10 de dez. de 2015

Entrar de cabeça nos alimentos é pecado?? Confira...




                     Pois, o tamborim número 1, dos Imperadores do Ritmo, o Cesar Paulo não se conteve. Abriu mão de sua marmita e da comidinha gostosa da sua musa - Terezinha Chocolate.
Era uma manhã fria de agosto e Cesar Paulo rumava para mais um dia de batalha. O seu porte físico avantajado e sua experiência nas tarefas noturnas como agente de segurança lhe garantiam um bom espaço no mercado de trabalho.
                    Ganhava bom salário, bons prêmios de bonificação e muita coisa legal. Trabalhava como segurança particular de um executivo da Capital. Sua rotina diária era uma só. Para economizar uns trocados, o ritmista e segurança César Paulo saia "bem fardado" de terno alinhado, com sua sacolinha e sua viandinha debaixo do braço. Por ser um sujeito "graúdo", a nega Terezinha, sua mulher caprichava   no tempero e na quantidade de comida. Enchia o "tambor" do moreno.
                    Dias desses, ônibus lotado, nosso amigo do samba viajando de pé, no corredor apertado, pois havia embarcado numa outra parada, concentrado nas tarefas que o aguardavam ouviu xingamentos de dois jovens que estavam sentados em bancos reservados para passageiros especiais. Por que?? Incomodavam-se pelo aroma de comida caseira que vinha da marmita do César Paulo. Ironias para um lado, cara torcida para outro. Um deles atreveu-se e falou: "Pô, meu!! Não tinha outro lugar para colocar esta panela de comida??". De forma educada, o César Paulo respondeu que não estava destratando ninguém. Respeitosamente,  respondeu que estava indo ao trabalho com seu uniforme, sua calma e comidinha de sua patroa. O outro jovem, mais arrogante, respondeu de forma agressiva: "Pô, nego véio vai comer ração canina?? Pelo cheiro que vem desta marmita, vai tratar o cãozinho da madame".
                   O César Paulo contou até 30 e de forma silenciosa, não revidou a provocação. Lastimando que, o passageiro idiota e provocador não teria respeitado a "milagrosa e saborosa panqueca da nega Choco - como ele chamava sua mulher. Desta vez, em coro, os dois malandros, lascaram uma piadinha: "como pode um homem deste tamanho, levar lanchinho na merendeira??". Bastou. Paciência tem limite. O César Paulo simplesmente "jogou" a marmita na cabeça de um dos folgados. Era panqueca para todos os lados. Gritos apavorados. Choros, sangue, bofetada e muito galo na cabeça. Os jovens não acreditavam que aquele senhor. Respeitoso senhor, perderia a classe com as piadinhas. Aos gritos ELE dizia aos  jovens "abro mão das minhas panquecas e da minha marmita de valor estimativo em troca de um pouco de respeito".
               Assim, cheios de galos na cabeça os "folgados" foram convidados a descer do onibus queixando-se da dor e da vergonha que passaram. Do lado do César Paulo que continuou a viagem, restaram a fome e o alivio pela decisão tomada. Perdeu a marmita, mais ganhou meia dpúziasvergonhacom a certeza da fome, mas aliviado com as reações adotadas.

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