12 de fev. de 2023

Da Série "Gente que ilumina a vida" - Um certo Jaime Andrade...

 

                                               

                                                                                                  acervo pessoal


Posentão...

Hoje, um ensolarado domingo de fevereiro, teria seu curso normal se EU recebesse uma ligação às 9h da manhã (não atendia, como de costume...pelo horário rsrsrsrs) e outra às 11h. De forma educada, diferente da primeira ligação, atendia com a maior satisfação e empolgação. Do outro lado da linha, era meu AMIGO, Jaime Eduardo Andrade, que saudava o contato com euforia, animação e boas energias. Como muita gente sabe, no "domingão" é dia da apresentação do meu programa de rádio "Armazém do seu Brasil", cuja ferramenta de comunicação e entretenimento tinha meu amigo como um dos meus mais assiduos e fiéis apoiadores.

Algo impressionante...Nossa conexão de alto astral e de trocas era tão intensa, que não bastasse sua tarefa de defesa e resguardo da programação e das propostas de conteúdo que ELE fazia, garantia seu papel de "produtor" e um dos maiores incentivadores dos processos. Desde os tempos de Curso e treinamento na FEPLAN. Não  foram poucas as vezes que acompanhou e presenciou minhas gravações pilotos.

Foi só isso que o Jaime representou na minha vida? Nenhum um pouco...Sua presença nos últimos 20 anos de minha existência registraram muitas vivências inesquecíveis. Seu alto astral, bom humor, sensibilidade, percepção, inteligencia e solidariedade promoveram muitos sentimentos bons. Não tinha defeitos?? Quem não os tem?? Somos seres humanos...Todos temos. Não tinha "papas na lingua" nas críticas que me fazia?? Não...porém, registro que na mesma proporção disparava uma crítica, tinha OUVIDOS ABERTOS para ouvir e registrar o que vinha de minha parte. Esta linha de diálogo permitiu construirmos uma relação de afeto e amizade muito robusto. Éramos confidentes envolvendo os mais diferentes assuntos. Das nossas familias, dos nossos amores, das nossas dores, das nossas frustrações, das nossas conquistas, dos nossos sonhos, das nossas crenças...E quando a divergencia crescia e tomava rumos descontrolados, achávamos "fugas ou alternativas" para falar da vida alheia. Lógico, que na maior discrição restritiva. Nossas conversas no campo das fofocagens "ficavam armazenadas" em cofres secretos.

E o Grêmio?? Nem precisa falar...Eu sou um gremista que não vai ao campo (sou um apaixonado por Futebol "diferente"...busco outros olhares para o esporte bretão). E o Jaime? Ia nos treinos, no aeroporto receber jogadores e não  faltava a um jogo do tricolor. Se o Grêmio jogasse com o Flamenguinho da Tuca, lá estava ELE com suas camisetas tricolores.

E a identificação com o samba e o Carnaval?? Dos livros, cds, vinil e tudo que circulasse neste universo garantia boas horas de resenhas. Infelizmente, não consegui publicar o livro do Armazém do seu Brasil antes da passagem de pessoas como ELE, nego Lon, Carlinhos Delgado, Deborah Rosa e tantas pessoas que partiram nos últimos anos que torciam por minhas coisas. Aliás, NOSSAS COISAS.

O papo de samba rolava solto...das tribos de Porto Alegre até as gigantes das terras cariocas...O Jaiminho era um pesquisador sem biblioteca e EU, um carnavalesco sem fantasia. E isto funcionava bem?? E como?? Somos "amantes e vibrantes" da oralidade. Sabemos escutar e perceber histórias. ELE bom de baile, gostava de "fazer um pezinho"  nos espaços de Porto Alegre...transitou em diferentes épocas e trilhas musicais dos grupos de samba e swing da Cidade. Infelizmente, não conseguiu me repassar algumas aulas de ritmos. Não deu tempo.

E o Futsal em nossas vidas? Ao lado do saudoso Paulo Rosa, formávamos um trio muito interessante no quesito "causos e resenhas da quadra de parque". Era impossível estar presente conosco sem gargalhar muito. Se existisse stand up de resenhas futebolísticas, teríamos arrecadado bons dinheiros. Meu papel no trio era de mediação, já que ambos eram sujeitos de extremos diferentes. Enquanto um mantinha uma pontualidade britanica, o outro tinha de "noivas no dia de casamento". Quem os conheceu consegue identificar as características citadas.

Enquanto escrevo....sinto uma forte emoção e uma SAUDADE difícil de descrever...Já ouvi dizer que existem pessoas que, evitamos caminhar na mesma calçada, né mesmo? Por outro lado, há casos em que buscamos, em meio à multidão, SERES ILUMINADOS que possam nos transmitir "afetos e mais leveza em nossas vidas." O Jaiminho era assim...OU melhor, É ASSIM...

Neste domingo, esperei o telefone tocar...e não tocou. Meu amigo querido e amado, "mudou de endereço", na sexta-feira à noite, como disse sua mãe, Maria Helena Andrade. Sua presença espiritual estará sempre conosco até nosso reencontro.

Pra fechar a conta...sem pagarmos os 10%, registro: "Jaime, querido...MUITO OBRIGADO por ter permitido cuidar de ti, enquanto cuidou de mim. Esteja onde estiver que teu ombro sempre me ajudou em momentos em que precisei."

Valeu, parceiro...    

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