11 de jul. de 2022

Música, alimento para a alma - por Indaia Dillenburg

                                             Imagem: Diário de Pernambuco 

Eu sempre tive um fascínio por programa de calouros. Sentia-me parte dos jurados, comentando com propriedade sobre os artistas que se apresentavam. E sempre fui boa nessa parada. Pois além de ter um ouvido ótimo para detectar a mínima derrapada vocal de quem se apresentava, também sempre sabia o nome do autor das composições. Aprendi com meu pai.

Ele sempre nos dizia que o cantor não era nada sem uma composição. É claro que ele falava de boas composições. Hoje em dia, até as péssimas podem alçar um artista à fama. Mas não é disso que eu quero falar. Quero falar de música boa. E música boa é o que sempre fez esse cara com seus parceiros de ouro. Estou falando de Aldir Blanc, que nos deixou de maneira precoce por conta de um vírus que tirou tanta gente desse mundo. Pois bem, Aldir está em um lindo projeto pensado pelo comandante do Armazém do Seu Brasil, nosso querido e necessário, Edinho Silva.

Falar sobre o projeto e os envolvidos, deixo para ele. Eu me reservo o direito de comentar sobre lindas composições feitas por esse gênio. Vou começar por algumas canções que ele compôs em dupla com outra fera, o João Bosco.

Começo pela minha preferida: Corsário, composição dos dois. Amo com Elis Regina, mas não amo menos com João Bosco. E não para por aí. Eles juntos fizeram muita coisa linda, espia só: Latin Lover, só amo: “Nos dissemos, que o começo é sempre, sempre inesquecível/E no entanto, meu amor, que coisa incrível, esqueci nosso começo inesquecível...”. Tem também Dois pra, lá dois pra cá, que é uma das minhas preferidas, passando pela canção Me dá a penúltima, olha esse trecho: “Todo boêmio é feliz, porque quanto mais triste, se ilude...”. De frente pro crime, “Tá lá o corpo estendido no chão....”. Tem também Metre Sala dos Mares e O Bêbado e a Equilibrista, todas lindas parcerias com João Bosco.

E o que falar de Vida Noturna, a última da lista que cito dele e de João Bosco? Amo a gravação do João, mas tem também a do Nelson Gonçalves, aliás, foi o pai que me apresentou essa maravilha de canção na voz do Nelson. Meu velho Barthô e seu ouvido absoluto.

    Aí pulo para outro parceiro de ouro do Aldir, o Maurício Tapajós. Com ele destaco duas lindas canções: Flores de Lapela, uma preciosidade que Aldir gravou no álbum Vida Noturna. “Se o amor anda ausente, o armário só guarda uma escova de dente...”. Seguida por Querelas do Brasil: “O Brasil não conhece o Brazil....”, conheci na voz de Elis, agora quero ouvir na voz da minha estrela, (ops...nossa, né, Edinho?) Guaíra Soares.

Aldir tem muitas lindas canções e parceiros bárbaros. Deixei para o fim, a música que conheci na voz de Nana Caymmi, estrela cujo repertório sempre quis que Guaíra cantasse. Estou falando de Resposta ao Tempo, de Aldir com Cristóvão Bastos. Já ouvi Guaíra cantando. Di-vi-na. E confesso que me arrepiei ao ouvir na voz do próprio Aldir. Simplesmente maravilhoso!!!!

Tenho uma admiração muito grande por quem tem capacidade de compor. E semana que vem vou falar sobre outra linda compositora que faz parte do projeto do Armazém do Seu Brasil.

Mas falar sobre essa maravilha que está por chegar, é com o Edinho.

Eu vou ficando por aqui, louca que chegue a semana que vem.


                                        Um beijo da Indaiá Dillenburg


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