24 de dez. de 2021

Lembranças em forma de tatuagem no peito - Parte 1 - Natal "das antigas"

 



        Posentão...

        Dezembro é um mês que carrega consigo muitas coisas interessantes. Os festejos natalinos são alguns deles. Existem muitas pessoas que resistem aos apelos capitalistas que a data envolve. Entendem que a data comemorativa ao nascimento do menino Jesus nada mais é do que "um desgaste emocional e economico" que atinge as pessoas.

        Entendem que, enquanto tem muitas familias que conseguem organizar "fartas ceias" em muitas casas "farta" literalmente, algum prato saboroso da ocasião. Os tempos atuais, no Brasil, esta realidade tem sido muito presente nestes tempos "pandemicos" e de retração da Economia.

        Enquanto alguns poucos buscam nas redes sociais a melhor receita para preparar o peru, outros tantos "disputam" ossadas bovinas e "xepas" das feiras livres para de alguma forma ingressar no espírito natalino. Parece ruim?? É péssimo...Afinal, a maldita distribuição de renda não poupa...

        Em tempos, de um desmonte nas relações de trabalho no Pais, crescente a cada semana, é bastante comum identificarmos nas nossas relações pessoais alguém que esteja enfrentando apuros em relação ao emprego.

        Meu saudoso pai, o seu Edison "baixinho", era um marceneiro diferenciado. Fabricava de forma artesanal móveis novos sob medidas e restaurava outros tantos. Sujeito muito talentoso, aliás. Sua passagem por aqui foi quase meteórica. Confesso que, esqueci "completamente" o tempo de partida de meus pais. Possivelmente, a psicanálise explique isso.

        Mas retornando...ao título do texto...Hoje, bateu uma saudade maluca dos Natais lá de casa. Como a "coisa sempre foi muito apertada", a criatividade da dona Carminha, minha mãe, na produção dos pratos da ceia e na "negociação" dos presentes dos filhos. Como falei, meu pai, era marceneiro autônomo...hoje seria um "empreendedor do ramo" moveleiro. Coisa mais injusta, é afirmar que, todo ou toda aquela que não tem vínculo empregatício é dono do seu próprio negócio. Micro ou médio empresário?? Estão malucos...a moçada trabalha de dia para fazer uma refeição à noite...

        Assim, eram os dias...do marceneiro, lá de casa...De educação antiga, não permitia que minha mãe trabalhasse...afinal, era de um tempo em que o "pai" era o único provedor...Credo!!! Com todas as expectativas e necessidades que o Mundo moderno impôs é quase impossível manter isso.

        Mas o que significa uma árvore com galhos secos ilustrando meu texto?? Lembranças boas...duras, mas cheia de afetos. Quando inicia o mês de dezembro, meu pai consegui um galho seco ou minha mãe, pedia à alguma vizinha. A tarefa de decorar era dela...com retalhos de tecido ou papel de presente, forrava caixas de fósforos ou de medicamentos que serviam de enfeites decorativos. E as bolas natalinas?? Que bolas...era um tempo que não tinha produtos chineses distribuidos por aí...E os presentes no pé da árvore?? Caixas de sapatos vazias que misturavam-se com algum presente de verdade que nos era oferecido. Ou trazido pelo Papai Noel. Sem muito luxo...diria que era uma lembrancinha.

        A dona Carminha pintava o galho seco com algum resto de tinta branca, decorava com algumas buchas de algodão, armarinhos de costura, pequenos objetos...tudo que pudesse virar algo bonito e criativo. E a base da árvore?? Um lata de tinta vazia (muitas vezes guardada há um ano) revestida de papel pardo para dar a impressão e semelhança de um vaso de ceramica.

        Era triste e deprimente?? Nem um pouco...nós cantávamos a música da Simone...ainda era uma criança e não tinha ouvido tantas vezes. Ouvíamos os vinis no toca discos antigo, um pouco de tudo...do instrumental Saraiva, ao Agepê, Clara Nunes, Jair Rodrigues e muitos outros.

        E a comida?? Tinha peru? Acho que não...chegou mais tarde. Tinha alguma ave assada e muito decorada, acompanhando saladas variadas, algumas frituras, refrigerante (coisa rara na mesa), mas como era Natal, né?? Bolo doce com frutas...

         Sei lá...deu uma saudade boa...

            Amo por toda vida, meus pais, seu Baixinho e dona Carminha.....\0/\0/\0/\0/\0/         

2 de dez. de 2021

King of Kings Barbearia x Associação dos Moradores do Jardim Europa - Parceria boa que a familia agradece

  

                                                       Imagem do acervo institucional da Barbearia


            Posentão...

        Mesmo que para alguns e algumas a expressão "Somente diamante pode polir diamante", marca registrada de uma das muitas barbearias espalhadas pelas Comunidades de Porto Alegre, possa parecer mais uma frase de efeito ou até mesmo de para-choque de caminhão a verdadeira razão do sucesso apresenta uma justificativa. 

        Na "King of Kings" Barbearia não há espaço para vaidades, competitividade desleal, velhos hábitos de prestação de serviços, entre outras coisas. Por lá, a empatia, o bom serviço em nome da solidariedade, o sonho de ampliação de negócios e oportunidades a todos, sejam aos profissionais envolvidos, quanto os clientes que chegam de segunda a segunda-feira para conferir os conceitos de qualidade aliado à agilidade na entrega do melhor corte e serviço.

        Sua proprietária, a jovem e corajosa Tamires Kael, gestora de um negócio "sutilmente" ousado, considerando a predominância do genero masculino  à frente de barbearias espalhadas pelo Brasil não economiza em motivação quando fala sobre seus negócios. Segundo ela, há espaço a todos e à todas que primarem pelo atendimento honesto, o valor do serviço justo, o desejo constante em novos investimentos e, principalmente, uma disposição em colaborar para a criação de um Mundo mais justo, solidário e igual. Por que justo? Não é preciso cobrar valores exorbitantes para prestar um serviço de qualidade. Por que igual? O tratamento oferecido aos clientes não distingue classe social, cor de pele, religião. Todos e todas que sentam nas cadeiras da barbearia são atendidos e atendidas da mesma forma. 

        E por último, por que solidária? Simples. Ao ser procurada por membros da Associação de Moradores do Jardim Europa, uma Comunidade vizinha às duas Unidades da barbearia (a matriz na rua Orfanotrofio e a filial na Grande Cruzeiro), para participar de uma "Ação entre amigos" a Tamires acolheu a idéia desde o primeiro momento.

        A referida rifa contribuiria para que fossem adquiridos espelhos para estruturar e equipar uma das salas da entidade, onde moradores e associados participam de atividades como ginástica, danças urbanas, capoeira, etc. Não houve a necessidade de continuidade da ação. A proprietária do King of Kings e suas equipes de trabalho doaram peças de espelhos à Associação.

