19 de ago. de 2013

Santo errado

A terceira postagem do BATICUMBUM
 
Descendo da arquibancada...
 


                 A popularidade de São Jorge ou de Pae Ogum, como identificam os adeptos da religião afrobrasileira, foi reforçada nos últimos tempos pela novela global da autora da Glória Perez. Com trilha sonora sob o comando do versátil e talentoso Seu Jorge, a história baseada em núcleos distribuídos entre a Turquia e o Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, colaborou para uma maior promoção do Santo Guerreiro em “Salve Jorge”.

                Minhas inquietações, em verdade, nem são as dezenas de camisetas e outras peças de vestuário que vejo pelas ruas nos últimos tempos. Particularmente, tenho duas. Uma comprada no Pelourinho e outra em Floripa. Minha bronca mesmo é com a banalidade em relação à figura do moço e a “idolatria Cult” que é feita ao santo guerreiro.

                  Circulando por inúmeras rodas de samba de Porto Alegre, é comum perceber imagens, acessórios e outras referências ao Ogum (seu cavalo, sua lança, capa, escudo e o dragão) apadrinhando o samba. Numa popularização sem limites. Há ainda joias nas joalherias, roupas nos camelôs, objetos nas floras, etc. Mas o que tenho com isso? Qual a razão da minha bronca? Simples.

                Por onde andam as homenagens aos outros orixás? Afinal, são 12 os orixás da religião afrobrasileira (Bará, Ogum, Iansã, Xangô, Odé e Otim, Ossanhe, Obá, Xapanã, Ibejis, Oxum, Iemanjá e Oxalá). Cada um com sua responsabilidade e seu dever em proteger seus filhos (vide Minha Fé – samba cantado pelo Zeca Pagodinho). No Carnaval de 2013, o “cara” foi homenageado por uma escola de samba de Manaus (GRES Andanças de Ciganos).

             Então, para fechar a conta, um último alerta: fique atento ao samba do Almir Guineto, Santo Errado, no trecho que diz ”...você tentou me derrubar, mas tenho o corpo fechado... pode até firmar o seu cavalo que você até deitou pro santo errado...”.

            Então, não entre na canoa furada do santo errado e nem na turma do modismo. Na real, descubra seu “santinho de cabeça”, dê a ele a moral merecida e o samba continua. Né, mesmo São Jerônimo??

Voltando para a arquibancada...e até a próxima semana. Beijos a todos.

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