Imagem: Acervo de Juçara Pinto
Roda de
samba que não canta o clássico “...não deixe o samba morrer!! Não deixe o samba
acabar...o morro foi feito de samba e samba pra gente sambar...” samba
eternizado na voz da sambista maranhense Alcione tem valor duvidoso.
Voce
acredita que o samba agoniza e está ameaçado? EU NÃO. Principalmente, quando
deparo com sambistas como seu Marino Alves da Silva – o querido seu Chumbo ou
tio Chumbinho para os mais chegados.
Pois, o moço
em pleno dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra e no mês de resistência e
festividades da Negritude, comemora 92 anos em plena atividade nos espaços e
rodas de samba. Seria ELE, o sambista mais antigo de Porto Alegre?? Sei
lá...acredito até ser um mero detalhe. O mais relevante de tudo isso é que
sempre é muito bom encontrá-lo na companhia de suas paixões inseparáveis – a
dona Ana e seu banjo.
Com toda a
discrição peculiar o sambista traz em sua bagagem vivências como a companhia do
inesquecível Lupi Rodrigues, no início de sua trajetória. Empunhando um
cavaquinho era comum o jovem Marino ser presença marcante nas rodas de samba de
Porto Alegre. Seu início na “função” segundo alguns registros de memória, foi
mais ou menos, aos 17 anos de idade.
Por 15 anos,
na companhia do amigo Moisés e sua banda animou as noites de samba do “Desabafo
Bar”. Um pouco depois, ao lado do
percussionista Mestre Cy colaborou com a fundação do grupo Senzala, em
atividade até os dias de hoje. Com a reciclagem do grupo, o seu Chumbo rumou
para outras direções. Uma delas na formação da “Banda Itinerante”, um seleto
coletivo de amigos sambistas que percorriam as Escolas e espaços de samba de
Porto Alegre e Região Metropolitana.
Atualmente,
acumula participações nas Confrarias "Velha Guarda", "União do
Samba", e "Samba do Irajá". Ressalta-se com a mesma disposição e
energia astral de velhos tempos. Escolhe local ou horário para apresentar o som
do seu banjo? Nunca. Garante uma cadeira para a dona Ana ficar por perto e
estamos conversados. Sem muitas conversas, vamos pro samba!!
E o Carnaval
na vida do seu Marino? Apesar de nunca
ter desfilado na avenida, seu coração bate mais forte quando está por perto da
águia azul e branco dos Bambas da Orgia.
Como eu
conheci o moço? Meu querido Dédo Pereira, o Rogério Sete Cordas, velho amigo,
nos apresentou. ELE e o Nego Edu, o intérprete da música feita para
homenageá-lo no cd autoral “Encontro de Luz”.
Precisa de
mais apresentações? Acho que não. Afinal, todo este tempo no meio do samba, sua generosidade e sua
forma cordial de tratar a todos numa roda o que mais dizer sobre o moço? Pouca
coisa. O que digo é que enquanto existirem sambistas “com o naipe” do seu
Chumbo, O SAMBA NÃO AGONIZA e NUNCA MORRE.
Muitas energias boas e muito samba bacana em sua vida.
Tenho dito!!
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