            Então...como não espalhar NOTICIAS BOAS a respeito de quem investe na Comunidade onde está inserido ou no apoio e promoção da convivência social e da cidadania em diferentes oportunidades??  

            Bora conferir as promoções da Kings of kings??


Serviço: "King of Kings Barbearia" - matriz

rua: Orfanotrófio, 986 - Alto Teresópolis - Porto Alegre/RS - fone: 51 3013-1736

1 de dez. de 2021

"Lá vem a bateria da Mocidade Independente...Salve a MOCIDADE"...Duvida?? Então te agenda e "cola junto"

                              Divulgação e material do acervo da Escola de Samba Mocidade Independente


                                       

        Posentão...

        Recebi nos primeiros dias da semana, dos meus amigos Isabel e Guaraci Feijó, o honroso convite para confraternizar e conferir a apresentação dos protótipos de fantasias(figurinos) da Mocidade Independente da Lomba do Pinheiro para o Carnaval de 2022. 

        Em conversa com a Isabel Feijó, experiente carnavalesca atuando junto à diferentes Escolas pelo Brasil afora, fiquei sabendo que seu retorno ao Carnaval Portoalegrense, ao lado e na companhia do marido e premiadíssimo Guaraci Feijó, se daria numa Escola de Samba identificada com uma Comunidade. E assim a Mocidade Independente da Lomba do Pinheiro foi a escolhida para simbolizar através de uma Ala seu retorno após tanto tempo afastada. 

        As fantasias, alegorias, adereços e os demais setores da Escola apresentam a assinatura gabaritada do artista plástico Guaraci Feijó, que mergulha profundamente nas criações e tarefas, atuando próximo a todos os processos que envolvam o desfile de uma Escola de Samba. Todas estas conexões ilustram as narrativas do jurista, filósofo, professor, ativista e Doutor em Filosofia, Silvio  de Almeida ao afirmar por onde se apresenta que Escolas de Samba e Terreiros de religião de Matriz Africana representam  os mais notáveis espaços de resistência e luta social.  

         O evento do próximo dia 12/12 prevê um saboroso e festivo almoço, música ao vivo de qualidade (Markinhus Balanço & banda), apresentação de grupos shows da Escola de Samba anfitriã (Mocidade) e de uma agremiação convidada (Império da Zona Norte) com seus principais destaques, Diretoria e ritmistas. Além de distribuição de brindes, um grande show surpresa e a sempre relevante troca de energias que um espaço de Cultura Popular pode oferecer. 

        Com todos os cuidados e protocolos a serem adotados em tempos de Pandemia, transporte coletivo e lotação com desembarque defronte ao local do evento, valores justos cobrados pelos convites, estacionamento fácil, entre outras coisas, estou certo que o segundo domingo de dezembro de 2021 promete muita coisa boa. 

             Eu já estou separando minha roupa...e cantarolando um sucesso interpretado pela sambista Elza Soares em terras cariocas. Ela cantava lá e nós cantaremos por aqui "Salve a Mocidade"

                Forte abraço, 

                                Edinho Silva




20 de out. de 2021

Seu "Bira Mattos" chegando no "Dona Lisi & seu Mário" - E na parceria quem vem? A cerveja IMPLICANTES e o Armazém do seu Brasil

                                                                                          Acervo pessoal do artista


        Posentão...

        Nos últimos anos, o Mundo foi assolado pela tristeza provocada pela Pandemia. Tempos duros que provocaram diferentes sentimentos em todos nós.

        Um necessário distanciamento social e outros tantos cuidados sanitários, pânicos de todas as ordens, reflexões internas, reavaliações conceituais e "novos pensares" de todas as ordens. Com o segmento das Artes, não foi diferente.

        Depois de algum tempo afastados, eu e meu parceiro Bira Mattos, uma das vozes marcantes do R&B de Porto Alegre, decidimos participar de algumas ações sociais e culturais. Uma delas conta com a parceria do "Dona Lisi & seu Mário" e da Cervejaria Implicantes.

        Durante o período de 25 de outubro a 25 de novembro/2021, estaremos sorteando e presenteando dois ou duas clientes do Restaurante/Buteco, "Dona Lisi & seu Mário", o mais novo espaço cultural da Zona Sul com uma volume bem bacana (um EP do Bira Mattos, um litro de cerveja IMPLICANTES, uma bebidinha do Armazém e um "mimo" do restaurante). 

        E assim, como na imagem, Eu, o Bira e o Xangô estampado na camiseta estaremos caminhando juntos em mais uma... 

        E daí, vais perder?? Ou como canta o cantor: "Vamos dançar...??"     

Serviço:

"Dona Lisi & seu Mário" -  Av Cavalhada 3623 Loja 8 Centro Comercial Itaimbé


              Obrigado IMPLICANTES, obrigado "Dona Lisi & seu Mário"

                                                                                    acervo da Cervejaria


                                               

8 de out. de 2021

"Retrato" tamanho familia do Armazém do seu Brasil com a assinatura do Ateliê 1

                                                Acervo do Armazém do seu Brasil - Autoria: Ramon Alejandro e equipe do Ateliê 1


Posentão...

        O Armazém do seu Brasil foi idealizado em 20 de outubro de 2010 com o propósito de avaliar a aceitação pública para uma futura publicação impressa das muitas histórias relatadas e vivenciadas pelo autor. Diria até que seria uma ferramenta encorajadora para avaliar a aceitação do formato.

        Em 2002, nasceu o Programa de rádio web com o mesmo título para incrementar ainda mais a idéia e proposta de troca de saberes a partir dos Saraus temáticos originados do Armazém. Num formato de roda de samba e resenha, necessitávamos de uma trilha sonora ao vivo. Num primeiro momento, nasceu o regional Batucada do Armazém, formado por sambistas ligados ao Carnaval de Porto Alegre e do RS. Posteriormente, o grupo sambista prosseguiu seus Projetos individuais e foi substituído por outro, com as mesmas características. Este grupo ficou conhecido como "Os Brasileiros". 

        Em 2020, ao completar 10 anos de existência NOSSO querido Armazém do seu Brasil estaria uma agenda repleta de ações comemorativas. Um agitado cronograma de atividades que traria a publicação do livro, Saraus temáticos, lançamentos de produtos (moda, decoração, seminários, Mostras, entre outras). Infelizmente, a Pandemia e o caos que assolou o Mundo impediu a realização da programação idealizada.

        A retomada da normalidade "da vida" a partir de todos os cuidados sanitários adotados para estancar o absurdo número de óbitos no Brasil (mais de 600.000 até o momento) é aguardada com muita expectativa. Estão previstas a realização de algumas ações, antes canceladas, que permitam a exibição pública da maravilhosa e impactante obra de arte assinada pelo artista plástico argentino Ramon Ruiz Alejandro e demais parceiras do Ateliê 1. 
        A obra intitulada "Uma tarde no Armazém" - uma peça que mede 2,00m x 1,50m, retratando um grupo de homens e mulheres sambistas, ao redor de uma mesa, sob o olhar atento do inesquecível Mestre Cartola (capa de vinil) ainda preserva-se desconhecida pelo grande público que acompanha o Armazém.

