27 de mai. de 2022

"Sexta feira santa" sem carne bovina - Aliás, sem carne nenhuma...

                                                                   Imagem meramente ilustrativa


        Posentão...

        Esta entra na conta do Zeca do Surdo que nos ofereceu um relato de um colega "de caserna" enquanto esteve na ativa.

        Era semana de preparativos das comilanças da Páscoa. O almoço na casa dos pais do Cidão era aquelas festas de familia onde muita gente se reuni. Vinhos, frutos do mar, sobremesas, "Ninhos e chocolates" escondidos, crianças felizes, muita animação e tudo de bom que encontros de familia podem promover.

        O local escolhido para o "almoço festivo" foi a casa do seu Juvencio, o sogro do Cidão. Pátio amplo, vegetação, geladeiras para guarda de "lotes de bebidas", coisas afins. Combinaram de cada uma das familias trazer um prato para o encontro transformar-se em evento cooperativado e assim todos gastam menos.

        O Cidão, sempre "ousado", sugeriu à turma um rateio para a compra de uma peça de salmão para testar uma receita nova de peixe assado em folhas de bananeira e enterrado em fogo de chão. Segundo ELE, o resultado seria um prato delicioso.

        Os cunhados do Cidão, o exigente Claudinho e o Teixeira, reconhecido por seu rigor em relação aos cuidados com alimentação e aplicação do dinheiro alheio, estavam temerosos com a iniciativa do "Master chef" de youtube. Dona Célia, mãe dos moços, esposa do vô Juvencio, tomou a frente e assumiu a defesa da iniciativa do Cidão. Arrecadariam o dinheiro de todos e o cozinheiro iria ao Mercado Público comprar o peixe, providenciar as lenhas, as folhas de bananeira, fazer o buraco para o fogo. A missão era toda dele. Assim combinaram.

        Depois de algum tempo, o Cidão chegou com a "bonita peça de salmão". Aliás, bela e cara peça de peixe. Ultrapassou as estimativas de gastos da turma. Mas como a vovó Célia estava de acordo, tudo certo.

        O Chef foi para o fundo do pátio de pá em punho e cavou uma profunda cova. Acomodou as lenhas e ateou fogo. Temperou o salmão, enrolando num papel de alumínio e nas folhas de bananeiras, posicionou em meio às brasas, colocou mais lenha e ficou aguardando a carne assar.

        Abriu a primeira garrafa de vinho, serviu numa taça e ficou ao redor do fogo. Zeloso e atento. Os demais parceiros estavam diante da televisão acompanhando uma rodada do Campeonato Espanhol. A vida da primeira garrafa foi curta. Abriu a segunda e colocou mais lenha no fogo do peixe.

        Ao começar abrir a terceira, a turma do futebol se juntou para conferir o trabalho do Cidão e ajudá-lo a levar o "quitute" à mesa. A ação de afastar brasas ardentes é muito dura e com alguma dificuldade foi possível alcançar as folhas de bananeira e, consequentemente o "salmão", temperado com especiaria e muito limão siciliano. 

        Pra surpresa geral, quando o peixe foi avistado: UM CHOQUE. A bela e cara peça tinha se transformado num pedaço de fruto do mar, tostada pela ação exagerada que o volume de lenhas provocou no assado do Cidão. Não foi possível aproveitar nada.

        O cunhado Claudinho, esbravejava e reivindicava seu dinheiro de volta. O outro, Teixeira, estava preocupado com o almoço. A sogra e mãe dona Célia, apaziguadora, tentava acalmar os animos dizendo que as filhas "apelariam para algumas latas" de sardinha, em harmonia com as saladas e a refeição estaria salva. O sogro, seu Juvencio, ficou mudo num canto. Confessou a uma de suas netas "seu tio Cidão, exagerou na dose...seu EU participar da discussão, darei umas pauladas e colocá-lo a correr daqui...Se dependesse da minha opinião, nem almoçava".

        E o assador e "master chef" o que dizia?? Pouca coisa. Entre estas: "Eu sabia que não poderia misturar vinho chileno com nacional...poderia dar problemas!!!" Eu e o Zeca do Surdo, temos uma certeza: Três garrafas de qualquer nacionalidade amolecem as pernas de qualquer um.       

          E o "Sangue de boi" é que levou a culpa....rsrsrsrsrsrs

 

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