21 de dez. de 2010

Almoço de domingo

Tio João do Brasil nos conta que, numa movimentada comunidade da Cohab de Porto Alegre, havia um sujeito muito distraído nas suas tarefas domésticas (digo, de agrado da nega véia). O moço chamava-se Jaiminho, bom de violão, passista dos Acadêmicos da Orgia nos anos 80, atencioso nos carinhos e caprichos da sua mulher, dona Samanta.
Pois, segundo tio João, o moço disse à mulher que o almoço de domingo seria responsabilidade dele, não havendo a necessidade dela esquentar a barriga no fogão e cozinhar. Próximo ao seu bloco de apartamentos existia uma mercearia que, assava frangos nos finais de semana e servia salada.
Chegou o domingão e o Jaiminho acordou cedo, mas ao contrário de correr à mercearia do Seu Manolo, e reservar o galináceo e a “saladita”, se abancou defronte à tv e ficou assistindo à reprise do jogo do Internacional. Na metade do jogo foi alertado pela patroa sobre o horário e a encomenda da comida, pois a hora do almoço se aproximava. Nem deu importância aos avisos e ainda preparou uma caipirinha. O tempo voou e descansadamente o moço foi dirigindo-se até à mercearia pegar o galeto e as guarnições. Putz, por pouco não chega atrasado. Sorte sua que, restava ainda um frango assado (pequeno e frio, mas o último). Apanhou a mercadoria, pagou no caixa e partiu em direção à sua casa. Na pressa não percebeu que, a sacola plástica não era muito confiável. A poucos metros de casa, exatamente, 500, o fundo da sacola abriu-se e o frango saiu rolando rua fora. A tristeza do Jaiminho não seria tão grande se alguns cachorros que passavam na hora não tivessem percebido a iguaria. Nem briga houve, eram 4 cães que, dividiram-se entre a salada e o frango. Na polenta frita, ELES nem tocaram.
Extremamente aborrecido, o violonista Jaiminho entrou direto na casa e dirigiu-se à cristaleira onde guardava o dinheiro da conta de luz do mês. Sem perceber os movimentos, dona Samanta foi convidada para almoçar fora naquele domingo.
E ele, além da reza forte, para a Companhia não cortar a luz da família, não tomou nenhuma cervejinha durante o almoço. NENHUMA.  

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