        Na companhia do Ateliê 1 que completa o mesmo tempo de existência (11 anos) esperamos que sejamos agraciados com o prazer de convivermos com as "artes", a Cultura Popular e tudo que nos oportunize celebrar a vida.

    Vida longa ao Armazém do seu Brasil e ao Ateliê 1. \0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/\0/     

Bebidinhas "do lado de cá"...Bora experimentar??

                                        acervo pessoal do Armazém


        Posentão
       
       Depois de algum tempo resistindo "às provocações" de pessoas conhecidas e próximas para produzir e disponibilizar algumas "receitinhas de familia" de bebidinhas de Boteco, decidi encarar o desafio. 
        O ponto de partida foi ter cruzado com o "tio Toninho", um simpático senhorzinho,  numa das muitas bancas de frutas existentes na RS 040, que liga Porto Alegre ao Balneário Pinhal. Parei com a familia para adquirir queijos, geléias e "gordices" coloniais. Algumas garrafas de cachaça localizadas numa prateleira despertaram minha atenção. Puxei a conversa com o proprietário, seu Antonio, e depois de ouvir algumas histórias bacanas sobre o produto,  "selamos' a parceria. Tinha achado um autentico e potente fornecedor da principal matéria prima.
     De volta à Capital, procurei meus parceiros Mário Assanchi e Lisiane, proprietários do Restaurante/Boteco "Dona Lisi & seu Mário", o mais novo espaço cultural e gastronomico da Zona Sul da Cidade para ajustar detalhes de onde poderia comercializar as bebidinhas do Armázém. Ajustado os detalhes, faltava dar inicío à produção.
        Então tá combinado...a partir da segunda quinzena de Outubro qualquer amigo ou amiga poderá experimentar no local ou levar para casa os seguintes "preparadinhos":

Carnaval - cachaça colonial, abacaxi (de Terra de areia), gengibre (não sei de onde?), hortelã (do pátio da minha madrinha) 

Pai João - cachaça colonial, grãos de café e açúcar mascavo (sútil porção)

Vovó Manuela - cachaça colonial, cravo (não sei de onde?), hortelã (do pátio da minha madrinha)

Morena de Angola - cachaça colonial, losna(do pátio da minha madrinha) e groselha

Euforia - cachaça colonial, bergamota, limão siciliano e laranja (São Sebastião do Caí)

Saravá - cachaça colonial, guaco, alecrim, arruda, pimenta e mel

        Que "tales"? Se tá dificil visitar o Armazém, então leve as "coisinhas de lá" para seu cafofo.

As imagens ilustram a postagem e apresentam a Paçoquinha, a "Dengo de mainha", o "Capetinha" e a EUFORIA.


"Dona Lisi & seu Mário"
Segunda a sábado, das 8h às 21h
Av. Cavalhada 3623 - Centro Comercial Itaimbé (Próximo ao Zaffari da Cavalhada)

 

 

6 de out. de 2021

Já ouviram falar em "Parcerias Graúdas"?? Apresento: Armazém do seu Brasil + IMPLICANTES + "Dona Lisi & seu Mário"



imagem do acervo da Cervejaria Implicantes


Posentão...

          No ano em que o blog Armazém do seu Brasil, em meio ao medo e a angústia provocados pela Pandemia, comemora seus 11 anos de "Vida" minha cabeça gradativamente busca novas parcerias para ampliar o número de pessoas.
            Através de um parceiro comum, o Mário Assanchi, um dos sócios proprietários, ao lado da Lisiane Fachini do restaurante/boteco "Dona Lisi & seu Mário"  nos aproximamos da Cervejaria IMPLICANTES - a cervejaria artesanal familiar que busca fortalecer a representatividade preta ao trazer personalidades negras essenciais na luta contra o racismo e que apresenta uma respeitosa e admirável história na sua criação e manutenção.
        Outros fatores que nos aproximaram do novo parceiro foram seus "nortes identificados" com a responsabilidade social e a construção coletiva de seus sonhos, projetos e negócios. E assim fomos apresentados ao Thiago Rosário, Diretor Comercial e responsável direto pela comercialização e parcerias "especiais" para tornar real o desejo de lançarmos uma cerveja com a cara "do Armazém".
        Então, anuncio que nos próximos dias na conta de PARCERIAS GRAÚDAS chegarão nos espaços do "Dona Lisi & seu Mário" uma "bereja" com selo IMPLICANTES e assinatura de rótulo do Armazém.
Que "tales", curtiram a novidade??

Edinho Silva e turma do Armazém 


"Dona Lisi & seu Mário" - Centro Comercial Itaimbé - Av. Cavalhada, 3623 - Lj 8 - Cavalhada, Porto Alegre - RS, 91740-001 - pertinho do Zaffari da Cavalhada

 Fonte: https://www.implicantes.com/


21 de set. de 2021

"Balaio bacana" - "nacos" de Educação, Cultura & Arte no Armazém, por Márcia Antunes

 

                                                           Imagem:  Acervo pessoal da artista


        Posentão...

       No próximo domingo, dia 26 de setembro de 2021 tem estréia no Armazém do seu Brasil, o NOSSO Programa de rádio, das 13h às 15h, na www.radioestacaoweb.com

        Buscando reforçar e qualificar nosso "mosaico cultural" de troca de saberes efetivei o convite para a parceira do Ateliê 1, Márcia Antunes integrar nosso time de colaboradores comentaristas.

        Mas quem é a artista Márcia Antunes, na "fila da vacina, como todos nós"? Artista plástica, arte educadora, cenógrafa, figurinista, terapeuta e professora da rede pública, inquieta pesquisadora e defensora das coisas da Cultura, da Educação e das Artes do Brasil e do Mundo.

     Confira suas produções e seus afazeres no site: https://www.elo7.com.br/ateliemarciarte?fbclid=IwAR3jsglOcTmSF11OiCccb77mecX58vXRKTJaEnKyFLneHeXPk07J4pI74ns

            Muito bom ter a tua companhia na nossa caminhada...aliás, parafraseando Lupi Rodrigues "Pode entrar, a porta aberta do Armazém do seu Brasil é sua...também"

           Pra cimaaaaaa 0/0/0/0/0/0/0/0/00/


3 de set. de 2021

O blog EU criei...e o logotipo? Te apresento meu amigo Glauco Borges - o publicitário, gestor desportivo e nadador

                                      Arquivo do Armazém do seu Brasil - Glauco Borges (publicitário) e Silvia Cveigorn


        Posentão...

