22 de ago. de 2018

Falando na lata...sem papas na língua, um pouco da arte e simplicidade de Serginho Moah

                               Acervo dos artistas

Posentão...chegando na área mais uma vez!!
         Quem não conhece o senhor Sérgio Moacir Pereira? Muita gente, aposto. Entretanto, se abrisse o texto com o nome artístico do moço, certamente a resposta seria outra. Que tal Serginho Moah? Agora ficou mais fácil, né mesmo? 
        Decidi compartilhar algumas vivências e relatos que ouvi a respeito do simpático, talentoso, de voz diferenciada, camarada e carismático artista. Sua simplicidade no trato com as pessoas distante dos microfones e palcos é exatamente a mesma que vemos nos shows, nos dvds e nos cds. Igual. 
          A primeira estória que ouvi do cara foi por intermédio de um amigo comum, o poeta urbano José Tumax, conterrâneo de Uruguaina, fronteira com a Argentina, onde o Sérgio foi intérprete até de Escola de Samba. 
            Certa vez, após apresentar-se num show acústico de voz e violão no Cult Bar, na Cidade Baixa, em Porto Alegre, Serginho foi abordado por um "engraçadinho amigo do alheio". Empunhando uma faca o sujeito tentou o assalto, para levar o dinheiro e seu violão. Pois, o intérprete da memorável "Blusinha branca", saiu no soco com o vagabundo e não deixou barato. Depois de uma breve luta corporal impediu o assalto. Aos mais chegados afirmou: "Índio da fronteira não aceita migué de malandro da Capital". Ficou levemente ferido e com o instrumento lascado, mas foi só. A agenda do moço continua garantida. 
         Meu primeiro encontro ao vivo e a cores foi num trailer de lanches, vizinho à rádio Atlântida FM, no morro Santa Teresa. O "carinha" deliciava-se com um "X" bacon cheio de mostarda e ovo, enquanto seus parceiros dos Papas o aguardavam aflitos no estúdio para uma gravação. Entre uma mordida e outra rolou o maior papo. 
           Num outro momento gastronômico cruzei com o cantor encostado na parede do Colégio Rosário. Fazendo o que?? Comendo um cachorro-quente completo com 3 salsichas. Tudo isso cercado de muita resenha com as pessoas que passavam. Quem acompanha a narrativa deve pensar o quanto come o tal "Moah"? A intenção não é essa e sim, mostrar como se comporta um artista internacional que é a cara de Porto Alegre. Seja no Sheraton, no Naval, na Padre Chagas, em Portugal, Paris ou no Partenon cantando hip hop com o Da Guedes. É o mesmo, Sempre. 
        A oportunidade mais inusitada foi dentro do Supermercado Nacional, da Miguel Tostes, quando estava na companhia de seus filhos, vestindo uma jaqueta Adidas retrô bem bacana, o cara escolhia uns vinhos nas prateleiras dos importados para o jantar em família. Putz, já havia escolhido uns italianos. Duas garrafas, coisa chique!! Cheguei junto e interpelei. "Pô, Serginho!! Não leva europeu, leva os chilenos. Estão com preços acessíveis e a safra é boa". Sacanagem a minha, pois não entendo coisa nenhuma de vinho. E o "bacana" de passaporte carimbado, com a agenda lotada de amigos entendidos engoliu o blefe. Trocou as garrafas e levou a bebida recomendada. Simplicidade pura. 
          A retribuição ao afeto veio durante um show dos Papas da Língua, no Teatro Renascença lotado, fãs clubes espalhados, histeria feminina na plateia, pessoas dançando e cantando, público satisfeito e o simpático Serginho me identifica ao lado da minha mulher e acena na nossa direção. Discretos que estávamos na quarta fila, achei que o aceno não era para nós. Na quarta música, repetiu o gesto. Coisa bem bacana. 
           Como cantam os músicos do grupo gaúcho que se mantém até os dias de hoje, mesmo com seus projetos pessoais paralelos - o Léo Henkin produz trilhas para o cinema; o baterista Pezão mantém seu estúdio e o contrabaixista Zé Natálio, continua arranjando e produzindo música na Serra (mora em Caxias do Sul) quando reúnem-se nos palcos a energia é garantida afinal ...Se Nova York é bom, Paris é demais!!! 
            A resenha hoje foi sobre o Moah um artista legal que é capaz de cantar um Rolling Stones numa danceteria da moda com o mesmo entusiasmo que cantaria um partido alto da Jovelina Pérola Negra entre os parceiros de adolescência. E assim segue cantando e encantando como fez na gravação do disco especial "Um barzinho, um violão - novela 70", ao interpretar a música Pensando Nela (Don Beto/Reina), direto do Morro da Urca, no Rio de Janeiro em 2008. 
Texto postado no blog cultural "Causos e canções", do carioca Marcos Salles, em junho 2018
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