27 de mar. de 2012

Jornal de vizinho

                 Ricardinho adora uma leitura pode ser uma boa revista, um livro da moda ou um jornal do dia. Bah!! Um jornal fresquinho é com ELE mesmo. E se for de graça então?  Nem se fala. Pois, o moço, pagodeiro de quatro pandeiros, começava sua semana de samba na quinta-feira. Direto até domingo. Nas sextas-feiras  e nos sábados voltava para casa ao nascer do dia, com um pãozinho debaixo do braço e cheio de geladas na cabeça.
                    Pois, numa destas noitadas de final de semana, o Ricardinho “bem turbinadinho”  ao chegar em casa avistou o jornal do vizinho na porta. Acho que, não comentei sobre isso - O moço não gostava muito de gastar nas tais leituras . Respirou fundo e passou a mão no jornal do vizinho, o mais rabugento do prédio, diga-se de passagem. Como era muito cedo (6h da manhã) o cara de pau, nem titubeou. Passou a mão no jornal do vizinho assinante.
                 Entrou no seu apartamento, tomou um cafezinho e foi deitar-se. O sono demorou algo mais de uma hora. A campanhia tocou forte. O Ricardinho nem moveu-se da cama, abriu um olho e o outro manteve fechado. Lá pelas 8h, novos toques na campanhia. Era o vizinho. Às 9h30min, mais toques e desta vez, insistentes e furiosos. Resolveu atender e abrir a porta. Cheio de sono, bafo de cerveja, de cuecas samba canção e cara de poucos amigos.
                  O vizinho com uma expressão mais furiosa ainda, com cara de poucos amigos foi incisivo: “Não quero nada com o senhor, nem sua amizade, seu sorriso, seu cumprimento APENAS MEU JORNAL  DE VOLTA !!! SE NÃO QUER DEVOLVER PELO MENOS EMPRESTA, PÔ!!! Pois, não é que o vizinho tinha espiado pelo olho mágico o Ricardinho “descuidando” seu jornal??
                Completamente, desconcertado devolveu e evita até hoje reunião de condomínio quando descobre que o seu Anacleto, o aposentado ranzinza está presente. Pelo menos, o Zé Prettin nunca o viu por lá.

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