        Já fui questionado inúmeras vezes de quem era a autoria do logotipo do Armazém do seu Brasil. Envolvido em tantas outras coisas acaba não tornando público o "pai da criança", o autor da obra que mostra meu perfil e acompanha todos meus produtos desde que foi criado.

        Chama-se GLAUCO BORGES o PUBLICITÁRIO e Educador Físico, craque das piscinas e "galo cinza" do pólo aquático do RS, meu parceiro, dirigente  e "professor" nas diferentes edições dos últimos seis anos dos Jogos Universitários Brasileiros/JUBs, pelo Brasil afora.

        Éramos parecidos em muitas coisas? Mais ou menos. Mas então qual a "liga" da relação de amizade e carinho que nos conectava? Difícil descrever em poucas linhas. Generoso no compartilhamento dos aprendizados, franco com as palavras, emotivo no registro das vivências que tínhamos em meio às quadras, aos jogos e às equipes gaúchas. Não poderia ser diferente o convívio. Capitaneados pelos dirigentes maiores da FUGE, professores Queiroga e Chico Menezes, compartilhamos histórias memoráveis ao longo dos Jogos.

        Rigoroso em muitas coisas, durante, um raro intervalo, num dos tantos cafés da manhã (sempre regado à comilança, afinal combinávamos na massa corporal...rsrsrsrs) o moço rabiscou o Projeto de logotipo num guardanapo de papel e me apresentou. Registrei minha satisfação e aguardei os passos seguintes. Seguimos nossas agendas e roteiros de percorrer diferentes quadras para acompanhar os jogos e todas as rotinas que a Competição reservava.

        Na manhã seguinte, nos reencontramos no café da manhã e fui surpreendido com o desenho em sua fase final. Bah!! Minha cara, diziam as pessoas a quem mostrava. Trazia a arte e a leveza que sempre imaginei para o Armazém do seu Brasil.

        Pouco isso?? Nada. Gigante. Ao encaminhar algumas ações para comemorar o décimo primeiro aniversário do blog, não poderia agradecer com letras maiúsculas o presente que meu amigo "Glaucão" me deu. MUITO OBRIGADO \0/\0\/\0\/\0\/0\0/

        Depois da pandemia, o café, o pastel de carne, a torrada de queijo duplo, o omelete e o suco de mamão e laranja sem açúcar será por minha conta...Continuo cuidado do meu peso e da saúde😱😱😱😂😂     

                                        Forte abraço do Edinho Silva


Em tempo: 

A imagem no alto, estamos, Eu, a companheira dele e o criador do logotipo em almoço comemorativo a um dos aniversários do Armazem do seu Brasil.


 

"Esferas da quarentena" - com a assinatura do Le Petit Ateliê e com o aval dos parceiros de ARTE Atelie 1 e Armazém do seu Brasil

 

Arquivo pessoal da artista plástica - Michelle Bloedow


              Posentão...

 

A aproximação do Armazém do seu Brasil junto ao Ateliê 1, Coletivo de artistas, possibilitou inúmeras conexões com diferentes e positivas parcerias no Mundo das Artes. Uma delas foi com o Ateliê Le Petit, um dos espaços potentes nas artes da Cerâmica em Porto Alegre, coordenado e dirigido por sua proprietária, a artista plástica Michele Bloedow.

Obedecendo rigorosamente todos os protocolos variáveis, alinhados ao Sistema 3As – aviso, alerta e ação, do Governo do Estado e demais ações recomendadas pelos órgãos responsáveis pelo combate à Pandemia  o Ateliê de Cerâmica Le Petit (rua Giordano Bruno, 160 – Rio Branco/Porto Alegre) abre as portas e seus espaços para a Exposição “Esferas da Quarentena”, nos dias 11 e 12 de setembro, sábado, das 14h30min às 19h30min, e domingo, das 10h às 17h.

A exposição apresenta 20 peças escultóricas de diversos tamanhos elaboradas por 14 artistas, orientados pela proprietária Michelle Bloedow, que utilizaram diferentes técnicas tanto da construção como acabamento, da esmaltação ao uso de ceras diversas, passando por queimas alternativas.

A criação e produção das esferas ocas, puderam sintetizar o sentimento dos membros do Ateliê durante o período de “quarentena” no ano passado. Com destaque para o processo criativo que se deu nas casas das pessoas, distantes do convívio do grupo, foi possível inesperadas percepções e diferentes reflexões de temas desde a proteção ao meio ambiente, o despertar de novas aptidões, além de seus desejos e anseios para o futuro.

Além da exposição, o pátio e demais espaços do “Le Peti” abrigará a exposição e a Feira de Artes, em formato pocket, contando com exposição de cerâmicas decorativas e utilitárias da produção do ateliê, além de materiais de interesse para artistas plásticos, como aventais, sacolas, porta pincéis e também prints de artes autorais, artesanato em fios de malha e tecidos e objetos decorativos. 

A Associação de Artistas Ateliê Um, que completa 11 anos de existência em 2021, também participará representando seus Núcleos de artes diversas. Além de expositores associados ligados aos Núcleos de artes, está previsto a exposição de um varal de poesias e fotografias.

O Núcleo do Armazém do Seu Brasil, estará contribuindo com a transmissão de seu Programa de Rádio semanal, no domingo, diretamente dos estúdios da Radio Estação Web (www.radioestacaoweb.com), quando abordará temáticas ligadas às artes visuais e as demais artes associadas ao evento.

Os participantes da exposição poderão “degustar” a programação musical com muita música brasileira, muito samba, Jazz e MPB ao longo de todo o evento.

Vai perder? Apanha tua máscara, teu álcool gel e venha conferir os resultados de produções artísticas concebidas nestes “tempos cinzentos” que atravessamos.

 

Serviço
Exposição “Esferas da Quarentena”
Ateliê Le Petit (Rua Giordano Bruno, 160, bairro Rio Branco, Porto Alegre). 

Dias 11 de setembro, sábado das 14h30 às 19h30 e 12 de setembro, domingo das 10h às 17h. 

Curadoria de Michelle Bloedow


Em caso de chuva, será transferido para os dias 02 e 03 de outubro. 



1 de set. de 2021

E se EU te convidasse para tornar público tuas produções textuais? Vem comigo para Coletânea Negras Palavras Gaúchas Três, da Agbara Edições

 




        Posentão...

        O Núcleo do Armazém do seu Brasil, do Ateliê 1 - 11 anos, convida a todos e todas interessadas em participar da obra literária intitulada "Coletânea Negras Palavras Gaúchas TRÊS", promovido, produzido e organizado pela Editora Agbara Edições e ONG Multiétnico de Empreendedores Sociais do Rio Grande do Sul. 

        As obras (textos): poesia, conto, crônica, artigo científico ou não científico até o dia 30 de setembro próximo. O livro deverá ser lançado em dezembro (caso a Pandemia permita). 

