9 de jul. de 2020

"Outro samba diferente" - Reflexões durante distanciamento social - Parte 3


                                                                                                  acervo da grupo


           Mais uma postagem com a proposição de reflexão nos debates SAMBA x PAGODE.
          Poderíamos nos deter nas letras, nos refrões, nos figurinos e nos contextos para prosseguir com a discussão acerca dos significados de um ou outro.
           Esclareço que, cada um ouve o que quiser, cada um investe dinheiro no cd ou show que quiser, dança no ritmo que preferir, "trabalha" com os produtos que desejar trabalhar...Tudo certo!! A inquietação passa por não "protegermos" o capital cultural envolvido no SAMBA.
         O "coitado" já sofre tanto preconceito de diferentes origens, estigmas que muitos simpatizantes, referendam inclusive. Estou mentindo? Claro que não. Há muito tempo, ouvimos a maranhense "marron" cantar "...Não deixe o samba morrer, não deixe o samba acabar...". Claro que não irá acabar, pois faz parte da resistência natural de seu povo.
    Tenho minhas dúvidas que os novos formatos e "novos sambistas" foram os principais responsáveis pela renovação e manutenção ao longo dos tempos. Estou falando do que exatamente?            Dos legados deixados por sambistas de ontem, por exemplo. Já ouviram Cassiana Belfort, filha da Jovelina? André Renato, herdeiro do Sereno? Tunico e Martnália, filhos do Martinho da Vila? De Renato da Rocinha e de Moisés Marques? Sem falar no João Martins e no Diogo Nogueira? Na Roberta Sá e na Mariene de Castro?? Fabiana Cozza?
      Se formos trazer para o "palco da discussão" os "inegáveis" jovens e suas carreiras bem sucedidas: Mumuzinho, Ferrugem, Dilsinho e outros nomes do "Samba Pop", como irei chamar, podemos estar falando de outras coisas. Diria até, como dizem minhas filhas e suas amigas "um pagodinho bem pegado" é tão bom?? Concordo. Mas acrescento, até os passos de dança utilizados nestes espaços por onde rolam estes estilos apresentam outros movimentos. Enquanto um, fica parecendo uma Capoeira Regional (com influencias de lutas orientais, numa mistura de artes artes marciais com movimentos de ginástica artística) a outra se parece um pouco com a Capoeira de Angola (movimentos, gingas, figurinos inspirados diretamente das Senzalas). E agora?? As danças das aulas de ritmo ou da Estudantina??
        E os equipamentos eletrônicos envolvidos? Boa pergunta...Será que conseguimos ouvir a virtuose de um violão sete cordas no mesmo espaço de um contrabaixo e um teclado? Ou um pandeiro ou cuica no mesmo ambiente que uma "bateria nervosa", suas baquetas e seus pratos? 
         A turma do Quinteto em preto e branco (infelizmente, separado atualmente) conseguiu em muitas oportunidades. O time do Maurilio de Oliveira e seus amigos acompanhavam a Beth Carvalho com muita maestria. Particularmente, nem me importava com o som que ouvia.
           Daqui há pouco mais uma postagem...até breve.


https://www.youtube.com/watch?v=WKtkKrql544
Xequere
Compositores: Magnu Sousá/ Maurilio de Oliveira/ Nei Lopes

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