20 de out. de 2010

Churrasco, bom chimarrão




Dona Morena contou-nos que, na temporada de veraneio de 2001, convenceu seus amigos, tio João e Tianinha a passar uns dias de férias em Tramandaí, a rainha das praias gaúchas. Pois, não só toparam a parada, como procuram um imóvel grande para reunir alguns amigos do trio. Assim teriam companhia e as despesas “rachadas” e, seguramente, férias inesquecíveis.
Após vasculharem imobiliárias locais alugaram um espaçoso apartamento, com garagem e churrasqueira na sacada. “Na medida, mermão!” – como dizia Zeca do surdo, um dos convidados do veraneio. Agregaram-se, ainda, outras pessoas. Festa completa.
No primeiro final de semana da quinzena na praia, foram chamados os amigos Malaquias, o Betão, o Volnei e suas respectivas “negas véias”, Sulamita, comadre Janaína e a tia Lourdes. Samba, boas risadas e churrasco não faltariam. O tio João não quis reservar o salão de festas do prédio. Preferiu recepcionar os amigos com um churrasco na sacada do apartamento locado. O aluguel não foi muito barato e o moço queria aproveitar todos os confortos propriciados pelo imóvel. Com a chegada da turma na sexta-feira à noite, decidiram preparar o assado na tardinha do sábado depois de voltarem da praia.
Na manhã seguinte, calor de quase 30 graus, sol rachando, partiram todos à praia munidos de cadeiras, lanches e guarda-sol, pois passariam a maior parte do tempo nas areias junto ao quiosque do Kiko. Ao longo do dia, muita caipirinha, muito peixe frito e cerveja gelada. E as amigas? Repletas de protetores solares aproveitavam o sol, degustando batidinhas e violinhas fritas.
Os amigos Volnei e Malaquias foram escalados para providenciarem a compra da carne e dos acompanhamentos para o churrasco na tardinha daquele dia. Com o propósito de evitar filas e escolher uma boa mercadoria, partiram para o mercado no centro da cidade, já  no meio da tarde.
Enquanto a galera curtia o sol, os dois amigos percorreram os açougues e mercados de Tramandaí “à procura da picanha perfeita”, como diria Marcelo D2. Providenciadas as carnes, a calabresa, o pãozinho com alho, o carvão e as costelas pretendiam voltar ao apartamento e fazer uma surpresa para o restante da turma. Na volta, sedento por um líquido gelado, Malaquias não se conteve e “forçou” o Volnei a tomar um chopinho na Emancipação. Só um. Tiveram sorte e estavam com tempo de folga para o compromisso com os amigos. Tomaram um em homenagem ao Telê Santana, ao Papa, brindaram ao Roberto Carlos - é ELE mesmo! O homem que não tem Orkut (um milhão de amigos, não é fácil), enfim foram vários canecos. Putz, escorregão geral!
Ao chegarem no apartamento não encontraram ninguém, pois o clima estava muito quente naquele dia, a praia lotada e os amigos decidiram “esticar” um pouco mais. Encorajados pelo chopp, decidiram surpreender os amigos e iniciar a preparação do churrasco. Não era isso o combinado, mas em nome da amizade vale tudo, né??
Enquanto o Volnei espetava as carnes, o “grande” Malaquias preparava o fogo. Bolas de papel, pedaços de madeira, carvão posicionado, algumas doses de álcool para estimular e iniciar o fogo. Palito de fósforo na mão, um pouco afastado da boca da churrasqueira, Malaquias jogou o palito ardendo em chamas dentro da churrasqueira e ficou aguardando. Booom!! Um grande estrondo foi ouvido por todo o prédio. Chamas altas tomaram conta do “equipamento”(churrasqueira). O corajoso Volnei largou os espetos no chão e foi se abrigar atrás de uma coluna próxima ao local do assado. E o Malaquias? Depois do susto, com os braços chamuscados, permanecia assustado com o fogo e com a fumaça que era produzida no interior da churrasqueira.
Neste momento a galera do Armazém, liderada pelo tio João, o locatário do imóvel de veraneio, chegava ao prédio assustado com o grupo de pessoas que se aglomeravam na calçada diante do prédio. Ao ingressarem no apartamento foram surpreendidos pela imensa quantidade de fumaça e pelos olhares assustados dos amigos. O excesso do chopp “na cuca” não permitiu que, os amigos retirassem uma tampa protetora da chaminé. O resultado foi uma verdadeira “nuvem” no apartamento, diante do fogo ateado sem os devidos cuidados. Após o estardalhaço e a abundante fumaça surgiu síndico, bombeiros, vizinhos curiosos, pessoal da imobiliária, um completo tumulto. Por pouco, tio João não interrompeu suas férias.
E o churrasco? Ficou para Porto Alegre, naquela noite os amigos foram em busca de algum crepe de queijo. E os “amigos churrasqueiros”? Foram convidados a voltarem para suas casas logo cedo na manhã seguinte, com suas mulheres revezando-se no volante pela freeway afora.
Eta, chopp bem forte este!!
                          

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