        Maiores informações e inscrições poderão ser obtidas , exclusivamente, por via eletrônica, através da caixa de email: oscar.agbara@gmail.com , registrando na identificação da mensagem: COLETÂNEA NEGRAS PALAVRAS GAÚCHAS TRÊS, Agbara Edições, nome do autor ou autora, Cidade e Estado de origem do trabalho inscrito.   

        Em relação às condições de participação ressalta-se uma atenção quanto aos seguintes quesitos, em relação aos participantes:

        I – Aqueles ou aquelas que não tiverem 18 anos completos deverão enviar Declaração do responsável legal, devidamente assinada e com firma reconhecida pelo responsável, acompanhada de cópia de documento de identidade de ambos; 

        II - Para participar, os autores ou autoras concorrentes terão suas inscrições validadas por e-mail, recebendo, um número de protocolo, em cada trabalho inscrito.

        III - Cada participante poderá inscrever apenas um trabalho.

        IV - O envio dos textos deverão ser, exclusivamente, por via eletrônica, através da caixa de email: oscar.agbara@gmail.com    Oscar Henrique Marques Cardoso (Editor chefe) +51 982 445 974

            Super recomendo. Vamos?

25 de ago. de 2021

Resistir é preciso - Para encarar os tempos malucos que vivemos, as relações positivas de camaradagem são fundamentais

                                          Acervo pessoal do artista - imagem: Régis Verna 


        Posentão...

        Tempos difíceis para todos os brasileiros e brasileiras. Aliás, a Humanidade atravessa momentos de tensão e medos. Devemos estar atentos a todos os sinais de coisas positivas que circulam à nossa volta.

        As relações de amizade para serem duradouras necessitam trazer consigo boas doses de recomeço. Somos pessoais iguais?? Quem disse?? Temos opiniões divergentes sobre diferentes assuntos?? Muitas. Buscamos recomeçar a partir da troca de saberes e conhecimento?? A todo instante. E desconfio até que este, talvez seja o grande desafio.

        Por que não aprender com o outro?? Por que não ensinar?? A mais respeitar o contraditório ou o contrário é fundamental. Depende. Se a opinião de quem caminha por perto, não for embasada na razão ou em critérios que valorizem o bom senso e coerência, pode beirar, simplesmente, a insanidade.

        Explica melhor..."Recusarei aceitar teu argumento, se identificarmos fragilidade, mesmo que lutes pelo respeito à opinião". Se afrontar regras básicas de tolerância e convívio, não há razão. Ficará muito fácil ser identificado com alguma trairagem, como diz o samba do meu amigo Carlinhos Presidente.

       Ah..propósito...estaremos juntos, EU e o Carlinhos Presidente, no Programa Comando Total, apresentado pelo comunicador Mauro Sérgio, no próximo sábado, das 10h as 12h45min, na www.radioestacaoweb.com   

        Estamos esperando os amigos e amigas...Acessa lá e compartilha pra geral.

                        Forte abraço

                                    Edinho Silva



 

23 de ago. de 2021

EU também sou Vila Brasil....\0/\0/\0/\0/\0/ desde pequeno, assim como a Lúcia

 

                                         Acervo da familia Vila Maria/Santa Maria/RS


        Posentão...

        Cada vez que lembro da minha querida,, amada e inesquecível Deborah Rosa sinto uma mistura de saudade, dor e tristeza por ter interrompido uma caminhada que seria possível na companhia dela, do Luciano Santos e da Angelica Silva.

        Uma destas coisas seria conhecer de perto a familia da Cassiana e a da "Vila Brasil" - a escola de samba de Santa Maria. Infelizmente, não deu tempo. A vida foi dura conosco. No mesmo momento que participávamos, EU, Cassiana, seu irmão Serginho de um grupo de sambistas, carnavalescos e simpatizantes de diferentes lugares do Brasil a tal fatalidade nos abateu.

        Na ocasião, a Cassiana (lado esquerdo da foto) pensou em afastar-se do grupo, pois entendia que sem a "Debinha" não teria mais sentido a participação dos gaúchos no Coletivo Cultural. Divergindo da opinião dela, relembrei que poderíamos representar a "nossa queridona" naquele espaço de troca de saberes. Ela topou a idéia e falou de todo o trabalho de pesquisa e de fortalecimento que sua familia e seus amigos faziam na conta da "Vila Brasil" e de tudo que a festa popular pudesse assegurar.

        Agora, visualizo uma imagem, ao lado da familia, devidamente uniformizada, que registra beleza, força e resistencia na conta e na  DEFESA DA CULTURA POPULAR.

        Que a pequena Lúcia, filha da Cassiana Marques e do gremista Luciano Almeida, seja ao junto a outros herdeiros e herdeiras as SEMENTES do futuro da Vila Brasil - a vermelho e branco de Santa Maria.

        Um dia EU desembarco por aí...tenham certeza. Forte abraço a todos e todas e VIVA A CULTURA POPULAR e todas as coisas promovidas a partir dela.

                Edinho Silva   


E o Carnaval de Porto Alegre, chora um pouco mais...Segue em paz, inesquecível Jajá

 

                                               Imagem do acervo do Zé do Pandeiro(músico, ativista da Cultura do RS


        Posentão...

        O Porto Alegre, a cada dia menos sorridente, por todos os momentos  tristes que atravessa em diferentes áreas perdeu um pouco de sua graça na conta do Carnaval e da Cultura Popular.

        No último domingo, 22 de agosto de 2021, faleceu pela manhã domingo o intérprete e compositor Paulo da Silva Dias, popularmente conhecido como o "Jajá". Conhecido como um dos grandes nomes da história do Carnaval de Porto Alegre, percorreu e apresentou memoráveis atuações em entidades carnavalescas locais: Acadêmicos da Orgia, Império da Zona Norte, Filhos da Candinha, Academia de Samba Praiana e Bambas da Orgia. 

        Minhas lembranças pessoais remetem aos tempos do microfone da "verde e rosa", Praiana, na quadra da Padre Cacique e nos Bambas da Orgia, sua escola de samba do coração. Em 1985, Jajá e a Praiana homenagearam o poeta Mário Quintana com seu enredo "Meu Jubileu saúda Quintana". Uma década depois, em 1995, foi com o microfone "azul e branco" dos Bambas da Orgia que o sambista desfilou na avenida com seu canto e uma verdadeira aula sobre batuque, tema enredo, daquele ano. A tal "Festa de batuque" chegou de forma tão impactante nas pessoas, que é muito normal carnavalescos de outras escolas cantarem o samba enredo.

