25 de nov. de 2019

Tem CHUMBO no samba...por Edinho Silva



                                                                                         Imagem: Acervo de Juçara Pinto 

Roda de samba que não canta o clássico “...não deixe o samba morrer!! Não deixe o samba acabar...o morro foi feito de samba e samba pra gente sambar...” samba eternizado na voz da sambista maranhense Alcione tem valor duvidoso.
Voce acredita que o samba agoniza e está ameaçado? EU NÃO. Principalmente, quando deparo com sambistas como seu Marino Alves da Silva – o querido seu Chumbo ou tio Chumbinho para os mais chegados.
Pois, o moço em pleno dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra e no mês de resistência e festividades da Negritude, comemora 92 anos em plena atividade nos espaços e rodas de samba. Seria ELE, o sambista mais antigo de Porto Alegre?? Sei lá...acredito até ser um mero detalhe. O mais relevante de tudo isso é que sempre é muito bom encontrá-lo na companhia de suas paixões inseparáveis – a dona Ana e seu banjo.
Com toda a discrição peculiar o sambista traz em sua bagagem vivências como a companhia do inesquecível Lupi Rodrigues, no início de sua trajetória. Empunhando um cavaquinho era comum o jovem Marino ser presença marcante nas rodas de samba de Porto Alegre. Seu início na “função” segundo alguns registros de memória, foi mais ou menos, aos 17 anos de idade.
Por 15 anos, na companhia do amigo Moisés e sua banda animou as noites de samba do “Desabafo Bar”.  Um pouco depois, ao lado do percussionista Mestre Cy colaborou com a fundação do grupo Senzala, em atividade até os dias de hoje. Com a reciclagem do grupo, o seu Chumbo rumou para outras direções. Uma delas na formação da “Banda Itinerante”, um seleto coletivo de amigos sambistas que percorriam as Escolas e espaços de samba de Porto Alegre e Região Metropolitana.
Atualmente, acumula participações nas Confrarias "Velha Guarda", "União do Samba", e "Samba do Irajá". Ressalta-se com a mesma disposição e energia astral de velhos tempos. Escolhe local ou horário para apresentar o som do seu banjo? Nunca. Garante uma cadeira para a dona Ana ficar por perto e estamos conversados. Sem muitas conversas, vamos pro samba!!
E o Carnaval na vida do seu Marino?  Apesar de nunca ter desfilado na avenida, seu coração bate mais forte quando está por perto da águia azul e branco dos Bambas da Orgia.
Como eu conheci o moço? Meu querido Dédo Pereira, o Rogério Sete Cordas, velho amigo, nos apresentou. ELE e o Nego Edu, o intérprete da música feita para homenageá-lo no cd autoral “Encontro de Luz”.
Precisa de mais apresentações? Acho que não. Afinal, todo este tempo  no meio do samba, sua generosidade e sua forma cordial de tratar a todos numa roda o que mais dizer sobre o moço? Pouca coisa. O que digo é que enquanto existirem sambistas “com o naipe” do seu Chumbo, O SAMBA NÃO AGONIZA e NUNCA MORRE.
Muitas energias boas e muito samba bacana em sua vida.
Tenho dito!!

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