9 de jan. de 2013

Nunca exagere nos temperos

Essa foi a Tianinha que contou...


               A Marianita, porta bandeira de vocação e dona de casa por opção, adorava a preparar pratos diferentes que aprendia nos programas diários da tv e passava as manhãs atenta às diferentes receitas oferecida nas emissoras de televisão aberta. Apesar de não ser uma cozinheira top de  linha, considerava-se bastante esforçada.
               O prato anunciado naquele dia, no programa de todos os dias, era um frango com molho de vinho e ervas finas, receita portuguesa e tal. Cozinha Internacional genuína. A mulata acreditava na máxima de que "os mininos se pega pela barriga". E assim, a moça anotou detalhe por detalhe da receita.
               Pedaços de frango sobre a bancada, as tais ervas finas, cebolas, tomates, alhos. Faltava o vinho. Não teve dúvidas, correu no armário da sala e pegou a primeira garrafa que avistou. Putz, era uma bebida de origem italiana que, seu marido Luizão da cuíca havia encomendado de um amigo importador de bebidas (muambeiro etílico) para presentar seu chefe. Na ocasião da encomenda gastou uma fortuna com a cara bebida. Como o investimento foi alto, resolveu comprar um vinho e uma garrafa pequena de um scott de 12 anos de idade, para consumo próprio.
              A Nitinha, como era chamada pelo marido, conhecia tanto de bebidas que não sabia diferença de cachaça 51 e de conhaque Presidente. Imaginem se iria identificar o valor investido no vinho do chefe e no whiski chique do marido?? Não teve dúvidas, temperou as coxas e sobrecoxas e cobriu com o vinho italiano. Colocou toda a garrafa para pegar o gosto, como afirmou ELA. Não satisfeita, abriu a garrafa "dos 12 anos" e despejou um pouco do whiski. Segundo, a moça para dar uma tonturinha.
              Quando o Luizão chegou em casa a janta já estava servida e pronta para ser consumida. Aromática, bela e saborosa, segundo o maridão. Depois de algumas garfadas, o sr. Luiz de Oliveira Leal - Luizão da cuíca, como era conhecido na roda de samba, elogiou o prato da mulher e quis saber que molho diferente havia sido preparado. A Nitinha respondeu, de pronto - "Peguei um vinho e uma bebida numa garrafinha pequena que tinha no armário da sala".
             Não demorou muito para o "mestre da cuíca" começar a perceber que, algum (muito) dinheiro estrangeiro havia sido investido num prato de galinha congelada. E agora, o que fazer?? Saborear a comida e festejar a iniciativa da moça?? Economizar mais alguns meses para nova encomenda? Ou chorar sem experimentar a sobremesa que era um bom sagú venezeano (com o restante do tinto italiano??        

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