        Aos meus e minhas amigas carnavalescas mais próximas sempre confidenciei que algumas vozes ficaram inesquecíveis aos meus ouvidos curiosos pelo tema. A "lady" Maria Helena Montier que cantava nos Imperadores, da Carlos Barbosa. O Carlos Medina e o Porto Alegre, nos tempos de Força e Luz e tantos outros que aplaudi. Os irmãos Paulão e Paulinho da Tinga. O Sandro Ferraz e o Everton Rataeski, da nova geração.

        Quase esqueci de mencionar, a passagem do Jajá, empunhando o microfone da Tribo "Os Comanches". Na imagem acima, do acervo pessoal do Zé Evandro do pandeiro, o Paulo Dias(Jajá) segurando sua bengala aparece ao lado do também músico inesquecível Giba giba e outro amigo no Festival PercPOA, realizado em Porto Alegre.

        Que possamos guardar na memória sua voz forte e empolgante, saudando o orixá Bará...."Alupo, alupo..." que os céus se abram com muita luz para te recompensar as alegrias que proporcionaste por aqui.

        "Moço...toca o balanço...toca o balanço, se não EU NÃO DANÇO"...e a massa vinha abaixo na casa verde e rosa.

        Eu e mais uma turma, estamos bem tristes !

            Edinho Silva  


1 de jul. de 2021

"Dona Lisi & seu Mário" - um novo espaço cultural e gastronômico da Zona Sul de Porto Alegre

 

                                                                                   acervo pessoal do espaço


        Num tempo em que Porto Alegre transforma sua realidade habitacional, dando uma forma de riqueza, ostentação, "patrolando" tradicionais pontos de encontro que NOSSA CAPITAL já viu, surge na Zona Sul da Cidade um espaço aconchegante e aprazível para que nossas memórias continuem vibrantes com uma boa resenha, comidinhas com tempero de casa de vó, bebidinhas geladas e variadas, preços justos, um  cardápio criativo de uma culinária trivial com pratos que não podem faltar nas mesas brasileiras.

        Um espaço que espera o cliente desde a hora do café da manhã, com bolinhos de queijo, cucas, geléias, frios, frutas, café novo e quente e muitos quitutes para esta refeição passando para um almoço caseiro (com variadas saladas, carnes, massas, arroz e feijão) e na parte da tarde, sempre uma novidade para o happy hour ou o café da tarde é o que muitos clientes buscam.

        Conheço a "Dona Lisi" há um bom par de anos e o seu Mário desde sua infância. Ao ouvir seus relatos de como "tudo começou" é bastante difícil não se emocionar com o envolvimento e motivação para potencializar o sonho que já virou realidade. 

        A mola propulsora para a realização do sonho e a transformação em realidade foi o percurso realizado em diferentes bares, botecos, restaurantes e butiquins por diferentes lugares do Brasil. As boas recordações vividas com os amigos e amigos de seus pais também potencializaram o negócio.

        E onde entra o Armazém do seu Brasil, seus confrades, sua força e suas boas energias? Parece simples. Numa torcida de uma VIDA LONGA ao "Dona Lisi & seu Mário" e na parceria de muitos Projetos Culturais, futuramente.

        Juro a voces...que não pedi, mas os anfitriões reservaram uma mesa permanente do Armazém. A todos e a todas que desejarem uma boa resenha estejam convidadxs a nos acompanhar.

        Estão esperando o que? Ah...os valores cobrados?? Muito justo, mermão" como diria "Zeca do surdo", um dos integrantes do Armazém do seu Brasil.     

Edinho Silva


Serviço:

"Dona Lisi & seu Mário"

Centro Comercial Itaimbé - av. Cavalhada, 3623, loja 8

Das 8h às 21h45min -

6 de jun. de 2021

Gratidão é o sentimento que passa na cabeça

 

                                                                           Acervo pessoal do Edinho Silva


        Posentão...

        O clique captado pelo parceiro, "cumpadi" e irmão, Regis Verna, é um registro de um dos saraus temáticos realizados na "conta do "Armazém do seu Brasil". E como funcionava isso! Acertava com um espaço parceiro, que poderia ser um bar, um ateliê, um salão de festas, um terreiro, uma quadra de Escola de samba ou um cantinho onde púdéssemos reunir novos ou velhos amigos e amigas para ouvir um samba, conversar, refletir, trocar energias boas e celebrar a vida. Assim é um pouco do Armazém.

        Quando idealizei o blog pensava em reunir histórias bem humoradas, amigos imaginários ligados ao SAMBA, que interagissem com temas envolvendo religiosidade, negritude, Gente, bom humor, filosofia das ruas, reflexões e muita troca de saberes. Tudo isso seria transformado num livro para uma leitura de férias. Uma publicação acessível, leve e original.

        E o tal Armazém do seu Brasil era um espaço físico verdadeiro! Infelizmente, a idéia transcorria num espaço, também imaginário. Cada leitor teria o seu próprio BOTECO, dentro da sua própria cabeça, inserida na sua imaginação tendo como suporte os personagens e as minhas narrativas.

        Passaram-se 10 anos (outubro de 2010, sua criação) e o sonho foi ganhando força e potência. Outros produtos foram sendo criados. Os acessos às postagens ultrapassaram os 100.000. O número de seguidores manteve, um pouco mais de 100 pessoas. O livro foi ganhando forma (em fase de correção) e um Programa de rádio com o mesmo nome (todos os domingos, das 13h às 15h, na www.radioestacaoweb.com) foi criado.

        Com a chegada de parceirxs e "um povo bacana" que se aproximava, fortalecendo e torcendo pelo sucesso dos produtos do Armazém, assim como sonhos e devaneios pessoais, o "ruído positivo" foi assustando um pouco.

        Há 3 semanas, aproximadamente, perguntei ao diretor da emissora (um incentivador) de longa data, como andava a audiência do NOSSO PROGRAMA - Armazém do seu Brasil!! Qual minha surpresa!! Imaginava, alguns 300 aparelhos conectados, considerando o alcance das rádios web (correm o Mundo...). A resposta que ouvi: "atingimos 10.000 conexões em algum momento das duas horas de apresentação"...Putz. Confesso que, não dormi duas noites, pensando "no feito".

        Hoje, com a repercussão positiva das pessoas e qualidade dos conteúdos apresentados, "desconfio" que nossos números foram até, ampliados. Na próxima semana, com a chegada de mais dois convidados "de grife": Fábio Saraiva, direto da Xavante Pelotas e Adriano Trindade, de Berlim-Alemanha, numa conexão internacional com o Armazém já estou imaginando a boa repercussão.

        Na conta do vovô estampado na camiseta, o sempre presente nas minhas coisas - orixá  "Xangô", meu agradecimento as atuais parceiros do Programa de rádio, Fernando Batista, Michele Moura, Fernando Paulino, Thais Silveira, Maikão Silva, Jorge Jeronimo e todos que chegam eventualmente.  Ao pessoal da www.radioestacaoweb.com sempre presente no apoio, todos e  todas as pessoas que torcem pela realização do Projeto Armazém...MUITO OBRIGADO. #vamoda-lhe

30 de abr. de 2021

Da Série "Por onde andarão meus espaços de lazer?" - as festas do povo negro de Porto Alegre



                                                               Acervo de JulioLira WordPress                                                                            

        Posentão...

