9 de set. de 2014

Tua "águia" te conduzirá a um universo de luz...Descansa Gilson Dornelles


Foto: Luiz Armando Vaz / Agencia RBS

              Escrever sobre "passagem" de pessoas queridas é coisa complicada, né mesmo?? Enfim, se não falar sofremos em silêncio, se externar boas histórias e vivências expomos as melhores lembranças das pessoas que cruzam nossas vidas.
             Ontem, "passou" o Gilson Dornelles (ao lado dos irmãos Gilmar e Gegé, integrantes do sempre lembrado Pagode d'Kasa). Fui apresentado ao moço pelo Volnei Neves, seu amigo e fiel escudeiro. A partir desta relação vieram outras apresentações - o Duda, Sandrão, o Titi, Fábio Ananias e mais uma turma de gente do mundo do samba e do Carnaval. 
Embora, não fosse um parceiro muito próximo ao "moço" guardo duas histórias do filho da dona Beta inesquecíveis. Uma delas, no quintal da casa do Carlos Volnei e da Vera Cristina, na Bonja em meio a uma das tantas churrascadas perguntei ao cara qual era a "sacada da elegância" das roupas e dos calçados usados na avenida. Sem titubear, respondeu: "Sabe Edinho, os guris nem sabem disso. Segredo meu e teu...hehehehe, mas antes de acertar os caches, garanto as melhores condições sobre "os panos" e o sapato. Depois vem a grana. Porque ninguém é de ferro, né mesmo??" Guardei o segredo e agora posso contar e reverenciar a elegância em que se apresentava. 
             O segundo episódio foi numa quadra de futsal (do Colégio Rainha do Brasil). Conversava na esquina democrática com o Volnei e um outro parceiro dele, desafiou o time do Pagode d'Kasa + uns bambistas + mais uns agregados (EU, entre eles) a enfrentar o time do cara. Chegamos na quadra com 6 atletas (o "Azamba" era nosso goleiro). Parecia jogo do time dos trabalhadores em padaria contra a ACBF. O time dos caras era uma máquina. Do nosso lado tínhamos, 4 jogadores esforçadíssimos, um goleiro meia boca e um craque com uma falsa barriga. Sim, o Gilson era barrigudo quando o conheci mas jogava MUITOOOOOOOO!! Eram tempos do time do Floresta Aurora. O negão "furava" uma bola de tanto que jogava. O jogo rolando e a cada gol que fazíamos o adversário marcava cinco. Num determinado momento, quase no final da partida, estávamos alcançando o empate, quando nosso goleirão passou uma bola ao Gilson que "abusadamente" levantou a bola, aplicando um balãozinho num dos adversários, uma "janela" no outro e já sem fôlego perdeu para o terceiro que desferiu um violento chute contra nossa goleira. Resultado?? Nosso goleiro lesionado, enfurecido, caído dentro da goleira e nosso  time com cara de choro. Brabos, decidimos abandonar a quadra. O Volnei furioso pergunta ao craque: "Pô, negão...pra que a frescura com a bola na frente da nossa área??" O Gilson coçando a barriguinha, devolveu: "Bah, Volnei...perco os amigos e tomo 10 gols, mas não podia perder a "caneta".
                E assim era o Gilson que conheci. Ontem, a esquina democrática ficou em silencio por alguns minutos. Até qualquer dia, seu Dornelles.

Edinho Silva  

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