23 de ago. de 2021

E o Carnaval de Porto Alegre, chora um pouco mais...Segue em paz, inesquecível Jajá

 

                                               Imagem do acervo do Zé do Pandeiro(músico, ativista da Cultura do RS


        Posentão...

        O Porto Alegre, a cada dia menos sorridente, por todos os momentos  tristes que atravessa em diferentes áreas perdeu um pouco de sua graça na conta do Carnaval e da Cultura Popular.

        No último domingo, 22 de agosto de 2021, faleceu pela manhã domingo o intérprete e compositor Paulo da Silva Dias, popularmente conhecido como o "Jajá". Conhecido como um dos grandes nomes da história do Carnaval de Porto Alegre, percorreu e apresentou memoráveis atuações em entidades carnavalescas locais: Acadêmicos da Orgia, Império da Zona Norte, Filhos da Candinha, Academia de Samba Praiana e Bambas da Orgia. 

        Minhas lembranças pessoais remetem aos tempos do microfone da "verde e rosa", Praiana, na quadra da Padre Cacique e nos Bambas da Orgia, sua escola de samba do coração. Em 1985, Jajá e a Praiana homenagearam o poeta Mário Quintana com seu enredo "Meu Jubileu saúda Quintana". Uma década depois, em 1995, foi com o microfone "azul e branco" dos Bambas da Orgia que o sambista desfilou na avenida com seu canto e uma verdadeira aula sobre batuque, tema enredo, daquele ano. A tal "Festa de batuque" chegou de forma tão impactante nas pessoas, que é muito normal carnavalescos de outras escolas cantarem o samba enredo.

        Aos meus e minhas amigas carnavalescas mais próximas sempre confidenciei que algumas vozes ficaram inesquecíveis aos meus ouvidos curiosos pelo tema. A "lady" Maria Helena Montier que cantava nos Imperadores, da Carlos Barbosa. O Carlos Medina e o Porto Alegre, nos tempos de Força e Luz e tantos outros que aplaudi. Os irmãos Paulão e Paulinho da Tinga. O Sandro Ferraz e o Everton Rataeski, da nova geração.

        Quase esqueci de mencionar, a passagem do Jajá, empunhando o microfone da Tribo "Os Comanches". Na imagem acima, do acervo pessoal do Zé Evandro do pandeiro, o Paulo Dias(Jajá) segurando sua bengala aparece ao lado do também músico inesquecível Giba giba e outro amigo no Festival PercPOA, realizado em Porto Alegre.

        Que possamos guardar na memória sua voz forte e empolgante, saudando o orixá Bará...."Alupo, alupo..." que os céus se abram com muita luz para te recompensar as alegrias que proporcionaste por aqui.

        "Moço...toca o balanço...toca o balanço, se não EU NÃO DANÇO"...e a massa vinha abaixo na casa verde e rosa.

        Eu e mais uma turma, estamos bem tristes !

            Edinho Silva  


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