        Ao visualizar outro dia, imagens do Sindicato dos Metalúrgicos sendo destruido, para abrir espaços para as "novas paisagens imobiliárias" da Porto Alegre moderna e luxuosa, confesso muita tristeza. 

        Através de lembranças e "um filme" como se diz, busquei respostas para perguntas como: "E agora onde acontecerá a reedição do Black Porto?" "E se algum romantico ou romantica desejar repetir o brilho e encantamento oferecido pelo Grupo Jara Musisom e muitas outras equipes de sonorização que passaram por lá"? "E o espaço que reuniu as "familias negras" nos bailes tão festejados em nossa Cidade"? Putz!! Bateu uma tristeza, afú... ao lembrar que muitos casais, grupos de amigos e Confrarias foram formadas naqueles espaços.

        Outro dia, conversava com alguns amigos sobre minha inconformidade em identificar os maiores e mais tradicionais "clubes negros" de Porto Alegre. Verdadeiras "entidades" na história da negritude local - o Floresta Aurora e o Prontidão, ocupam atualmente novas moradias. Um transferiu-se em duas oportunidades. Saiu da inesquecível sede do Cristal (Quem não lembra da árvore no meio do salão?) e migrou para o bairro de Ipanema. Um belo espaço, aliás. O que talvez tenham esquecido foi os impedimentos da realização das festas tradicionais que o velho Floresta acolhia. Mesmo que os "vizinhos ricos" AABB, Campestre, APCEF pudessem realizar suas festas, a turma "florestina" não poderia tocar seu pandeiro e seu cavaco. Era muito barulho, alegavam os vizinhos.

        Um tempo mais tarde, o "Floresta" migrou para uma área, em estilo sede campestre, próxima ao bairro Belem Velho, distante dos antigos endereços. Uma área verde aprazível, com espaço social e esportivo, bacana até. Entretanto, preciso confessar uma coisa....Se a sede social permanecesse no Cristal e o atual endereço fosse adquirido, o quadro social poderia ser ampliado, a história da agremiação mantida e o patrimônio ampliado. Não sei, muito bem se fianceiramente  seria viável, porém com todos os movimentos "de representatividade, ocupação de espaços e resistencias" seria um gol de placa.

        E o Satélite? No espaço onde por muito tempo o salão de baile acolheu muitas bandas de swing e samba rock e os espaços de churrasqueira acolhiam empolgantes rodas de samba abriu espaço para um luxuoso conglomerado de apartamentos, um hipermercado e tudo que a Porto Alegre (quase paulista) apresenta. Ficou sem espaços?? Sem sede?? Não. Atualmente, ocupa um imóvel bem bacana localizado num bairro da Zona Norte da Cidade. Minhas ressalvas ficam por conta do afastamento geográfico do endereço histórico do Clube e da agenda social que, possivelmente não poderá ser repetida no novo domicílio.

        "Tá e quando me bater uma saudade destes espaços no formato original"? Apelarei para o poder da oralidade de quem vivenciou e nos registros das pesquisas acadêmicas que existem sobre o assunto. Faltou alguma coisa? Acho que não...se faltar buscarei no google. Claro, sem poder chamar um "aplicativo" e fazer um tour nos endereços originais.

        E se algum corajoso ou corajosa, reunisse pessoas, Coletivos e quem tivesse interesse e buscasse uma possibilidade de um comodato junto ao Teresópolis Tenis Clube para repetir os bailes, os torneios esportivos, as festas, churrascadas, chás e tudo que um dia foi feito no "Metal", no Floresta e no Pronti?? Idéias e gente, "nóis" tem... 

29 de abr. de 2021

"Tristeza não tem fim"...Será? Reflexões sobre espaços de lazer em Porto Alegre - Parte 1

 

                                          Teresópolis Tenis Clube/2020 -   Imagem do acervo GZH


        Posentão...

        Foi doloroso assistir a matéria em telejornal local sobre a degradação de um dos mais tradicionais clubes esportivos e sociais de Porto Alegre - o Teresópolis Tenis Clube. Um espaço social que já acolheu os mais animados bailes de Carnaval de Clube da Cidade, shows nacionais, festas temáticas, disputas esportivas de equipes amadoras, Confrarias de associados e tantos outros eventos atravessa grave crise financeira.

        Acabei não me aprofundando muito na matéria, mas confesso uma enorme tristeza. Uma instituição de práticas esportivas, de educação, cultura e lazer com duas sedes, uma social e uma campestre, na zona Sul sendo literalmente "saqueada" por estranhos, como mostrou a reportagem. É muito triste.

        As piscinas, os espaços de exercícios físicos e de convívio social que abrigaram muitas familias e amigos, perdendo-se e deteriorando-se lentamente. A ausência e fluxo de pessoas nos seus diferentes espaços "impacta" de maneira violenta.

        Outro espaço de lazer e de referencia esportiva em Porto Alegre - o Ginásio da Brigada Militar, ponto turístico e histórico da Cidade ao ser demolido também impactou bastante. Criado em função da realização da Universíade (Competição Esportiva Universitária Internacional) que ocorreu em Porto Alegre na década de 60, juntamente com outros equipamentos e espaços voltados para as disputas.

        Em outubro de 2017, sem a carcaça do ginásio, destelhado por um vendaval, motivou o Governo gaúcho da época a demolir o centro esportivo e leiloar o terreno, avaliado em R$ 41 milhões, junto à Escola dos Bombeiros. 

        Após a paralisação das obras de demolição o Estado prosseguiu com o leilão do terreno. Como não houveram interessados em área de pouco (?) valor imobiliário o espaço foi oferecido em permuta à Verdi Sistemas Construtivos como contrapartida pela construção de um presídio em Sapucaia do Sul. A empresa receberá a posse definitiva do terreno  depois da conclusão da casa prisional. Ainda não se sabe o que será erguido no local. Particularmente, acho que será construída uma praça bem bonita com muita área verde ao redor. SQN.

        Como em muitos casos, parte da sociedade portoalegrense aplaudiu e parabenizou os gestores públicos por investir numa Cidade mais moderna, mais tecnológica, mais bonita. E a questão histórica?? Ah...quem liga para isso?? Até o Jardim Botânico" e a Fundação Zoobotânica "tomaram um penalti"... 

14 de abr. de 2021

Saudade dói....Coisa doida, não? - Um pouco de "Samba do cachorro" por Zé do banjo

 

https://www.youtube.com/watch?v=NmUWM1oqQ9k


      Era do José Carlos de Oliveira - o Zé do Banjo, dos inesquecíveis Samba do Andaraí e Samba do Cachorro, duas rodas de samba ao ar livre que Porto Alegre conhece nos tempos em que era reconhecida como Cidade Sorriso.

