23 de set. de 2011

Aromas natalinos



              Um passeio familiar deve ser valorizado a todo momento. Assim pensava o Bastião - o premiadíssimo mestre-sala da Unidos do Ouro Verde. Com a chegada do Natal o moço decidiu levar sua mulher Josi e as duas filhas pequenas, Marcinha (4 anos) e Dorinha (8 anos), a um passeio na cidade de Gramado visitar a cidade e curtir a decoração natalina do lugar.
              Economizando dinheiro para os presentes optaram em tomar um café colonial bem reforçado como única refeição do dia. Escolheram um local de farta e variada comida com muitos pães, cucas, doces, salgados, vinhos, sucos, leite, frios coloniais, etc. O Bastião "apavorava" tudo que vinha pela frente. Sem culpa, comia e bebia sem compaixão. Era salame com geléia de frutas, café com leite com costeleta de porco, pão colonial com ricota, bolos com presunto, omeletes, tortas com vinho. Uma mistura sem critérios. A Josi tentava alertá-lo: "Não exagere, homi!! O dia apenas começou". Uma das meninas, a Dorinha, tinha medo do bom velhinho e chorava muito quando estava próxima ao Noel. Naquele dia a garota prometeu aos pais que manteria a calma. Após algumas caminhadas e visitas a lugares turísticos, rumaram à  fábrica de brinquedos para apreciarem o local e providenciar uma foto com o Papai Noel. Chegando lá, encontraram um senhor simpático, vestindo uma bela roupa vermelha e sentado numa poltrona confortável.      
            Recebia a todos com muita cordialidade para a sessão de fotos. Depois de enfrentar uma fila, a familia do Bastião e da Josi, posicionou-se ao lado das meninas e do bom velhinho. Naquele momento, algo marcava um certo desconforto na barriga do Bastão. Algumas cólicas e o desejo de invadir um banheiro a qualquer momento. A situação era delicada, pois a fila estava grande e a menina acalmada. A oportunidade não poderia ser perdida. O pai e a mãe, cada um com uma das meninas posicionaram-se ao lado do Papai Noel para as fotos. Bastião, o nosso mestre-sala, não suportou a pressão e justamente na hora do clique, o cara não segurou a emoção. Soltou um "rojão" silencioso, mas com um cheiro insuportável que misturava pizza de atum, com torta de limão, suco de laranja, café com leite, cuca de uva, costeleta suina. Uma verdadeira bomba. O velhinho enfurecido não pôde fazer nada, apenas lamentar e assumir a culpa diante das  pessoas que se aproximavam da doce figura. O Carlito Trovão afirmou que, faltaram detalhes para a Fábrica de brinquedos fechar mais cedo naquele dia. E o Bastião?? Quase de cueca suja vou buscar um banheiro e uma farmácia mais próxima.

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