5 de dez. de 2019

Dia nacional do SAMBA ou do "pagode"? Ou dos dois? Ou tudo é a mesma coisa...


         


              Posentão...

        Outro dia visualizei uma discussão nas redes sociais sobre o conceito de samba - pagode - swing. Seria a mesma coisa? Opiniões diversas, divergentes, favoráveis, simpáticas, raivosas, informativas. Uma enxurrada de opiniões partindo de diferentes pontos de partida.
         Particularmente, quando sou consultado sobre o que penso sobre o tema recomendo uma reflexão simples. Já ouviram com atenção um hit cantado pelo Thyaguinho, ex-vocalista do Exaltasamba que traz em seus versos "le-le-le-le lá em casa....le-le-le le na cama...le-le-le-le tirando a roupa toda..."?? E outro que fala o seguinte "...mágoa no peito EU não carrego não...nada modifica minha opinião...Sei o bem que é fazer o bem..." de autoria de Moisés Marques. O primeiro é um conhecido PAGODE cantado por um pagodeiro do show bussines e a outra um SAMBA cantado por um sambista da nova geração. 
          Ao mesmo tempo que o Alexandre Pires e o Luis Carlos "Cigana" lançavam um Projeto musical de nome "Gigantes do samba", muita gente desconhecia a beleza do canto de Dorina e Teresa Cristina. Pode uma coisa destas?? Pode. Tudo em nome do novo comércio de músicas brasileiras. Instrumentos de percussão misturados com eletrônicos. Teclados substituindo instrumentos de percussão, contrabaixos substituindo violões, computadores tomando a vez de pandeiros. Novos e modernos arranjos tudo em nome de novos formatos.
Sei lá...sempre achei que existem músicas para dançar e encher os salões, enquanto existem outras que ocupam espaços, ouvidos e enchem "os corações". Estes são sambas. E as outras? Diria, pagodinhos.
            Em 2005, o genial Arlindo Cruz "reorganizava" sua carreira musical e ingressava com força no show bussines. Compos um hit que contestava até então polêmica Samba x Pagode,  participando inclusive de um dvd do grupo Sorriso Maroto, do Bruno Cardoso. O mesmo grupo que ficou famoso com o hit "Ai, ai, ai ...assim voce mata o papai". Tema de novela inclusive. Não sei se foi uma coincidência ou não, mas o Arlindo Cruz no ano seguinte fez o tema de final de ano da Rede Globo, marcou presença semanalmente, aos domingos no programa da Regina Casé (Esquenta..).
            "Tá, Edinho...mas o sambista e compositor trabalha com samba, composição e melodia, não vai criar novos produtos só para não se curvar para as novas tendências. Pô, é o trabalho do cara, ora bolas!!" Tudo certo, porém confesso que o autor de sambas antológicos como "O bem", "Meu lugar", "Será que é amor" e tantos outros, não poderia ter  optado por outros caminhos? Manter-se perto dos apelos culturais, por exemplo?
           E o swing onde entra neste debate? Deixem de lado este balanço gostoso que nos remete à Banda Pau Brasil, ao inesquecível Bedeu, ao Alexandre Rodrigues, ao Leleco Teles, Paulo Romeu, etc. Mesmo que o trio tenha composto nos anos 70 o inesquecível "Samba e suas origens".
            Sei não...mas continuo achando que um bom SAMBA não se cria num passe de mágica e nem se tira de uma cartola. De um CARTOLA, sim. De um Nelson Sargento, Rufino, Ivone Lara, Toninho Geraes, Meriti e tantos outros.     #eutambémsoumesquinho 


https://www.youtube.com/watch?v=VqRdNZgnYQY

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