       Hoje tá brabo...é Cidade das lágrimas...Putz!!! Mas de tristeza já estamos cansados. Quero escrever aqui na conta do Samba do Cachorro, onde o inquieto Ciriaco "o Cachorro" recebia os sambistas de todas as idades, sexo, classe social, cor da mesma forma. 

      Nossa Cidade não tem mais isso....Rodas de samba ao ar livre?? Para que?? Juntar gente, cheiro de urina, latas e lixos espalhados. Insegurança nas ruas. Quem disse que era isso?? Quem discriminava e sempre estigmatizou o samba, seja com comentários preconceituosos, intolerantes e racistas.

    Descrever as coisas positivas que estes movimentos populares sociais oferecem é a coisa mais simples. Antes da "Pandemia" e do distanciamento social pegávamos nossos trocados e caimos dentro da CVC para comprar passagens para ir ao Rio de Janeiro, visitar as praias e as rodas de samba ao ar livre. E quem disse que Porto Alegre não tem EXCELENTES MÚSICOS, homens e mulhres,  com seus cavacos, seus violões, instrumentos percussivos, seus dançantes e cantantes. Temos espaços locais muito aprazíveis para tais ações.

    "Tá, Edinho...e o charme do Cacique de ramos e sua tamarineira?? O samba do trabalhador e o Moacyr Luz?? A pedra do Sal?? O chopp gelado e o bolinho de feijoada?? " Eu insisto...é só não "arrochar" nos impostos para a cerveja não ir para as nuvens. 

        Parece difícil?? Nada. A preconceituosa Porto Alegre é que não descobriu ou não quer...

    Em breve, o Samuka Guedes "nas coisas do Armazém" para nos contar um pouco da História do Pagode do  Andarai.

        Zé...to com muita saudades tuas, meu chapa

"O avesso da pele" o recado do Jeferson Tenório, o patrono da Feira do Livro - "Outras palavras" por Michele Moura

 

Patrono da Feira do Livro de Porto Alegre 2020

        Satisfação, amigos e amigas do Armazém! Hoje as Outras Palavras de que falaremos são sobre o romance “O  avesso da pele”, de Jefferson Tenório, esse autor que até pode ter nascido no Rio de Janeiro, mas é nosso aqui: veio aos treze anos pra Porto Alegre e vive aqui até hoje.

        Tenório nunca tinha imaginado entrar numa universidade,até que, aos 18 anos, ao voltar de  madrugada da pizzaria em que ele  trabalhava, foi abordado violentamente pela policia. Só que aquela não era  a  primeira vez, e nem seria a última vez que aquilo aconteceria. A cor da pele dele o tornava um suspeito nas ruas por onde ele passava. Então queria mudar de vida, aquilo não era mais para ele, como dizia a sua mãe “quanto menos você se mostrar na rua, melhor”. El ajá sabia o que o esperava. 

         O Escritor , portanto, foi cursar uma faculdade particular, mas  se deu conta de que  estava muuuuito abaixo intelectualmente dos outros colegas, que falavam fluentemente sobre Shakespeare, sobre Homero e sobre outros cânones que ele nunca tinha ouvido falar. (Inacreditável, não é? Mas no início foi assim). Obsessivamente, então, começou a comprar livros, só que ele começou a gostar tanto, e comprar tanto, que já não tinha como pagar a faculdade. Então ele fechou a matricula e estudou para entrar na UFRGS, onde anos depois se graduou, e hoje conclui o Doutorado em Teoria Literária pela PUC/RS.

            Hoje ele também  é professor de Literatura e tem somente 5.000 exemplares na sua biblioteca. Invejinha aqui desta humilde professora da rede pública estadual, porque o Educado Leite não colabora! (Urghhh!!!)

            Um dos libros que moldou a sua carreira como escritor, foi “Quarto de despejo”, da Carolina Maria de Jesus, que não coincidentemente falamos no programa de domingo passado.  Seu último romance “O Avesso da Pele” se passa em uma Porto Alegre cheia de contraste, como qualquer capital brasileira. 

            O personagem Pedro, após a morte do pai que foi assassinado numa abordagem policial, sai em busca de resgatar o passado da familia, refazer os caminhos paternos, e buscar reconstruir a sua própria identidade. E nisso, Tenório consegue mostrar  um país marcado pelo racismo e por um sistema educacional falido, que a gente percebe nas tantas vezes que o personagem Pedro menciona as aulas que o pai dava na escola pública. 

            Uma das passagens mais marcantes do livro é quando o Pedro relembra que o pai já tinha sofrido muitas abordagens policiais durante a vida. Uma delas quando muito jovem, foi quando o pai (Henrique) fez amizade com um amigo que morava num bairro de classe alta de Porto Alegre. E enquanto esperava o amigo do lado de fora do prédio, um policial o abordou. E a narração diz assim: 

            “Ao chegar, você apertou a campainha e esperou. Pessoas passavam por você na rua e te olhavam. Ninguém respondeu no interfone. (…) Decidiu ficar ali na frente do prédio e pensou que ele poderia ter saído com a mãe dele.        

             No entanto, em minutos, surgiu o policial da Brigada Militar ao seu lado dizendo para você circular que ali não era lugar para pedir coisas”. (Essa história, infelizmente, também a gente já conhece).

          “O avesso da pele” não é uma leitura fácil, porque ela dói demais. Em mim ela dói de saber que tem pessoas que sofrem isso diariamente. Mas eu nunca vou conseguir calcular sequer minimamente a dor que carrega quem tem que estar sempre explicando a sua cor, o seu cabelo, e as suas dores. E essa leitura doída, acho que por ser tao dolorida assim, nos ensina muito… acho que a gente aprende muito pela dor, pelo sofrimento, infelizmente! 

            A gente aprende pelo impacto que a gente sofre com determinadas coisas. Então nao posso dizer que é uma leitura fácil, mas é uma leitura que deslancha, que tem uma linguagem super acessível para qualquer leitor.

           Importante dizer que , por muitas e muitas vezes, o narrador menciona um professor do pai na universidade, e o professor nada mais é do que Oliveira Silveira. E foi ele quem fez com que o personagem do pai reconhecesse que era um negro num lugar onde se morre pela cor da sua pele. E é do Oliveira Silveira que a gente vai falar domingo que vem. Não perde, hein? Te espero aqui. Beijo e até lá!!

Michele Moura - Professora de Literatura, Formada em Letras pela FURG, Especialista em Literatura Brasileira com ênfase em Literatura Comparada(UFRGS). Professora de Língua Espanhola e Literatura na rede pública. Membro da Coordenação do Atelie 1 e do Clube de Cultura e Comunicação Planalto.;