14 de dez. de 2018

Música e fé a serviço da arte – um pouco de Deborah Rosa


                                                                                                               Acervo pessoal da artista

Posentão...
A religiosidade do brasileiro pode ser considerada um dos ingredientes que amenizam as agruras da vida moderna. Pensando nisso fui atraído por um flyer de divulgação de um show temático que ocorreria na Companhia de Arte, um simpático espaço cultural localizado no Centro Histórico de Porto Alegre.
Tratava-se do show da cantora santa-mariense Deborah Rosa intitulado “Samba & Saravá”, uma mistura ousada agregando ao samba um ritmo e uma força inconfundível abrangendo a obra de cantoras, compositores e compositoras brasileiras com ênfase no afro religioso e, acima de tudo, na estética de culto com seus "pontos", "rezas" e misticismos. Assim a cantora, ao lado dos músicos Daniel Rosa, Ricardo Vivian e Diego Ciocari apresentou ao público presente um repertório com uma duração de quase duas horas. 
Mas afinal de onde surgiu a cantora Deborah Rosa, dona de uma voz firme e uma capacidade de emocionar ao “interpretar” uma música?  Deborah de Freitas Rosa, seu nome de batismo, herdou dos pais o gosto pela artes (música, plásticas, teatro e literatura). Em relação à música suas influências foram os discos de vinil da coleção do pai, onde grandes cantoras brasileiras como Clara Nunes, Angela Maria, Ivone Lara, Maria Bethania, Amelinha e tantas outras entoavam seus cantos e marcavam a infância da cantora gaúcha.
Com uma trajetória que ultrapassa duas décadas de trabalho e contribuição para a cena musical do Rio Grande do Sul a cantora nascida na cidade gaúcha Santa Maria, reconhecida por sua população universitária, após circular com sucesso pela música nativista, com participação destacada em muitos festivais regionalistas, migrou para outra áreas. Assim a profissional das Relações Públicas graduada pela Universidade Federal de Santa Maria, desenvolveu experimentos artísticos em outros segmentos  como o Jazz e a música negra litorânea do Rio Grande do Sul.
Inquieta, nos últimos tempos, a cantora migrou suas atenções para o universo do Samba e com isso aprofundou suas pesquisas e buscas de maior sintonia na arte e obra reconhecida internacionalmente. Nesta fase de sua vida, um momento marcante em sua carreira foi o show de abertura da cantora maranhense Alcione, no palco de Santa Maria.
Enquanto seu sonho de realizar um Musical, com todo o zelo que sempre teve com seus Projetos Culturais, a cantora Deborah Rosa segue cantando e encantando os espaços pelo Sul do País. E com sua fé e trabalho segue resgatando e difundindo “os saberes, falares e cantares” que envolvem as ancestralidades e as matrizes africanas que moldaram nossa Cultura Brasileira.
Forte abraço

                            Edinho Silva, direto do Armazém e dos Pampas

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