, experimentei, amei, apaixonei, vivi o mais intensamente possível.
              Convido-te a viajar dentro de si, nas tuas emoções, nos teus sentimentos, reestruturar aquilo que te remete valor. Esse convite é extensivo a todos aqueles que através da tua felicidade e reconstrução vão estar sendo beneficiados, pelo fato de conviverem com alguém melhor, mais apto a influenciar positivamente seu arredor e contribuir para que haja um meio mais amoroso e de significado. Afinal, viver só faz sentido se for sentido coletivamente, pois sentir é relacionar-se com algo ou alguém, nenhum sentimento surge sem um objeto gerador. Portanto, o sentimento do outro também te diz respeito, também é do teu interesse e ambos contribuem um com o outro. Em um meio onde nós façamos nos detalhes da vida a vida dos outros melhor, estaremos afirmando nosso papel de colaboradores para um sistema mais vivo, com toda complexidade que a palavra ‘viver’ nos traz.